Santuário da Divina Misericórdia, Igreja de Santo Espírito em Sassia (reflexa photos) |
O
Papa Francisco presidirá, neste domingo (11/4), pela segunda vez, em forma
privada, a uma celebração Eucarística, por ocasião do dia dedicado à Divina
Misericórdia, culto promovido por Santa Faustina Kowalska, na igreja de Santo
Espírito em Sassia, ao lado do Vaticano. Em declarações ao Vatican News, o
reitor do Santuário da Divina Misericórdia, Padre Jozef Bart, disse: “Vivemos
tempos difíceis, mas este é um dia em que as graças fluem para toda a
humanidade”.
Debora Donnini/Manoel Tavares
“Sinto que a minha missão não terminará com a minha
morte, mas começará”. Estas palavras, escritas no Diário da Irmã Faustina
Kowalska, são realmente proféticas, à luz dos acontecimentos que se seguiram
após a volta para o Pai desta humilde freira. A ela Jesus se manifestou, com
visões, revelações, estigmas ocultos, obtendo a união mística com Deus e o dom
do discernimento de corações e profecias. A religiosa teve também experiências
místicas dolorosas durante a "noite escura da sua alma".
Faustina nasceu, em 1905, no seio de uma família de
camponeses, no vilarejo de Głogowiec, Polônia, e faleceu, em 1938, no convento
de Cracóvia-Łagiewniki, aos 33 anos, idade de Cristo. Durante a sua vida
trabalhou como cozinheira, jardineira e porteira, em várias Casas da
Congregação das Irmãs da Bem-Aventurada Virgem Maria da Misericórdia, à qual
pertencia. Mas, eram poucos os que sabiam da sua vida mística, exceto seus
confessores e, em parte, nas escolas secundárias. Hoje, a Mensagem da
Misericórdia, que Jesus lhe confiou, espalhou-se pelo mundo inteiro.
Uma festa desejada pelo próprio Jesus
Devido a esta Mensagem importante, São João Paulo
II instituiu, no dia 30 de abril de 2000, há 21 anos, - dia da canonização da
Irmã Faustina, - o Domingo da Divina Misericórdia, que se celebra no segundo
domingo da Páscoa, "Domingo in albis".
O próprio Jesus manifestou-lhe o desejo de
instituir uma festa em honra da sua Misericórdia: “Quero que a imagem, que você
vai pintar com o pincel, seja solenemente abençoada no primeiro domingo da
Páscoa. Este domingo deverá ser a festa da Misericórdia”, disse-lhe Jesus,
segundo i Diário da Irmã Faustina.
Por isso, na manhã deste “domingo in Albis”, o Papa
Francisco volta, como no ano passado, a celebrar uma Santa Missa, em privado, -
seguindo as normas anti-Covid - na igreja de Santo Espírito em Sassia, nas
proximidades do Vaticano. Ao término da celebração Eucarística, o Papa rezará a
oração mariana do “Regina Coeli”, diretamente do Santuário da Divina
Misericórdia.
O Papa Francisco será acolhido "com trepidação
e alegria", disse à Vatican News o reitor do Santuário, Padre Jozef Bart,
pois, neste ano, celebra-se o 90º aniversário da revelação da imagem de Jesus
Misericordioso à Irmã Faustina. O próprio Papa recordou este acontecimento
durante o Angelus, em 21 de fevereiro p.p., e, no dia seguinte, enviou também
uma mensagem ao Bispo de Plock. Ano passado, foram comemorados os 20 anos da canonização
de Santa Faustina e a instituição da Festa da Divina Misericórdia.
No dia 22 de fevereiro de 1931, o Senhor
manifestou-se à Irmã polonesa, Faustina, que assim escreveu no seu Diário:
“Jesus me disse para pintar uma imagem, segundo o modelo que eu via, com as
palavras abaixo “Jesus, eu confio em Vós”. Disse-me ainda que esta imagem
deveria ser venerada não só em sua capela privada, mas no mundo inteiro”.
A primeira imagem de Jesus Misericordioso foi
pintada em Vilnius, sob a orientação da Irmã Faustina. Porém, a imagem mais
conhecida é a que se encontra no Santuário da Divina Misericórdia, em
Cracóvia-Łagiewniki, pintada, segundo as instruções do diretor espiritual da
“Apóstola da Divina Misericórdia”, Padre Józef Andrasz.
O reitor do Santuário romano da Divina
Misericórdia, Padre Jozef Bart afirma: “Faustina não transmite uma imagem nova,
porque a mensagem da Misericórdia nada mais é do que o Evangelho de Jesus
Cristo Ressuscitado. Ela apenas retransmite esta nova luz a toda a Igreja,
cristãos e não cristãos”.
Recordando a profunda experiência que a religiosa
polonesa vivia com o Senhor, na dimensão da sua Misericórdia, Padre Bart
recorda os pedidos que Jesus lhe fazia: “A Misericórdia deve ser celebrada e
praticada na Igreja e a festa da Misericórdia celebrada no domingo da Páscoa”.
É precisamente neste dia em que se manifesta “a abundância dos frutos que
brotam da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, cujo fruto é a Misericórdia:
dia em que as graças descem sobre toda a humanidade”.
A Divina Misericórdia está renovando o mundo,
afirma o Padre Jozef Bart, recordando as palavras do Papa Francisco no
Santuário da Divina Misericórdia, ano passado. São João Paulo II, comentando o
ícone de Jesus misericordioso, afirmou: “Desta imagem nos transmite e propõe um
novo estilo de vida e partilha”.
Missa no Domingo da Divina Misericórdia 2020 |
Vacina misericordiosa contra o vírus
do egoísmo
O Reitor do Santuário romano, Padre Jozef Bart
observa ainda que “este culto crescente da Misericórdia de Deus, em suas várias
dimensões, ajuda realmente as pessoas contagiadas pela pandemia, mas é também
como uma vacina contra o vírus do egoísmo, que pode destruir a civilização do
amor”.
Destacando,
enfim, a concretude da Misericórdia, Padre Bart se detém sobre a devoção e o
vínculo de São João Paulo II, Bento XVI e Papa Francisco com a Misericórdia
divina. O Papa Wojtyla fez do seu Pontificado a imagem da Divina Misericórdia;
Bento XVI afirmou que as palavras "Jesus, eu confio em vós" são um
resumo da nossa fé cristã, a fé na omnipotência do amor misericordioso de Deus;
enquanto o Papa Francisco, artífice do Ano Santo da Misericórdia, abriu as portas
deste dom a toda a humanidade, segundo as palavras de João Paulo II, em 17 de
agosto de 2002, ao desejar que “a Misericórdia de Deus chegasse a todos os
habitantes do planeta”.
Vatican News
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