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"Suas palavras fundamentais não podem deixar ninguém indiferente nos lugares onde o mal dominou".
Sobrevivente do Holocausto, a escritora judia Edith Steinschreiber Bruck escreveu carta de agradecimento ao Papa Francisco pelas suas declarações durante o recente encontro com a comunidade judaica da Eslováquia. O Papa havia afirmado que, no Holocausto, “o nome de Deus foi desonrado”.
Edith Steinschreiber Bruck é natural da Hungria, mas vive na Itália desde os seus 20 anos de idade. Na juventude, ela foi presa pelos nazistas, junto com seus pais e três irmãos, nos campos de concentração de Auschwitz e Dachau.
Os pais e um dos irmãos morreram durante a brutal reclusão nos campos de extermínio, enquanto Edith, o outro irmão e a irmã puderam ser resgatados pelas tropas aliadas em 1945.
Sobrevivente do Holocausto
Após aquele traumático período, Edith procurou reconstruir a vida e se tornou escritora de contos, romances, peças teatrais e roteiros para o cinema. Entre suas obras mais importantes estão as memórias publicadas ainda em 1959 sobre a experiência dos campos de concentração. Ela também dirigiu filmes na Itália e, mais recentemente, vem palestrando em escolas e universidades sobre o Holocausto.
O Papa Francisco esteve na casa da escritora em Roma no dia 20 de fevereiro de 2021.
Agora, ela escreveu ao pontífice e lhe enviou a carta por intermédio do jornalista italiano Stefano Maria Paci, que a entregou ao Papa durante o voo de regresso da Eslováquia para Roma.
Eis o texto da missiva de Edith:
“Querido Papa Francisco,
As suas palavras sobre o antissemitismo, nunca erradicado, são hoje mais atuais do que nunca, não só nos países que está visitando, mas em toda a Europa. Espero que a sua visita tenha efeitos positivos.
Eu o tenho acompanhado e escutado as suas palavras fundamentais, que não podem deixar ninguém indiferente nos lugares onde o mal dominou. Que Deus acompanhe hoje cada um dos seus passos de paz, de convivência, e abra os corações e as consciências ainda pouco claras!
Espero que a sua voz e o calor que ela emana alcance e toque e desperte a bondade que há dentro de cada um. Às vezes, é também na escuridão mais profunda que se abre caminho na luz. Eu o sei e por isso vivo e espero.
Soube pelos meus amigos húngaros que o senhor deixou um rastro de amor.
Obrigada por ficar conosco o máximo de tempo possível.
Com gratidão e infinitas graças, um abraço da irmã Edith”.
Fonte: https://pt.aleteia.org/
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