S. Pedro Chanel | Vatican News |
A missão: um sonho a ser realizado
Ao entrar para o Seminário, Pedro-Luís-Maria
dedicou-se com afinco aos estudos, mas ficou conturbado pela dúvida e incerteza
sobre a sua escolha de vida, que conseguiu superá-las com a oração, sobretudo à
Virgem.
Em 15 de julho de 1827, Pedro foi ordenado sacerdote e nomeado vice-pároco em
Ambérieu e, a seguir, pároco em Crozet. Porém, jamais deixou de nutrir seu
sonho de ser missionário. Por duas vezes consecutivas, pediu ao seu Bispo para
partir em missão, mas o pedido lhe foi negado.
No entanto, fez amizade com o Padre Jean-Claude Colin, que, com outros
sacerdotes diocesanos, fundou a Sociedade de Maria. Entre os principais
carismas da nova Congregação religiosa estava a obra de evangelização do mundo
não cristão. Pedro notou seu profundo vínculo com Maria e o ideal da missão.
Então, sentindo-se em casa, decidiu tornar-se Marista.
Da França à Oceania: a longa viagem
rumo ao mundo desconhecido
Em 1835, a Santa Sé pediu à diocese de Lyon para
enviar missionários à Oceania, um convite que envolveu também os Maristas. Os religiosos,
por sua vez, também aceitaram, mas pediram à Santa Sé que a sua Congregação
fosse aprovada primeiro. De fato, a aprovação da Sociedade de Maria ocorreu em
29 de abril de 1836.
Pedro foi um dos designados para partir em missão Pierre: emitiu seus votos
religiosos, em 24 de setembro, dia de Nossa Senhora das Mercês. Um mês depois,
aos 33 anos, partiu de Le Havre, com o Irmão Delorme: foi necessário mais de um
ano para chegar ao arquipélago de Hoorn e, depois, desembarcar na Ilha de
Futuna. Os dois sacerdotes apresentaram-se ao rei Niuliki, que lhes ofereceu
hospitalidade em sua própria casa. Desde então, Pedro começou a se adaptar aos
costumes da Ilha e a aprender a língua local.
Após um mês da sua chegada, em 8 de dezembro de 1837, celebrou, secretamente, a
primeira Missa na cabana que o rei mandou construir para ele e o Irmão Delorme.
Não podendo ficar escondido, por muito tempo, decidiu convidar o rei e seus
parentes para a Missa do Natal, à meia-noite do Natal, que foi uma grande
festa! A notícia da Missa natalina do Padre Chanel espalhou-se, logo, por toda
a Ilha, tanto que muitos foram até à cabana, transformada em Capela, pedir ao
missionário para repetir a celebração.
O primeiro mártir na Oceania
Com o passar do tempo, o Padre Pedro Chanel começou
a visitar as aldeias da Ilha, aproximar as pessoas, cuidar dos enfermos e
idosos, destacando-se por sua bondade e mansidão.
Em dois anos, tendo ficado muito conhecido em Futuna, muitos começaram a se
interessar pela religião do sacerdote; alguns, sentindo-se preparados, pediram
para ser batizados.
Entretanto, a fama dos religiosos começou a irritar o rei Niuliki, que, ao
temer pela sua autoridade, passou a impedir o ministério dos missionários, a
ponto de serem obrigados a deixar a Ilha. O soberano fez com que fossem
insultados, maltratados e roubados; mandou perseguir os catecúmenos e os
sacerdotes até ficaram sem ter o que comer. Não obstante, Pedro manteve sua
paciência e humildade e não desanimou.
Ao saber da conversão do seu filho primogênito, o príncipe Meitala, o soberano
entrou em pânico e, muito irado, reuniu os membros da família e decidiu mandar
matar o Padre Chanel, confiando a execução ao seu genro, Musumusu. Assim, em 28
de abril de 1841, o missionário foi massacrado, tornando-se o primeiro mártir
da Oceania.
Com esta execução, o rei prensava ter erradicado, definitivamente, a nova
religião da Ilha. Pelo contrário, no ano seguinte, outros missionários chegaram
a Futuna e construíram uma igrejinha no lugar do martírio. Em 1844, todos os
habitantes da Ilha já tinham se convertido ao Catolicismo.
Em 17 de novembro de 1889, o Papa Leão XII beatificou o Padre Pedro Chanel e,
em 12 de junho, o Papa Pio XII o canonizou, concedendo-lhe o título de
protomártir e padroeiro da Oceania.
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