Dionísia foi uma das muitas vítimas cristãs das perseguições romanas dos primeiros séculos. Nasceu na Anatólia, Turquia, em 234. Na época o imperador Décio, intolerante ao Cristianismo, fazia muitos mártires tendo mandado matar o Papa Fabiano. Na Ásia Menor, seu procônsul Ottimo seguia diligentemente as suas ordens.
Assim prendeu os irmãos André e Paulo, e os amigos Pedro e Nicômaco, torturando-os para que negassem o Cristo. Dionísia acompanhou de perto a prisão deles, e pôde presenciar a apostasia de um só deles; Nicômaco: este, liberto, e a ponto de sacrificar aos deuses pagãos como lhe fora exigido, caiu subitamente no chão, tomado por convulsões, e morreu. A isto, ela chorou, comentando que ele perdera a vida eterna por alguns poucos momentos de vida terrena...
Quando presa foi levada ao tribunal e declarou-se cristã, e diante da ameaça de Ottimo respondeu que o seu Deus era muito mais poderoso do que o dele. Era uma donzela de 16 anos, e o procônsul a entregou à soldadesca para ser violentada. Mas os legionários, miraculosamente, permaneceram estáticos, impedidos de tocá-la.
Chegou o momento em que André e Paulo foram retirados da prisão para serem mortos na arena. Dionísia conseguiu escapar da sua própria cela e, juntando-se a eles, teria dito: “Eu partilhei os vossos sofrimentos no coração, por isso poderei partilhar a vossa glória no Céu.” Os soldados romanos a decapitaram. O martírio de Dionísia, Pedro, Paulo e André aconteceu em Lâmpsaco, no Helesponto, atual Turquia, aos 15 de maio de 250.
Entre as relíquias de Dionísia, conserva-se uma jarra contendo o seu sangue cristalizado, na igreja da Abadia de Flône, Bélgica.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
Impressiona sempre a firmeza dos primeiros mártires católicos, sobretudo porque incluíam não apenas varões, mas crianças, idosos, mulheres e jovens, cuja fragilidade e impossibilidade de defesa deveria antes enternecer os corações dos algozes, e que a covardia dos que perseguem a Deus parece que, ao contrário, estimulavam na maldade. Esta coragem e tão firme convicção na recompensa do Paraíso seriam a atitude esperada também para nós… e contudo não é difícil ficarmos abatidos com a perseguição verbal e moral, muitas vezes a ponto de não termos reagirmos adequadamente. Mas, como esclareceu Santa Dionísia diante do procônsul, nosso Deus é de fato mais poderoso. Diante da ameaça de morte por causa da Fé, seríamos como ela ou Nicômaco? Por mais alguns momentos nesta vida terrena e inevitavelmente passageira, perder a vida eterna! Várias outras santas, como por exemplo Joana d’Arc, viram sua castidade ameaçada, e foram miraculosamente resguardadas. Não é pequeno o valor que Deus dá à pureza e castidade. Que contraste para com os nossos tempos, de imoralidade e depravação exacerbadas e exaltadas, aceitas e incentivadas, inclusive para com a infância. Na medida em que Deus valoriza e preserva a pureza, assim será a gravidade da Sua punição por estes pecados. Aos católicos, além da rejeição a estas perversidades em todos os âmbitos, espera-se – Deus mais do que todos – um vestuário e comportamento decente. Como educar os filhos na castidade, se nas igrejas, diante do Santíssimo, vê-se mulheres católicas com roupas indecentes, e homens de chinelos e bermuda, como num boteco? Serão todos tão pobres que não podem usar roupas minimamente dignas?
Oração:
Senhor Deus, de bondade mas também de infinito poder, concedei-nos por intercessão de Santa Dionísia e seus companheiros mártires a alegria de partilhar corajosamente os Vossos sofrimentos nesta Terra, para podermos também partilhar da Vossa Glória no Céu, cristalizando o nosso sangue junto ao do Redentor, de modo a que se tornem, por Vossa graça e amor infinitos, inseparáveis nos trabalhos e na recompensa. Pelo mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
Fonte: https://www.a12.com/
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