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A necessidade de estimulação constante está ligada ao narcisismo, ao isolamento e ao novo individualismo.
O documentário “O Dilema das Redes” foi lançado em fevereiro de 2020 no festival de Sundance, nos Estados Unidos, mas o assunto ganhou o mundo após entrar para o catálogo da Netflix, sete meses depois.
O filme consiste-se em depoimentos de ex-executivos das maiores empresas do Vale do Silício e acadêmicos, onde transcrevem o vício e os impactos negativos das redes sociais na vida das pessoas, bem como as estratégias criadas para manipular a emoção e comportamento dos usuários da rede.
Os depoimentos de “O Dilema das Redes” apontam como as experiências digitais, as recomendações automáticas, as notificações e publicações sugeridas funcionam como engodos para a população mundial. Apontam que o alvo é o tempo das pessoas, ou seja, fazem render monetariamente o tempo que os usuários permanecem conectados para empresas, políticos, organizações e países. Pois “quando você não compra nada na web é porque você é o produto”.
Detox digital
O homem moderno encontra-se imerso no mundo digital e precisa dar-se conta da necessidade de voltar ao silêncio e a reflexão. Para isso, alguns especialistas, propõem um detox digital, isto é, desconectar-se do mundo virtual e abandonar qualquer tipo de tecnologia, como, por exemplo, o celular.
As pessoas que se propuseram a um detox digital dizem que, por meio do silêncio, retornaram à reflexão, a vida de oração e ao hábito de uma boa leitura e amizades fecundas. Pois, muitas pessoas, que num determinado momento do dia, passa grande parte do tempo em redes sociais, essas mesmas estão procurando o silêncio, mas não sabem como fazê-lo.
O silêncio conduz a pessoa para a solidariedade, integração pessoal e comunhão nas relações com o outro, sobretudo, com os familiares. Estar totalmente desligado do mundo digital é um perigo, mas viver completamente imerso é pior ainda. Em muitos espaços não se ouve nenhum ruído, mas as pessoas estão cada vez mais incomodadas, estressadas: Por quê? É o barulho da falta de comunicação, diálogo, relação interpessoal.
Cultura digital
Na família há pessoas que estão conversam mais com os de fora, por meio das redes sociais, do que com seu próximo. Outras consomem conteúdos pornográficos ao invés de alimentar-se com algo mais criativo e produtivo. Isso é a mesma coisa que reunir um caminhão de pólvora debaixo do tapete da sala de sua própria casa; um dia vai explodir e ferir a si mesmo e as pessoas que mais ama. E depois não sabe o motivo da separação do casal ou do filho ter caído no mundo dos entorpecentes.
A cultura digital parece reforçar cada vez mais a busca de estímulos externos e numa velocidade destruidora. Todo mundo está com pressa e surge o café instantâneo, as respostas devem ser instantâneas, a vida atropelada e nisso os relacionamentos acabam sendo feridos.
Essa necessidade de estimulação constante está ligada ao narcisismo, ao isolamento, ao novo individualismo, ao vazio e conduz para a infelicidade. Não obstante, o Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965) já pedia aos fiéis, em particular aos pais, para ajudar os jovens a aprenderem a praticar a moderação e o autocontrole no uso dos meios de comunicação social.
Fonte: Aleteia
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