Cardeal Parolin e a Prefeita da Cidade do México Claudia Sheinbaum |
O
Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, em visita ao México, celebrou
ontem a Missa no Santuário Nacional da Virgem de Guadalupe: precisamos de uma
fé coerente e ativa "contra todo desânimo, medo e confusão".
Vatican News
A realidade da pandemia, que atingiu o mundo
inteiro, "fez sentir nossa fragilidade humana, paralisando nossas
atividades, afetando nossa saúde e causando o luto em muitas famílias, na
aparente ausência de Deus". Diante da imagem da Virgem de Guadalupe, no
famoso Santuário nacional da Cidade do México, neste último domingo, 20 de
junho, o Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado, recordou o sofrimento,
as expectativas e as esperanças da humanidade atingida pela emergência
sanitária da Covid-19.
No meio de tantas provas, o cardeal disse em sua
homilia em espanhol, "a Igreja, como família de famílias, procurou estar
próxima, acompanhar, rezar, interceder por tantas pessoas profundamente feridas
não só no corpo, mas também no espírito". Também hoje, acrescentou, "nossa
súplica sobe aos ouvidos de Deus como um grito quase de desafio: Senhor, onde
estás? Mestre, por dormes", acrescentou, retomando as palavras do
Evangelho dominical centradas no episódio da tempestade acalmada por Jesus.
O Senhor, salientou o secretário de Estado,
"fez sentir sua presença mais uma vez através da generosidade e do serviço
de tantas pessoas boas que nos ajudaram espiritual e fisicamente, pessoas que
souberam compartilhar, que nos acompanharam em oração". Mesmo neste tempo
de provação - comentou - o Senhor fez com que o conhecêssemos, levantou-nos,
nos está levantando, para construirmos juntos o futuro das nossas comunidades e
do mundo inteiro". Diante da "Imperatriz das Américas", o
celebrante se referia ao "barco agitado pelos ventos e pelas ondas, como a
situação do México, e de muitos outros países latino-americanos, que vivem
assim há muitos anos: desigualdade social, pobreza, violência do crime
organizado, divisão por razões políticas, sociais e até mesmo religiosas".
Um México, explicou ele, que "precisa
reconciliar-se consigo mesmo, encontrar-se como irmãos, perdoar-se mutuamente,
unir-se como sociedade, superando a polarização". Um México, disse o
cardeal, que "sabe olhar para sua história para não esquecer a grande
riqueza de suas raízes e o legado de valores que forjaram sua identidade
durante muitas gerações". Portanto, como crentes, "podemos afirmar
que o encontro com Jesus Cristo foi e continua sendo o presente mais precioso e
transcendente para os povos e culturas desta nação e do continente
americano".
Também
porque, observou, a nação mexicana "esforça-se para abrir melhores
caminhos para o futuro, um futuro de reconciliação e harmonia". Por esta
razão, o Secretário de Estado pediu um renascimento e um aprofundamento da fé
nesta terra. "Também precisamos da fé que Jesus nos pede no Evangelho de
hoje", insistiu ele, "contra todo desânimo, medo e confusão".
Precisamos da fé de Maria, o que a torna grande, abençoada, como a sua prima
Isabel a saudou: Abençoados sejam vocês que acreditaram". Uma fé
profunda, "convencida, consistente e ativa, que se transforma em
testemunho de vida, tanto pessoal quanto comunitária, porque - como sabemos - a
separação e às vezes a contradição entre fé e vida é um dos escândalos mais
sérios que os cristãos podem dar ao mundo", concluiu ele.
Fonte: Vatican News
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