Cardeal Luis Antonio Tagle. Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa |
Vaticano, 16 jun. 21 / 12:04 pm (ACI).- Em algumas partes do mundo, o primeiro passo para a evangelização é por meio de “atos concretos de amor”, disse o cardeal Luis Antonio Tagle, prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos e presidente da Caritas Internationalis, no dia 15 de junho.
Num encontro com jornalistas na sala de imprensa da Santa Sé por ocasião do encerramento da campanha “Compartilhe a viagem” (“Share the Journey”), o cardeal Tagle falou sobre essa iniciativa lançada em 2017 pela Caritas Internationalis com o desafio de “difundir uma nova cultura em todo o mundo, uma cultura viva de encontro, uma nova visão da acolhida do migrante como pessoa humana”.
O cardeal filipino disse que “em algumas partes do mundo, o primeiro passo para a evangelização, para tornar Jesus conhecido, para fazer conhecer a mensagem do Evangelho do amor, são os atos concretos de amor”. Devemos “dar graças a Deus” pela “liberdade para anunciar, verbalizar, articular o Evangelho” em algumas partes do mundo.
Tagle contou que, durante uma visita a um campo de refugiados no Líbano, alguns refugiados lhes perguntaram: “por que vocês estão fazendo isso por nós? Por que vocês pensam em nós?”, Logo, uma menina se aproximou e disse: “O seu Deus é lindo”.
O cardeal enfatizou a “interligação” entre o trabalho da Caritas e a evangelização. Assim como a Caritas Internationalis trabalha unida ao Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, ela também “tem outro parceiro ('partner'), que é a Congregação para a Evangelização dos Povos”, disse Tagle.
Para o cardeal, é preciso “não ficar satisfeito em só ver os emigrantes, mas olhar para eles com compaixão; não apenas ouvir a sua voz, mas escutar os seus gritos e preocupações; não apenas passar por eles, mas parar, como o bom samaritano, e experimentar um momento de comunhão com eles”.
O cardeal também afirmou que, “num momento em que a covid-19 deve nos levar a ser mais solidários, em que os Estados estão cada vez mais preocupados com seus próprios cidadãos, existe o risco do egoísmo” que “sempre está presente”. Por isso, ele assegurou que campanha global da Caritas Internationalis mostrou a necessidade de “continuar compartilhando o caminho com os migrantes, algo que hoje é ainda mais necessário”.
Ao final da entrevista, o cardeal revelou que o fato de partilhar experiências com alguns migrantes e refugiados lhe fizeram lembrar “a sua origem migratória”, e que nos seus rostos pôde ver o seu avô chinês, “que deixou a sua pátria, a sua cultura e a sua segurança social para buscar outras formas de sobrevivência”.
Fonte: ACI Digital
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