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Redação (03/09/2021 17:36, Gaudium Press) Dentre os maiores mistérios que compõem a Fé cristã está o impressionante fato de que, a partir do momento em que sobre nós é derramada a água batismal juntamente à fórmula prescrita pela Igreja, nos tornamos templos da Santíssima Trindade, filhos de Deus e coerdeiros do Reino dos Céus, em virtude da força santificadora conferida aos Sacramentos, pelos méritos da Paixão de Cristo.
O Sacramento do Batismo, com efeito, foi instituído por nosso Senhor Jesus Cristo não apenas por suas palavras, mas pelo seu próprio exemplo: quis Ele receber o batismo de São João — preparatório, evidentemente, ao Batismo Cristão — para assinalar-nos os benefícios desta torrente purificadora.
Um Sacramento esquecido?
É de lastimar, entretanto, que muitas vezes o católico se esquece deste dom que recebeu, deste selo indelével que o separa e o eleva sobre os outros homens. Basta dizer que, sem o Batismo, o homem estará reduzido à simples qualidade de criatura. “O batizado passa ao domínio de Cristo”[1], é o que ensina a Teologia, pois é recebendo este inefável dom que passa a ser posse de Deus, filho de Deus propriamente.
É de se perguntar, pois, por que não se vive considerando o Batismo como o mais precioso dos dons, superior a qualquer bem terreno; é possível que haja algo mais extraordinário?
Força e proteção contra todo inimigo
Lê-se na história da conversão dos francos, povo bárbaro ancestral dos franceses, as sublimes palavras de uma carta do Bispo Santo Avito, dirigida ao rei franco Clóvis no dia de seu Batismo:
“Que direi da solenidade do vosso batismo? Oh! como essa noite sagrada nos encheu de consolo ao evocarmos a vossa pessoa! Que espetáculo, dizíamos, ver reunidos um grupo de pontífices servir com solicitude no batismo de um grande rei, contemplar aquela cabeça temida pelas nações curvar-se diante dos servos de Deus; ver aquela cabeleira crescida sob o capacete militar receber, com a sagrada unção, o capacete da salvação; ver aquele guerreiro deixar por algum tempo a couraça para usar vestes brancas. Não duvideis, ó mais florescente dos reis, a maciez dos novos trajes emprestará nova força às vossas armas; e tudo quanto a vossa boa sorte realizou até agora, a vossa piedade realizará ainda melhor”.[2]
Muito mais do que uma bela recordação do passado, o católico deve ter sempre diante de si o que significa ser batizado propriamente; como sabiamente diz São Paulo, “sepultemo-nos” nas águas batismais como Cristo, para que também sejamos ressuscitados com Ele em sua glória.[3]
O Batismo é, pois, um escudo, mas sobretudo a arma capaz de vencer o inimigo infernal e de abrir o caminho até a Salvação.
Por André Luiz Kleina
[1] OÑATIBIA, Ignacio. Bautismo y Confirmación: Sacramentos de iniciación. Madrid: BAC, 2000, p. 190.
[2] Cf. ROHRBACHER, René François. Vida dos Santos. São Paulo: Américas, 1960, v. 17, p. 186.
[3] Cf. Rm 6,4.
Fonte: https://gaudiumpress.org/
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