Os líderes dos países mais ricos do mundo durante sessão do G7 |
Na
sexta-feira teve início a Cúpula do G7, em andamento até o domingo, no Condado
britânico de Cornwall. Muitos pronunciamentos e debates sobre os principais
temas internacionais. Apelo da Caritas Internationalis em favor dos países mais
vulneráveis. Na recepção aos participantes, presente a Rainha Elizabeth e a
família real.
Isabella Piro – Vatican News
Cancelar a dívida dos países pobres e reinvestir
esses recursos na retomada da economia atingida pela Covid-19 e na luta contra
as mudanças climáticas: este é o apelo lançado pela Caritas
Internationalis ao G7, que desde a sexta-feira, 11, até o
domingo 13 junho, vê os representantes dos 7 países economicamente avançados do
mundo reunidos em Carbis Bay, Cornwall: são eles Reino Unido, Itália, Canadá,
França, Alemanha, Japão e Estados Unidos. Também participam líderes europeus e
os países convidados Índia, Coreia do Sul, Austrália e África do Sul.
“A Covid-19 - explica em uma nota o
secretário-geral da Caritas Internationalis, Aloysius John, -
colocou em evidência as crescentes injustiças sociais no mundo de hoje.
Eliminá-las deve ser a única forma de reconstruir o futuro”.
Neste sentido, a organização de caridade recorda as
dramáticas consequências da dívida para as populações dos países em
desenvolvimento: na Zâmbia, por exemplo, a dívida representa 45 por cento do
orçamento anual do governo. Os poucos recursos disponíveis, portanto, não são
suficientes para "fortalecer o sistema nacional de saúde" diante da
emergência provocada pelo coronavírus que, até hoje na nação africana, deixou
um rastro de 106 mil contágios e mais de 1.300 mortes.
“Mais uma vez – acrescenta Aloysius John - a Caritas Internationalis faz
ouvir a sua voz para ecoar o grito dos mais pobres”. Assim, a exortação ao G7
para estar "na vanguarda da resposta à Covid-19, para assim apoiar quer as
pessoas mais afetadas pela pandemia, como uma retomada justa e
sustentável", cujo primeiro passo "é garantir que todos os pagamentos
da dívida sejam cancelados, incluindo os credores privados”.
Há a previsão, de fato, de que "somente os
governos africanos paguem 23,4 bilhões de dólares em reembolsos de dívidas a
credores privados em 2021, ou seja, mais de três vezes o custo de compra de
vacinas para todo o continente".
Especificamente, o organismo internacional de
caridade apresenta quatro pedidos aos membros do G7: além de interromper o
pagamento da dívida a credores privados, a primeira instância pede o esforço
dos governos do G7 de "explorar opções legislativas que incentivem os
credores privados a participarem em iniciativas de redução da dívida".
O segundo é um apelo ao Grupo dos 7 para
"mobilizar financiamentos para responder às necessidades imediatas
levantadas pela Covid (fortalecimento dos sistemas de saúde, redes de segurança
social, acesso a vacinas) e apoiar uma retomada justa e ecológica, sem agravar
a crise da dívida no Sul do mundo".
O terceiro pedido, por outro lado, diz respeito “à
nova emissão de Direitos de Saques Especiais (Special Drawing Rights,
DSP), para que os países menos desenvolvidos tenham um maior apoio e o seu
endividamento não aumente”. Os DPS, de fato, não são uma moeda propriamente
dita, mas sim um direito de adquirir uma ou mais das 'moedas utilizáveis
livremente' mantidas nas reservas oficiais dos países membros do Fundo
Monetário Internacional (FMI).
Por fim, a última exortação é demonstrar que o G7
“está levando a crise climática a sério, prometendo acabar com os subsídios
para os combustíveis fósseis”.
Fonte: Vatican News Service - IP
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