Ativista anti-aborto em frente à Suprema Corte dos EUA. (Foto de NICHOLAS KAMM / AFP) (AFP or licensors) |
Segundo
os bispos estadunidenses, admitir o financiamento público ao aborto é um
"fracasso do apoio que o Estado deveria dar à maternidade e equivale a
financiar "o desespero e a morte em vez da esperança e da vida".
Vatican News
“Nenhum membro da nossa grande nação é mais fraco,
mais vulnerável e menos protegido do que o bebê no ventre materno”. Foi o que
recordaram os bispos dos Estados Unidos em uma nota, em que pedem ao Congresso
para não aprovar a proposta contida no novo plano de orçamento federal para
abolir a emenda Hyde sobre o financiamento público ao aborto. A emenda,
introduzida em 1976 com apoio bipartidário e confirmada por sucessivos
governos, quer republicanos como democratas, proíbe o uso do dinheiro do
contribuinte para financiar o aborto, com exceção em casos de estupro, incesto
ou quando a vida da mãe estiver em risco.
Segundo os bispos estadunidenses, admitir o
financiamento público ao aborto é um "fracasso do apoio que o Estado
deveria dar à maternidade e equivale a financiar "o desespero e a morte em
vez da esperança e da vida".
“Todas as mulheres merecem receber fundos que lhes
permitam cuidar e alimentar seus filhos, para acolhê-los em um ambiente de amor
e estabilidade”, diz a declaração, assinada por Dom Joseph F. Naumann,
presidente da Comissão Episcopal para atividades pró-vida.
“Os fundos públicos – acrescenta ele - seriam
gastos muito melhor no apoio a mulheres com gravidez problemática e as novas
mães necessitadas, de modo que nenhuma mulher se sinta pressionada por dificuldades
econômicas para realizar um aborto”, acrescenta ela.
Neste sentido o apelo aos líderes políticos para
que trabalhem por um orçamento que “sirva verdadeiramente para construir o bem
comum de todos”: não somente, portanto, para a aprovação das numerosas medidas
propostas pela Administração em favor dos mais vulneráveis, que os prelados
apoiam, mas também para manter a emenda Hyde e as relativas disposições
"que protegeram milhões de crianças ainda não nascidas e mães em
dificuldade pela tragédia do aborto".
Os bispos estadunidenses já haviam expressado suas
preocupações pelo sinal verde para o financiamento público do aborto em março
passado - por ocasião da apresentação do "Plano de resgate americano"
do presidente Biden para reanimar o país após a pandemia de Covid-19 - quando
haviam advertido que abandonar a linha até então seguida por todas as
administrações após "um antigo acordo bipartidário de longa data que
respeita a consciência de milhões de americanos" levava ao risco de
"criar novas divisões" no país.
Uma primeira ruptura com os bispos havia ocorrido
em janeiro quando Biden, recém-empossado na Casa Branca, havia assinado um
decreto para permitir o envio de recursos públicos a organizações que promovem
e realizam o aborto em países em desenvolvimento, revertendo a chamada
"Política da Cidade do México" (Mexico City Policy) que separa
o aborto das atividades de planejamento familiar e, portanto, impede as ONGs
envolvidas em práticas de aborto de receber financiamento público dos Estados
Unidos. Uma disposição que os bispos rejeitaram, portanto, como "contrária
à razão, à dignidade humana e incompatível com o ensino católico".
A recordar que a "Política da Cidade do
México" foi restaurada pelo governo Trump, que em 2017 introduziu o Protecting
Life in Global Health Assistance – Plgha (Protegendo a Vida na
Assistência à Saúde Global, em tradução livre), estendendo esta política também
a grupos que promovem o aborto.
Vatican News Service - LZ
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