Alessia GIULIANI/CPP/CIRIC |
Cardeal Pietro Parolin: "Cristo orou pela unidade da Igreja. Há motivo para preocupação".
Desunião na Igreja: este desafio preocupa o cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano desde 2013, primeiro ano do pontificado de Francisco. Em entrevista transmitida no último dia 5 de abril pela rede católica espanhola COPE, o cardeal italiano falou sobre divisões que estão afetando a Igreja e sobre a perda de fé especialmente na Europa.
Ele afirmou:
“Quem vê a situação da Igreja hoje tem que ficar preocupado com essas coisas”.
E completou:
“Cristo orou pela unidade da Igreja. Há motivo para preocupação”.
Parolin falou abertamente de “divisões” e “oposições”, mas, ao mesmo tempo, alertou para os problemas de se usarem categorias políticas como “direita” e “esquerda” na Igreja porque são conceitos ideológicos que causam “muitos danos”.
Desunião na Igreja preocupa
A sombra da divisão já tinha sido enfatizada, poucos dias antes, também pelo cardeal Raniero Cantalemessa, pregador da Casa Pontifícia desde 1980. Na Celebração da Paixão de Cristo desta última Sexta-Feira Santa, ele deu uma forte homilia sobre as fraturas na Igreja e lançou um firme apelo pela unidade.
A unidade na Igreja implica, evidentemente, a comunhão com o Papa, reconhecido como sucessor de São Pedro. Esta premissa leva às análises sobre a falta dessa comunhão em países como a China, que, em decorrência da natureza do regime comunista, impede a liberdade religiosa e interfere drasticamente nas relações dos católicos com seus bispos e destes com o Papa. A respeito do acordo entre a Santa Sé e a China quanto à nomeação de bispos, Parolin afirmou:
“Tudo o que está sendo feito é para assegurar uma vida normal à Igreja na China. Não foram resolvidos todos os problemas que ainda existem e, provavelmente, demorará muito até serem resolvidos”.
Mas não é só a China que preocupa no tocante às divisões. A fé católica também sofre corrosão dramática na Europa laicista.
“Sinto profundamente a perda da fé na Europa, na nossa cultura, nos nossos países (…) Hoje em dia não podemos impor nada, mas devemos oferecer um testemunho coerente e credível de vida cristã”.
A propósito de renovar a vivência da fé mediante a força do testemunho prático, Parolin recordou que esta mesma situação foi vivida nos primeiros séculos da Igreja, quando os cristãos tiveram de começar a transformar uma sociedade em que os valores do Evangelho não existiam:
“Graças ao testemunho das primeiras comunidades, eles conseguiram mudar a mentalidade e introduzir os valores do Evangelho na sociedade daquela época”.
Aleteia
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