Vigília Pascal na Basíllica Vaticana | Vatican News |
“Aqui
está o anúncio de Páscoa que gostaria de deixar: é possível recomeçar sempre,
porque há uma vida nova que Deus, independentemente de todos os nossos
falimentos, é capaz de fazer reiniciar em nós”, disse Francisco na homilia da
Vigília Pascal.
Bianca Fraccalvieri - Vatican News
A Mãe de todas as vigílias: o círio pascal iluminou
a Basílica de São Pedro, na cerimônia presidida pelo Papa Francisco no início
da noite.
Devido à pandemia, nesta vigília pascal não foram
administrados batismos, mas foi feita a renovação das promessas batismais e as
leituras também foram reduzidas.
Na homilia, o Papa se concentrou sobre um versículo
do Evangelho proposto pela liturgia: “Ele precede-vos a caminho da Galileia; lá
O vereis” (16, 7). Para Francisco, aqui se encontra o convite da Páscoa:
"ir para a Galileia".
Recomeçar
Ir para a Galileia, explicou o Pontífice significa,
antes de mais nada, recomeçar.
“Aqui
está o primeiro anúncio de Páscoa que gostaria de deixar: é possível recomeçar
sempre, porque há uma vida nova que Deus é capaz, independentemente de todos os
nossos falimentos, de fazer reiniciar em nós.”
Deus pode construir uma obra de arte até a partir
dos escombros do nosso coração; a partir mesmo dos pedaços arruinados da nossa
humanidade, Deus prepara uma nova história.
Ele sempre nos precede, afirmou ainda o Papa. E
nestes meses sombrios de pandemia, “ouçamos o Senhor ressuscitado que nos
convida a recomeçar, a nunca perder a esperança”.
Novos caminhos
Ir para a Galileia significa também percorrer
caminhos novos, “é mover-se na direção oposta ao túmulo”.
Muitos vivem a «fé das recordações», como se Jesus
fosse um personagem do passado, constatou o Papa. Ao contrário, ir para a
Galileia significa aprender que a fé, para estar viva, deve continuar a
caminhar. Temos medo das surpresas de Deus, acrescentou o Pontífice, mas hoje o
Senhor nos convida a deixar-nos surpreender.
“Jesus não é um personagem ultrapassado. Ele está
vivo, aqui e agora.” Caminha conosco todos os dias, na situação que estamos
vivendo, nos sonhos que trazemos dentro de nós.
Confins geográficos e existenciais
Ir para a Galileia significa, além disso, ir
aos confins. Porque a Galileia é o lugar mais distante, explicou ainda
Francisco, onde Jesus começou a sua missão, dirigindo o anúncio aos excluídos.
“E hoje também é lá que o Ressuscitado pede aos
seus para irem. É o lugar da vida diária, são os caminhos que percorremos todos
os dias, são os recantos das nossas cidades onde o Senhor nos precede e Se
torna presente.
O convite final do Papa é que redescubramos a graça
da quotidianidade, reconhecer Jesus nas nossas «galileias», na vida de
todos os dias. Com Ele, a vida mudará. Com Ele, a vida recomeça. Porque,
para além de todas as derrotas, do mal e da violência, para além de todo
sofrimento e para além da morte, o Ressuscitado vive e guia a história.
“Irmã,
irmão, se nesta noite tem no coração uma hora escura, um dia que ainda não
raiou, uma luz sepultada, um sonho despedaçado, abra o coração maravilhado ao
anúncio da Páscoa: «Não tenha medo, ressuscitou! E o espera na Galileia».”
Vatican News
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