Mahira Bergallo Brzezicki, atleta paralímpica de Tóquio 2021. Cortesia: Mahira Bergallo. |
REDAÇÃO CENTRAL, 20 jul. 21 / 11:05 am (ACI).- A atleta argentina Mahira Bergallo Brzezicki participa dos Jogos Paraolímpicos de Tóquio com a certeza de que a competição é uma resposta de Deus.
Mahira sairá da cidade de Oberá, na província de Misiones, e viajará até a capital do Japão para a competição que reúne centenas de atletas com algum tipo de limitação física. Os Jogos Paraolímpicos de Tóquio acontecerão entre os dias 24 de agosto e 5 de setembro.
Nascida com paralisia cerebral, ela representará a Argentina na modalidade de arremesso de peso. Viajará cheia de confiança em Deus e acompanhada de uma “pulseirinha com uma cruz”, sinal da sua fé inabalável.
A convocação para participar nos jogos indicação foi uma “surpresa” para Mahira. Ela recebeu um comunicado da Federação Argentina de Atletas com Paralisia Cerebral na última semana de junho. Desde então, a rotina de Mahira combina os estudos universitários na faculdade de Comunicação Social, treinos intensos e a participação no grupo jovem da renovação carismática.
Em conversa com a ACI Prensa, Mahira explicou que não imaginava a “tremenda notícia”, já que em sua vida sempre se propôs “metas pequenas” devido à sua condição física.
Nascida em 22 de agosto de 2001, com seis meses de gestação, Mahira teve um parto complicado. Sua irmã gêmea nasceu primeiro e ela, devido à falta de oxigênio, sofreu uma paralisia cerebral. Sem contar com médicos especialistas para um melhor diagnóstico, a família pensou que sua leve deficiência era um problema hereditário. A mobilidade de Mahira ficou afetada, mas não seu intelecto. Ela começou a andar apenas aos 4 anos.
No colégio, enquanto tentava superar o bullying, começou a praticar o esporte com certa dificuldade. Só aos 14 anos, os especialistas diagnosticaram seu problema com mais exatidão. Desde então, ajudaram Mahira a canalizar seu entusiasmo e dedicação a um esporte adaptado.
Foi difícil para Mahira aceitar, mas “com os anos, escutando as histórias de meus outros companheiros, consegui entender e estou orgulhosa de ser quem sou”, afirmou Mahira. No caminho, a atleta aferrou-se à sua família. Além dos pais, sua irmã gêmea, seu irmão mais novo e sua avó “nunca” a “trataram diferente”.
Ela também agradece ao grupo de atletismo. “E ao meu treinador que é como um pai e que me ajudou a superar muitas coisas, às amizades e às pessoas que se foram cruzando em minha vida. Me ajudaram a entender que essa era eu e encontrei a outra Mahira que não conhecia".
"Me apego muito à fé”, diz Mahira, “Deus ocupa um lugar muito grande em minha vida. Deus me encaminhou e Ele me guiou até onde estou hoje".
"Eu sempre dizia a Deus que me mostrasse quem era. Quando eu era pequena, perguntava-me quem eu sou, para o que estou neste mundo, e Ele mostrou-me coisas que só Dele podem vir".
"Hoje já sei qual é o meu caminho e por onde devo seguir e mais do que feliz por confirmá-lo. Acho que isto é e era o que estava esperando, e é ainda melhor", refletiu.
É esta experiência de vida que Mahira Bergallo procura transmitir aos jovens que acompanha na Capela Nossa Senhora de Fátima, na Diocese de Oberá, todos os fins de semana. Ela e sua irmã gémea guiam e acompanham um grupo de oração juvenil. "Eles são como meus irmãos, se preocupam com minha saúde, com meus horários, inclusive me ajudarão com as coisas da viagem", disse.
O esporte mudou a vida de Mahira. "Está em minha vida cotidiana, tudo se relaciona com ele, está incorporado e já não posso deixar de treinar. E se já não puder competir, acho que me dedicarei ao jornalismo especializado em esporte".
Mahira valoriza o esporte como atividade preventiva de vícios e necessária para tantos jovens que hoje buscam um rumo. Ele também destacou os esportes que são promovidos nos espaços da sua paróquia, que ajudam muitos a conhecer a Deus. "Eles vão sendo incluídos e já sabem que têm um lugar em nossa comunidade".
Fonte: ACI Digital
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