S. Vincente Ferrer, Francesco del Cossa |
O grande Cisma do Ocidente
Em 1378, faleceu Gregório XI, o Papa
que, após 70 anos, levou novamente a sede papal de Avinhão para Roma. O
sucessivo Conclave, influenciado pelo descontentamento popular, cada vez mais
forte, elegeu o arcebispo de Bari, que se tornou Papa Urbano VI. No entanto,
ele se mostrou logo hostil para muitos cardeais, alguns dos quais fugiram e
elegeram outro Pontífice, Clemente VII, que voltou a se estabelecer em Avinhão.
Daí o Cisma.
Em torno dos dois Papas, nascem dois partidos políticos: os Estados se dividem
e a Europa cai em um período de profunda crise e incerteza, que durou quase 40
anos.
Em 1409, para resolver os contrastes entre os dois Papas, realizou-se um
Concílio, em Pisa, no qual foi eleito um terceiro Pontífice, Alexandre V. Este
foi o momento mais doloroso da história.
Somente com o Concílio de Constança, convocado em 1417, e mediante a
intervenção do Imperador Sigismundo, voltou-se à unidade com o novo Papa
Martinho V.
Em viagem pela Europa
Naquele contexto, em 1398, Vicente
Ferrer foi o confessor do Papa Bento XIII, em Avinhão. Em sonhos, o futuro
santo recebeu do Senhor a missão de partir, para pregar e evangelizar, por 20
anos, toda a Europa: da Provença ao Piemonte e Lombardia, mas, depois, voltou
novamente para a França e a Espanha.
Vicente se locomovia montado em um burro, sob a chuva e o sol, o calor do verão
e o inverno rigoroso; ele se protegia apenas com o hábito dominicano longo, que
também cobria seus pés descalços.
Vicente começou a ser seguido por clérigos e camponeses, nobres e teólogos,
homens, mulheres e crianças, aos quais pedia para seguir uma regra e usar um
hábito preto e branco. O que mais os atraía era a paixão, o fogo com o qual
Vicente pregava, alternando seus sermões com piadas, invectivas e anedotas de
viagem.
"O anjo do apocalipse"
Enquanto a situação da Igreja
piorava, as palavras de São Vicente Ferrer se tornavam proféticas, a ponto de
merecer o título de "Anjo do Apocalipse". De fato, acostumado com as
visitas do demônio, Vicente falava do iminente fim do mundo e dos eventos
prodigiosos que o precedem, do retorno de Elias e da necessidade de se
converter para salvar a própria alma. Suas afirmações causavam temor, mas não
deixava de lado a mortificação corporal, mediante o jejum contínuo e a privação
do sono, para dedicar mais tempo à oração.
São Vicente Ferrer morreu como viveu – em viagem - mas já era venerado como
Santo. A Ordem Dominicana o recorda em outra data: 5 de maio.
Vatican News
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