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É louvável proteger o meio ambiente, mas os nascituros e os vulneráveis não deveriam ser negligenciados no processo.
Durante as últimas décadas, a Igreja enfatizou a necessidade de cuidar da criação de Deus e fazer tudo o que pudermos para preservar o mundo natural para as gerações futuras.
Este tipo de defesa do meio ambiente está mais claramente exposto na encíclica Laudato si’, do Papa Francisco.
No entanto, ainda há uma desconexão no mundo moderno entre proteger o meio ambiente e proteger a vida humana.
Ativismo
Para alguns ativistas ambientais, os seres humanos são vistos como um flagelo para a terra, e vários meios artificiais de contracepção são fortemente defendidos para limitar a população.
Tanto o Papa Bento XVI quanto o Papa Francisco falaram contra tal desconexão, exortando todos a respeitarem o meio ambiente e a vida humana em todas as suas etapas.
Em sua encíclica Caritas in veritate, o Papa Bento XVI deixou isso muito claro.
Para preservar a natureza não basta intervir com incentivos ou penalizações económicas, nem é suficiente uma instrução adequada. Trata-se de instrumentos importantes, mas o problema decisivo é a solidez moral da sociedade em geral. Se não é respeitado o direito à vida e à morte natural, se se tornam artificiais a concepção, a gestação e o nascimento do homem, se são sacrificados embriões humanos na pesquisa, a consciência comum acaba por perder o conceito de ecologia humana e, com ele, o de ecologia ambiental. É uma contradição pedir às novas gerações o respeito do ambiente natural, quando a educação e as leis não as ajudam a respeitar-se a si mesmas.
(CV 51)
Visão integral
Precisamos ter uma visão holística quando se trata de proteger o mundo natural, e não apenas escolher algum lado, mas sim proteger a natureza e os seres humanos.
O Papa Francisco foi ainda mais explícito na Laudato si’, falando contra o aborto em sua encíclica sobre o meio ambiente.
Uma vez que tudo está relacionado, também não é compatível a defesa da natureza com a justificação do aborto. Não parece viável um percurso educativo para acolher os seres frágeis que nos rodeiam e que, às vezes, são molestos e inoportunos, quando não se dá protecção a um embrião humano ainda que a sua chegada seja causa de incómodos e dificuldades: «Se se perde a sensibilidade pessoal e social ao acolhimento duma nova vida, definham também outras formas de acolhimento úteis à vida social».
(LS 120)
Somos desafiados a escolher a vida em todos os sentidos, sendo administradores responsáveis da terra, mas não à custa da vida humana.
Fonte: Aleteia
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