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Maputo – Moçaambique (17/04/2021, 11:40, Gaudium Press) Na sexta-feira, 16 de abril, a Conferência Episcopal de Moçambique (CEM) alertou para o crescente surgimento de “interesses de várias naturezas” por trás dos conflitos em Cabo Delgado e lamenta a violência, insegurança e sofrimentos das populações provocados por constantes “atos de barbárie”.
É “trágica a situação” provocada na população por “atos de barbárie” perpetrados na região de Cabo Delgado
Em um comunicado distribuído para a imprensa os Bispos moçambicanos, desde a última quarta-feira reunidos em Sessão Plenária em Maputo, afirmam: “Deploramos e condenamos todos os atos de barbárie cometidos”.
Ainda no comunicado de imprensa, os bispos moçambicanos lastimam a “trágica situação que vive a população de Cabo Delgado” onde –acusam os Prelados- as “pessoas indefesas são mortas, feridas e abusadas”; veem os “seus bens pilhados, a intimidade dos seus lares violada, suas casas destruídas e cadáveres de seus familiares profanados” e, além disso, as pessoas são “obrigadas a abandonarem a terra que os viu nascer e onde estão sepultados os seus antepassados”.
A Conferência Episcopal de Moçambique faz um alerta a propósito do crescente entendimento que “por de trás deste conflito há interesses de várias naturezas e origens, sobretudo –afirmam– interesses de certos grupos de se apoderarem da nação e dos seus recursos”.
O que vem acontecendo só serve para alimentar revolta e rancor no coração dos jovens
Os bispos moçambicanos advertem também que aquilo que vem acontecendo na região só serve para alimentar “a revolta e o rancor”, sobretudo “no coração dos jovens” e tornam-se “fonte de descontentamento, de divisão e de luto”.
Nada justifica a violência e a religião tem uma grande contribuição a oferecer
Continuando suas declarações, os bispos de Moçambique reafirmam que “nada justifica a violência”, manifestam a “total solidariedade com os mais fracos e com os jovens que anseiam uma vida digna” e lembram ainda que “as religiões têm uma grande contribuição a dar na resiliência das comunidades e perseguir um ideal de sociedade unida e solidária”.
Em sua declaração, o episcopado católico, reunido em Assembleia afirma: “Como missão da Igreja Católica, tem sido sempre nosso compromisso colaborar para o bem da nação, apontando os perigos e esperando sempre que quem tem responsabilidades busque as devidas soluções”, para se alcançar o bem comum no campo material e no espiritual.
Os bispos afirmam que além do campo espiritual, “Sempre demos nossa colaboração concreta no campo do bem-estar do nosso povo na educação, na saúde e no desenvolvimento humano”, sempre com a intenção de “colaborar na reconstrução do tecido social ferido por traumas antigos e recentes”.
A situação atual em Cabo Delgado é trágica, contudo, precisamos caminhar na esperança, recomendam os Bispos
Por fim, os Bispos apelam para que todos contribuam para a pacificação e recomendam que ninguém perca a esperança: a esperança é algo ousado, porém, sabe olhar para além das dificuldades e catástrofes, abre-se para os grandes ideais que tornam a vida mais bela e digna.
Os Prelados terminam suas palavras recomendando: “Caminhemos na esperança!”. (JSG)
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