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domingo, 18 de abril de 2021

“Caminhar na Esperança”- indicam Bispos, a propósito da situação em Moçambique

Guadium Press
Bispos pedem ajuda de todos para a pacificação e recomendam que ninguém perca a esperança: ela é algo ousado e sabe olhar para além das dificuldades e catástrofes.

Maputo – Moçaambique (17/04/2021, 11:40, Gaudium Press) Na sexta-feira, 16 de abril, a Conferência Episcopal de Moçambique (CEM) alertou para o crescente surgimento de “interesses de várias naturezas” por trás dos conflitos em Cabo Delgado e lamenta a violência, insegurança e sofrimentos das populações provocados por constantes “atos de barbárie”.

É “trágica a situação” provocada na população por “atos de barbárie” perpetrados na região de Cabo Delgado 

Em um comunicado distribuído para a imprensa os Bispos moçambicanos, desde a última quarta-feira reunidos em Sessão Plenária em Maputo, afirmam: “Deploramos e condenamos todos os atos de barbárie cometidos”.

Ainda no comunicado de imprensa, os bispos moçambicanos lastimam a “trágica situação que vive a população de Cabo Delgado” onde –acusam os Prelados- as “pessoas indefesas são mortas, feridas e abusadas”; veem os “seus bens pilhados, a intimidade dos seus lares violada, suas casas destruídas e cadáveres de seus familiares profanados” e, além disso, as pessoas são “obrigadas a abandonarem a terra que os viu nascer e onde estão sepultados os seus antepassados”.

A Conferência Episcopal de Moçambique faz um alerta a propósito do crescente entendimento que “por de trás deste conflito há interesses de várias naturezas e origens, sobretudo –afirmam– interesses de certos grupos de se apoderarem da nação e dos seus recursos”.

O que vem acontecendo só serve para alimentar revolta e rancor no coração dos jovens

Os bispos moçambicanos advertem também que aquilo que vem acontecendo na região só serve para alimentar “a revolta e o rancor”, sobretudo “no coração dos jovens” e tornam-se “fonte de descontentamento, de divisão e de luto”.

O episcopado, ainda reunido em Sessão Plenária, destaca:
“Reconhecemos que um dos motivos fortes que move os nossos jovens a se deixarem aliciar e a juntarem-se às várias formas de insurgência, desde a criminalidade ao terrorismo, ou também aquela outra insurgência, não menos nociva, do extremismo político ou religioso, assenta na experiência de ausência de esperança num futuro favorável por parte dos nossos jovens”.

Nada justifica a violência e a religião tem uma grande contribuição a oferecer

Continuando suas declarações, os bispos de Moçambique reafirmam que “nada justifica a violência”, manifestam a “total solidariedade com os mais fracos e com os jovens que anseiam uma vida digna” e lembram ainda que “as religiões têm uma grande contribuição a dar na resiliência das comunidades e perseguir um ideal de sociedade unida e solidária”.

Em sua declaração, o episcopado católico, reunido em Assembleia afirma: “Como missão da Igreja Católica, tem sido sempre nosso compromisso colaborar para o bem da nação, apontando os perigos e esperando sempre que quem tem responsabilidades busque as devidas soluções”, para se alcançar o bem comum no campo material e no espiritual.

Os bispos afirmam que além do campo espiritual, “Sempre demos nossa colaboração concreta no campo do bem-estar do nosso povo na educação, na saúde e no desenvolvimento humano”, sempre com a intenção de “colaborar na reconstrução do tecido social ferido por traumas antigos e recentes”.

A situação atual em Cabo Delgado é trágica, contudo, precisamos caminhar na esperança, recomendam os Bispos

Por fim, os Bispos apelam para que todos contribuam para a pacificação e recomendam que ninguém perca a esperança: a esperança é algo ousado, porém, sabe olhar para além das dificuldades e catástrofes, abre-se para os grandes ideais que tornam a vida mais bela e digna.

Os Prelados terminam suas palavras recomendando: “Caminhemos na esperança!”. (JSG)

https://gaudiumpress.org/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF