Pentecostes | Vatican News |
A
liturgia nos propõe celebrarmos Pentecostes, a vinda do Advogado, do Defensor,
o Espírito Santo, Consolador.
Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News
Em meio a essa barafunda em que vivemos, pessoas
das culturas, classes sociais, ideologias, raças, orientação sexual,
religiosidades, línguas, regimes políticos, tudo o mais variado e sem muita
conexão, ao contrário, tudo muito bem desconexo, vivemos perplexos e
atemorizados com nossa própria segurança, inclusive inseguros com nossa saúde e
vida, já que a pandemia causada pelo novo coronavírus foi politizada, sabendo
que a mudança de valores é grande e a incerteza, também.
Em meio a tudo isso, a liturgia nos propõe
celebrarmos Pentecostes, a vinda do Advogado, do Defensor, o Espírito Santo,
Consolador.
A primeira leitura extraída de Atos 2, 1-11, nos
fala de uma situação semelhante à nossa, que sofre a harmonização de todo o
ambiente, sem nivelar ou uniformizar a sociedade.
Todos são tomados pelo mesmo Espírito e “falam a
mesma língua”, ou seja, são concordes em tudo e transmitem essa união dos
corações, mantendo as características e contributos específicos de cada qual. E
a riqueza da criação se manifesta e é reconhecida e louvada por todos, já que
tudo e todos buscam a união e estão submetidos à vontade do Deus Altíssimo.
Existe o leque com sua riqueza de varetas, mas todas estão unidas em um ponto
que as une, sede da sabedoria, ética e de princípios que não as deixam se
perder.
A segunda leitura, 1Coríntios 12, 3-7.12-13 nos
traz a solução para conseguirmos o resultado proposto pela primeira leitura e
ansiado pela nossa realidade. A presença do Espírito Santo será nossa salvação,
a possibilidade de nos mantermos plurais, mas unidos em sociedade. “A
cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum”; diz o
versículo 7. Fomos batizados em um único Espírito! (13)
O
Evangelho, João 20, 19-23, deixa claríssima a vontade de Jesus para nós, que
tenhamos paz – nessa perícope, ele a dá pelo menos duas vezes – além de nos dar
o Espírito Santo e a missão de perdoar os pecados. O novo homem é criado para
restaurar o mundo conforme a vontade de Deus. Somos ou deveríamos ser os
alegres mensageiros da paz, do perdão, da reconciliação. Jesus, antes de dar a
missão de perdoar os pecados, de reconciliar, sopra sobre os discípulos (22), o
que nos recorda Genesis 2, 7, a criação do ser humano. E essa nova sociedade, a
Igreja, é constituída para a missão de perdoar, de reconciliar, de trazer a
paz. Somos batizados para a nossa salvação. Por isso recebemos a vela acesa na
cerimônia do batismo, para sermos luz, para sermos pessoas que levantam o ânimo
de todos, pessoas para cima, com grande autoestima, porque portamos o Espírito
Santo, Aquele que faz nova todas as coisas!
Vatican News
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