"Cuidar da Casa Comum" | Vatican News |
“Não
se trata de questões meramente políticas ou econômicas, mas de uma questão de
justiça que não pode mais ser ignorada ou adiada, é uma obrigação moral para
com as gerações futuras". Palavras do Observador Permanente da Santa Sé
junto às Nações Unidas em Genebra.
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O Arcebispo Ivan Jurkovič, Observador Permanente da
Santa Sé junto às Nações Unidas em Genebra, participou do Colóquio
Internacional sobre Migrações, realizado pela Organização Internacional para as
Migrações. Durante a sessão de terça-feira (25) afirmou: “A mudança climática e
suas consequências sobre as migrações têm 'um rosto humano' e colocam questões
às quais toda a comunidade internacional deve responder de forma "coletiva
e coordenada". O tema do encontro, "muito caro ao Papa Francisco",
sublinhou o prelado foi: "Rumo à Cop26: Acelerar as ações para enfrentar a
migração e o deslocamento no contexto das mudanças climáticas e
ambientais".
https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2021/05/26/15/136062682_F136062682.mp3
Pandemia e Clima
O Arcebispo então fez uma comparação entre a
pandemia da Covid-19 e a crise climática: enquanto a primeira "chegou
inesperadamente", disse, a segunda "vem se desenvolvendo há anos; no
entanto, não foi abordada até recentemente", de modo que agora "suas
consequências paralisantes já são uma realidade para milhões de pessoas em todo
o mundo". Mas é essencial lembrar uma coisa, reiterou o prelado: "A
mudança climática ocorre em toda parte, mas a capacidade de responder e se
adaptar a ela varia muito". Os mais afetados "de modo desproporcional"
são "os mais pobres e os mais vulneráveis". Neste sentido, portanto,
"é fundamental reconhecer que a crise climática tem um rosto humano",
o de "pessoas forçadas a fugir de seu ambiente natural por ter se tornado
inabitável".
Desacordo com a Casa Comum
Entre outras coisas, Dom Jurkovič acrescentou, este
"pode parecer um processo inevitável da natureza", mas na realidade
"a deterioração do clima é muitas vezes o resultado de escolhas erradas,
atividades destrutivas, egoísmo e negligência que colocam a humanidade em
desacordo com a Criação, nossa casa comum". Por sua "própria natureza
e magnitude", disse o Observador Permanente, "a realidade humana da
migração" e "a questão da mudança climática" exigem "uma
resposta coletiva e coordenada da comunidade internacional". Nenhum Estado,
de fato, "pode administrar as consequências sozinho", e todos os
países "estão de algum modo afetados".
Portanto, tendo em vista a 26ª Conferência das
Partes das Nações Unidas sobre Mudança Climática, programada para Glasgow,
Reino Unido, em novembro próximo, o Arcebispo observou que "é imperativo
abordar a dimensão humana da mudança climática sem mais delongas", porque
- como o Papa Francisco lembrou recentemente - "há uma dívida ecológica
que devemos à própria natureza, bem como aos povos e países afetados pela
degradação ambiental causada pelo homem e pela perda da biodiversidade".
Não
se trata, portanto, de "questões meramente políticas ou econômicas",
destacou ainda o Observador Permanente, "mas de questões de justiça, uma
justiça que não pode mais ser ignorada ou adiada", pois envolve "uma
obrigação moral para com as gerações futuras". A seriedade com que
respondemos a estas perguntas", concluiu o prelado, "moldará o mundo
que deixaremos para nossos filhos".
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