Sta. Maria Madalena de Pazzi | Ordem do Carmo - Portugal |
Intenso período místico
Nos primeiros anos de vida monacal,
foi acometida por uma doença, que a impedia de se deitar, tanto que emitiu seus
votos religiosos sentada em uma cama, colocada diante do altar da Virgem. Desde
então, a futura Santa passou por um intenso período místico, que suas coirmãs o
descreveram, em uma coleção de vários volumes de manuscritos, entre os quais
“Os quarenta dias”, de 1584; “Os colóquios” e as “Revelationi e intelligentie”,
de 1585. Em suas crônicas, Maria Madalena exortava a retribuir o amor de Cristo
pelo homem, testemunhado pela Paixão.
A partir de 1586, no entanto, a monja passou por uma forte experiência de
sofrimento interior: privada do sentimento da graça, sentia-se como
"Daniel na cova dos leões", combatida entre provações e tentações,
que, depois, foram descritas no volume “Probazione”.
Compromisso com a renovação da Igreja
Naquele preciso momento difícil da
sua vida, Maria Madalena sentiu a necessidade de se comprometer com a renovação
da Igreja, iniciada no Concílio de Trento. A religiosa começou a escrever
várias cartas ao Papa Sisto V, aos Cardeais e Arcebispos, inclusive o de
Florença, Dom Alessandro dos Médici (futuro Papa Leão XI).
Em suas missivas, a Santa reiterava a necessidade de uma "renovação da
Igreja", também para combater a "tepidez" de tantos batizados.
No total, as suas missivas - ditadas em momentos de êxtase e, talvez, jamais
enviadas - foram doze. Nelas, Madalena afirmava, com coragem, escrever
"como esposa e não como serva de Deus”, e agir para um aprofundamento
teologal de uma aliança esponsal com o Senhor, rica de um amor puro e sem
comparação como o amor do Filho.
"Venham amar o Amor!"
Em 1590, terminou o período obscuro
de Maria Madalena. Com energias renovadas, decidiu dedicar-se à formação das
Noviças, tornando-se seu ponto de referência.
"Venham amar o Amor!", pedia às coirmãs, exortando-as a difundir o anúncio
do amor de Deus por todas as criaturas. Logo a seguir, porém, adoeceu
gravemente de tuberculose: padeceu, por três anos, de sofrimentos atrozes, que
a obrigaram a se retirar da vida ativa da comunidade e a mergulhar,
completamente, no "puro sofrimento", por amor a Deus.
Santa Maria Madalena de Pazzi faleceu em 25 de maio de 1607, com apenas 41
anos.
A centralidade da Trindade
A fama de santidade de Maria Madalena
já havia se espalhado, tanto que, em menos de vinte anos da sua morte, em 1626,
o Papa Urbano VIII a proclamou Beata. Papa Clemente IX a canonizou, em 28 de
abril de 1669.
Hoje, seus restos mortais – incorruptíveis - descansam no mosteiro a ela
dedicado no bairro Careggi de Florença.
À grande mística florentina deve-se a centralidade da Trindade, na vida
espiritual e eclesial, e a vida de experiência interior, como profundo amor a
Deus. Porque, enfim, Maria Madalena de Pazzi era uma grande apaixonada pelo
Amor.
Vatican News
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