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O
Papa Francisco enviou uma mensagem à ONU por ocasião do lançamento hoje da
Década da Restauração de Ecossistemas, promovida pelas Nações Unidas. A
mensagem foi lida em vídeo pelo cardeal Parolin: a degradação "é um claro
resultado da disfunção econômica".
Debora Donnini/Mariangela Jaguraba – Vatican News
Com criatividade e coragem, tornemo-nos uma
"geração da restauração" para os ecossistemas. "Restaurar a
natureza que danificamos", na verdade, significa em primeiro lugar,
restaurar "a nós mesmos".
Esta é a exortação do Papa numa videomensagem lida
em inglês pelo secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, dirigida a Inger
Andersen, diretora executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(PNUMA), nesta sexta-feira (04/06), e a Qn Dongy, diretor-geral do Fundo das
Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). O foco é o Dia Mundial
do Meio Ambiente que será celebrado neste sábado (05/06). É uma celebração
especial porque se realiza no ano em que começa a Década da Restauração de
Ecossistemas, promovida pelas Nações Unidas.
Pouco tempo, não continuar com a
destruição
"Temos pouco tempo", dizem os cientistas,
"para restaurar o ecossistema". Daí a importância de assumir
compromissos de dez anos, intensificando os esforços para reverter a degradação
dos ecossistemas, que foram explorados por muito tempo. "Corremos o risco
de inundações, fome e graves consequências para nós e para as gerações
futuras". Por isso, é necessário "cuidarmos uns dos outros e dos mais
vulneráveis entre nós". "Injusto e insensato" é continuar no
caminho da destruição do homem e da natureza. "Isto é o que uma
consciência responsável nos diria", enfatiza o Papa na mensagem.
Responsáveis com as gerações futuras
Portanto, é necessário agir "com urgência"
para nos tornarmos administradores cada vez mais responsáveis com as gerações
futuras: todos nós fazemos parte do "dom da criação", como nos lembra
a Bíblia. Esta interconexão com referência à ecologia integral é o fio condutor
da mensagem de Francisco, na qual é mencionada várias vezes a Laudato si'.
Muitas advertências
Olhando ao redor, vê-se de fato uma crise que leva
à crise, à destruição da natureza, "assim como uma pandemia global que
leva à morte de milhões de pessoas", mas também as consequências injustas
de alguns aspectos de nossos sistemas econômicos atuais e de numerosas crises
climáticas catastróficas "que produzem graves efeitos nas sociedades
humanas e até a extinção em massa das espécies". São "muitas" as
"advertências" que impelem a tomar medidas urgentes. Estas incluem a
"Covid-19 e o aquecimento global". Em termos concretos, espera-se que
a COP26 sobre as mudanças climáticas, que será realizada em Glasgow, na
Escócia, em novembro próximo, ofereça as respostas justas. Outra frente importante
sobre a qual intervir é a dos sistemas econômicos. Precisamos rever o modelo de
desenvolvimento atual, destacando o ponto-chave de que "a degradação do
ecossistema é um resultado claro da disfunção econômica".
A esperança de um compromisso
renovado
Apesar
da preocupação, há esperança. A tecnologia pode ser direcionada para um
progresso mais saudável. Há também um novo compromisso por parte de Estados,
autoridades e sociedade civil, voltado para a promoção da ecologia integral. A
palavra-chave é o conceito "multidimensional", que "exige uma
visão a longo prazo", evidenciando também a inseparabilidade entre
"preocupação pela justiça natural para com os pobres, compromisso com a
sociedade e paz interior", ressalta o Papa na mensagem, exortando a todos
a assumirem responsabilidade para consigo mesmo, para com o próximo, a criação
e o Criador.
Fonte: Vatican News
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