ana erb | Flickr CC BY-NC-ND 2.0 |
"Para que ele possa decidir voltar a frequentar a Igreja, ele precisa desenvolver seus próprios motivos".
A dor dos pais pelos filhos que não querem saber da Igreja foi o tema de um relevante comentário compartilhado pelo pe. Wellington José de Castro em sua rede social.
O sacerdote assim escreveu:
“Não é difícil nos tempos atuais – indubitavelmente com uma frequência muito maior do que acontecia no passado – encontrar pais cristãos que sofrem por ter que lidar com filhos que, influenciados por tantos meios, decidem não mais ir à Igreja e não querer mais saber de Deus. Mesmo quando criados em bons lares, os filhos às vezes se rebelam ou até mesmo se desviam – e os pais sentem que de alguma forma fracassaram!
É inegável que os ‘atrativos’ do mundo moderno, com suas falsas verdades, que atacam os valores morais e cristãos (no que diz respeito ao aborto, à família, à sexualidade etc.), têm gerado uma enorme confusão na mente das pessoas, especialmente das menos preparadas. A escola, os amigos, a internet – com seus (de)formadores de opinião, youtubers ‘descolados’ – tornaram-se, em muitos aspectos, verdadeiros inimigos daqueles pais que buscam educar seus filhos na fé cristã, baseando-se em valores como fidelidade, santidade, respeito à vida desde a concepção até a morte, castidade, doação, indissolubilidade do matrimônio, geração de filhos etc”.
Filhos que não querem saber da Igreja
O sacerdote continuou:
“Estes pais, portanto, se veem impotentes diante dos questionamentos destes filhos, que se alimentam de notícias, artigos, livros e vídeos, não pouco frequente, em desacordo com aquilo que ensina a Santa Mãe Igreja e, ao mesmo tempo, começam a pôr em xeque a formação recebida dos pais, já que amigos lhes ‘enchem a cabeça’ com divagações e teses que tentam, no fim das contas, negar a existência de Deus e a necessidade da Igreja: levantam bandeiras feministas, de gênero e LGBT, debocham do ensinamento dos papas, das Escrituras, relativizam a crença dos pais, discordam do que dizem os padres (principalmente quando, infelizmente, falta testemunho) e acabam por se afastar, gerando quase sempre uma crise familiar. Nesses casos, é comum que os pais percam a paciência e a caridade com os filhos, adolescentes ou não.
Como ponto de vista pessoal, penso que não se deva agir dessa maneira. Antes, os pais devem buscar ser pacientes, por mais difícil que seja. Entendo que seja frustrante tentar conversar com alguém que ‘parece não estar nem aí’ para a sabedoria que se quer passar para ele. Na maioria das vezes, um jovem pode levar muito tempo para entender toda a situação e compreender o que lhe foi dito. Então, não se deve aumentar o problema, forçando-o a tomar uma decisão imediatamente. Para que ele possa decidir voltar a frequentar a Igreja, ele precisa desenvolver seus próprios motivos. E isso pode levar algum tempo”.
Tempo e oração
Mas o que fazer então com os filhos que não querem saber da Igreja? O pe. Wellington considerou:
“É, portanto, importantíssimo aos pais manter a calma. Os filhos podem estar desafiando suas crenças mais profundas, talvez pela primeira vez na vida. Com isso é fácil e compreensível ficar irritado, desesperado, inquieto e com o sentimento de fracasso na educação, mas é importante resistir a esta tentação e lidar com essa situação de forma muito mais fácil.
Penso que o ensinamento de Santa Mônica, que rezou pela conversão de seu filho por tantos anos – confiando não em suas palavras ou forças, mas na ação da graça de Deus -, seja um grande exemplo de perseverança na oração a ser imitado, já que ‘os que esperam no Senhor renovam suas forças’ (Is 40,31) e que ‘se creres, verás a glória de Deus’ (Jo 11,40)”.
Fonte: https://pt.aleteia.org/
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