São Charbel Makhlouf
São Charbel é um santo popular pelos milagres que Deus fez (e faz) por sua intercessão.
“São Charbel Makhlouf”: Eis o título do livro escrito pelo Pe. Ángel Peña, O.A.R (Ordem dos Agostinianos Recoletos), do Peru, que, traduzido para o português, foi publicado pela Cultor de Livros.
A obra, após breve introdução, contextualiza a história social, política e religiosa do Líbano, país de São Charbel Makhlouf (1828-1898), eremita-sacerdote da Ordem Libanesa Maronita. Daí a questão: quem são os maronitas? – Lê-se, na página 11, que: “os maronitas são sírios católicos que conservaram a reta fé em tempos de debates teológicos, especialmente em torno da Santíssima Trindade e de Jesus Cristo, Nosso Senhor, entre os séculos V e VII. Nunca romperam, portanto, a comunhão com o Santo Padre, o Papa. Liturgicamente, pertencem ao grupo dos antioquenos ocidentais que seguem a tradição litúrgica de São Tiago de Jerusalém, mas com algumas adaptações à liturgia latina” (nota 1).
Maronita
E por que maronita? – Responde-nos o próprio livro: “Os católicos maronitas do Líbano recebem o seu nome de São Marun, um santo eremita do século IV, que morreu no ano 410 […]. São Marun levou o movimento monástico à Síria, mas com as invasões árabes (636-750), os monges maronitas, discípulos de São Marun, fugiram para as regiões montanhosas e inacessíveis do Líbano. Desde o princípio, os monges maronitas se distinguiram por sua fidelidade à fé católica. A Igreja Maronita celebra, em 31 de julho, a festa de 350 monges mortos no ano 517 por defenderem sua fé católica contra os hereges monofisitas que diziam haver em Jesus apenas uma natureza, tendo Ele duas: a divina e a humana. Os monges maronitas, que fugiam da perseguição árabe, se estabeleceram especialmente nas cavernas das montanhas do Vale Santo de Qadiscia, que é considerado por eles como o berço da nação libanesa, porque nesses lugares inacessíveis começaram a trabalhar e a fabricar arados para, com muito esforço, poder cultivar a terra” (p. 14-15).
Feita essa necessária contextualização, passemos à pessoa de São Charbel, foco principal do livro. De família religiosa, perdeu o pai (Anton Zarur Makhlouf) muito cedo, mas Brígida, sua mãe, se casou pela segunda vez com Lahud Ibrahim que, mais tarde, foi ordenado sacerdote. Sim, o padrasto de São Charbel era padre, pois, segundo as normas da Igreja Católica Maronita, homens casados podem ser ordenados, enquanto os já sacerdotes não podem se casar (cf. p. 18). Certamente, Ibrahim, a quem nosso santo, ainda menino, ajudava na Missa, muito o influenciou para o seu ingresso na vida religiosa. Relatam os que o conheceram que “era muito frágil de corpo, magro, mas se lhe via resplandecente de luz. E durante toda a sua vida, foi um bom trabalhador agrícola” (p. 19-20). Entrou para a vida religiosa aos 23 anos. Primeiro, como monge cenobita (vivia em comunidade), depois tornou-se eremita (vivia só na solidão e no silêncio). Em 23 de julho de 1859, foi ordenado sacerdote, ministério que assumiu com rigor, disciplina e zelo pelos irmãos e irmãs.
Vida do santo
A partir daí, o livro se põe a relatar fatos extraordinários da vida do santo libanês, incluindo tentações e infestações diabólicas, conhecimento do futuro – paranormal ou milagroso – e até casos de curas. Aliás, São Charbel é um santo popular pelos milagres que Deus fez (e faz) por sua intercessão. Faleceu, em 24 de dezembro de 1898, aos 70 anos. Seu corpo permaneceu incorrupto por muitos anos e dele emanava um óleo por meio do qual Deus curou muitas pessoas. Pode-se dizer, com justiça, que nosso santo é um místico (viveu em íntima união com Deus) e taumaturgo (“milagreiro”), por isso venerado no mundo todo. Beatificado por São Paulo VI, em 5 de dezembro de 1965, foi canonizado pelo mesmo Papa em 9 de outubro de 1977 (cf. p. 63-68).
Sua obra, rica em narrativa de fatos portentosos – de leitura agradável e edificante – foi, em português, enriquecida com o Prefácio e a Benção de Dom Edgard Madi, Eparca da Eparquia Maronita no Brasil, e por notas explicativas do tradutor brasileiro (cf. p. 7-10). Vale a pena lê-la e divulgá-la!
São Charbel Makhlouf, rogai por nós!
Por Vanderlei de Lima
https://www.cultordelivros.com.br/produto/sao-charbel-makhlouf-78565
Fonte: Diocese de Amparo (SP)
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