S. Elias, profeta, sec. XIII-XIV | Vatican News |
SANTO ELIAS, PROFETA
Precursor de São João Batista
Elias, homem virtuoso e austero,
usava um manto de pele de camelo, sobre um simples avental, amarrado na
cintura, prefigurando, oito séculos antes, o profeta João Batista. Com um
coração de guerreiro e uma inteligência refinada, unia, em sua alma, o fogo
ardente da fé com o zelo pelo Senhor, tanto que São Crisóstomo o definiu
"anjo da terra e homem do Céu". Séculos depois, o Catecismo da Igreja
Católica o apresentou como modelo de vida cristã e de paixão por Deus,
"Pai dos Profetas da geração dos que buscam a Deus, que buscam o seu Rosto"
(CCC, 2582).
Luta contra os seguidores de Baal
Um exemplo extraordinário da força
profética de Elias encontra-se no primeiro Livro dos Reis (cap. 18), que narra:
“nos dias do rei Acabe, Israel se sujeitava à sedução da idolatria”; de fato,
adorava Baal porque achava que fazia chover e, portanto, ajudava a fertilidade
dos campos, o gado e o gênero humano. Para desmascarar esta crença enganosa,
Elias convocou o povo no Monte Carmelo e o colocou diante de uma escolha:
seguir o Senhor ou seguir Baal. Assim, o profeta convidou mais de 400 idólatras
a um confronto: cada um devia oferecer um sacrifício e rezar para que seu deus
se manifestasse. Quem respondeu, de modo inequívoco, foi o Senhor "Deus de
Abraão, de Isaque e de Israel": Ele aceitou a oferta de sacrifício,
preparado por Elias, sobre um altar, constituído de doze pedras, “segundo o
número das doze tribos dos filhos de Jacó, que o Senhor havia chamado
Israel". Assim, diante da evidente Verdade, o coração do povo se
converteu. Ao contrário, Baal ficou calado e impotente, porque – segundo o
ensinamento de Elias - "a verdadeira adoração a Deus é oferecer-se a Deus
e aos homens; a verdadeira adoração é o amor, que não destrói, mas renova e
transforma". (Bento XVI, Audiência geral, em 15 de junho de 2011).
Encontro com o Senhor no Monte Oreb
O profeta, porém, teve que enfrentar
uma nova provação: ele, que lutou tanto pela fé, teve que escapar da ira da
rainha Jezabel, esposa idólatra de Acabe, que queria a sua morte. Exausto e
atemorizado, Elias pediu a Deus para morrer, caindo em um sono ininterrupto. No
entanto, um anjo o despertou e lhe pediu para subir ao monte Oreb para um
encontro com o Senhor. O profeta obedeceu e caminhou, por 40 dias e 40 noites,
até chegar à meta: uma caminhada que representa a metáfora de uma peregrinação
e a purificação do coração rumo à experiência de Deus.
O silêncio sonoro
Segundo as perspectivas, o encontro
com o Senhor ocorreu, mas não de modo extraordinário: Deus se manifestou em
forma de uma brisa leve, como um "silêncio sonoro delicado" - como o
Papa Francisco explicou na homilia da Missa, na Casa Santa Marta, em 10 de
junho de 2016 -: exortando Elias a não desanimar, mas a voltar atrás para
cumprir a sua missão. Então, o profeta cobriu o rosto com as mãos, em sinal de
adoração e humildade, e obedeceu ao pedido de Deus, porque entendeu o seu
valor: o valor da provação, da obediência e da perseverança.
Daí, Elias desafiou, novamente, Acabe e Jezabel, que haviam invadido a terra de
um camponês, profetizando terríveis desventuras, se não se arrependessem. O
profeta também aliviou o sofrimento e a miséria de uma viúva, dando-lhe de
comer e curando seu filho em fim de vida.
Quando Elias cumpriu a sua missão, desapareceu, subindo ao céu em uma carruagem
de fogo, entrando na infinidade daquele Deus, que havia servido com tanta
paixão. Seu manto permaneceu na terra, destinado ao discípulo Eliseu, como
sinal de investidura.
Zelo profético
Hoje, a Ordem religiosa dos Eremitas
do Monte Carmelo, representa este grande Profeta, em seu brasão, em forma de escudo:
com um braço, segura uma espada de fogo e uma fita com as palavras "Zelo
zelatus sum pro Domino Deo exercitum", ou seja, "repleto de zelo pelo
Deus dos exércitos".
Fonte: Vatican News
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