Charles de Foucauld | Vatican News |
O
Papa Francisco presidiu no Vaticano a celebração do Consistório público
ordinário para a votação das causas de canonização. A data deverá ser ainda
definida por causa da emergência sanitária. Cardeal Semeraro: "Eles
testemunharam Cristo com o dom da vida e o exercício da caridade".
Salvatore Cernuzi/Mariangela Jaguraba - Vatican
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O Papa Francisco presidiu, na manhã desta
segunda-feira (03/05), o Consistório Ordinário Público para a votação das
causas de canonização de sete beatos, duas mulheres e cinco homens. Dentre eles
está Charles de Foucauld, sacerdote francês, "pobre entre os pobres"
e "irmão universal", como ele mesmo se definia, que no início do
século passado plantou as sementes do Verbo divino no coração do Saara.
A data da canonização ainda deve ser
definida
"A data da canonização dos beatos ainda não
foi definida. O dia deve ser ainda decidido", disse o Pontífice na fórmula
em latim usada para os sete beatos cuja "vida cristã e santidade
exemplar" foram lembradas pelo Pontífice. A situação atual da emergência
de saúde devido ao coronavírus influenciou na decisão de marcar a canonização
numa data posterior.
Semeraro: "Os novos santos,
intercessores de graças e milagres"
"Estes beatos não só são admirados pelo povo
de Deus pelo esplendor de suas virtudes, mas também são invocados como
intercessores de graças e milagres", disse o Prefeito da Congregação das
Causas dos Santos, cardeal Marcello Semeraro, que depois da Hora Terça
apresentou ao Pontífice e aos cardeais reunidos na Sala do Consistório
"uma breve síntese da experiência humana e espiritual" dos sete
beatos e beatas que "em várias épocas e com diferentes vocações,
testemunharam, uns com o dom supremo da vida e outros com o exercício heroico
da caridade e das virtudes, a fecundidade da Páscoa de Cristo, fonte de
esperança".
Charles de Foucauld
Antes de se tornar "irmão Carlos de
Jesus", o jovem Charles, nascido em Estrasburgo, iniciou uma carreira
militar, seguindo os passos de seu avô que o havia criado quando ficou órfão de
seus pais aos 6 anos. O futuro beato deixou a fé de lado durante sua
adolescência, mas durante uma perigosa exploração no Marrocos, em 1883-1884,
despertou nele uma pergunta: "Deus existe?" "Meu Deus, se você
existe, deixe-me conhecê-lo", foi seu pedido, que já assumiu as
características daquela oração incessante que marcou toda sua vida. Voltando à
França, Foucauld partiu em busca e pediu a um sacerdote para instruí-lo. Depois
foi em peregrinação à Terra Santa e lá, nos lugares da vida de Cristo,
encontrou sua vocação: consagrar-se totalmente a Deus, imitando Jesus numa vida
escondida e silenciosa. Ordenado sacerdote aos 43 anos (1901), Charles de
Foucauld foi para o deserto argelino do Saara, primeiro para Beni Abbès, pobre
entre os mais pobres, depois mais ao sul para Tamanrasset com os Tuareg do
Hoggar. Viveu uma vida de oração, meditando continuamente a Sagrada Escritura,
no desejo incessante de ser para cada pessoa o "irmão universal".
Morreu aos 58 anos na noite de 1º de dezembro de 1916, assassinado por um bando
de saqueadores de passagem. Bento XVI o beatificou em 2005.
Lázaro
Primeiro leigo indiano a se tornar beato, Lázaro,
conhecido como Devasahayam, foi um pai de família e mártir. Filho de um brâmane
no reino hindu de Travancore, pertencia à alta casta dos guerreiros.
Converteu-se ao cristianismo quando adulto e recebeu o Batismo aos 33 anos.
Esta conversão foi considerada uma traição e um perigo para a solidez do reino.
Portanto, ele foi preso, humilhado e torturado por oficiais, que receberam
ordens para matá-lo. A acusação? Abjuração do hinduísmo. Bento XVI o inscreveu
na lista dos beatos em 2011.
Maria Francisca de Jesus
Anna Maria Rubatto, nascida no Piemonte, dedicou-se
durante anos à assistência aos pobres em Turim, à visita aos doentes no
Cottolengo e ao compromisso constante no Oratório de Dom Bosco. Fundou na
cidade de Loano, perto de Savona, o Instituto das Irmãs Terciárias Capuchinhas
e depois partiu para a América Latina, onde trabalhou arduamente para servir os
pobres. Em 1892, levou suas irmãs para Montevidéu no Uruguai e de lá, após
pouco tempo, para Argentina e Brasil. Por sete vezes, Madre Francisca
atravessou o Oceano para acompanhar e visitar suas filhas. Morreu em
Montevidéu, em 1904, e foi beatificada oitenta e nove anos depois por João Paulo
II, em 1993.
Maria Domenica Mantovani
Ela
foi a primeira superiora da Congregação das Pequenas Irmãs da Sagrada Família,
que ela fundou junto com o Beato Giuseppe Nascimbeni, seu guia espiritual, que
a queria como colaboradora para a fundação do Instituto. Ela foi uma figura
determinante no desenvolvimento do carisma e da espiritualidade. Consagrou toda
sua vida, até o final de seus dias, ao serviço humilde dos pobres, órfãos e
doentes. João Paulo II a declarou beata em 2003.
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