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Sandra Sabattini foi atropelada por um carro aos 23 anos de idade, quando estava noiva. Seus pensamentos íntimos, que ela escreveu em um diário, revelam uma jornada espiritual extraordinária.
Comprometida em servir aos mais pobres, marginalizados e deficientes por meio da comunidade João XXIII, Sandra Sabattini, noiva de Guido Rossi – agora casado e pai de três filhos – era estudante de medicina e se preparava para ser missionária médica na África. Atropelada por um carro em 29 de abril de 1984, quando ia para uma reunião da comunidade, ela morreu três dias depois, em 2 de maio.
A vida de Sandra Sabattini é um testemunho de fé alegre e viva, sustentada por uma intensa vida de oração e incansáveis gestos de ternura para com os pobres.
Pouco depois de sua morte, seu pai espiritual, Don Oreste Benzi, teve a oportunidade de ler as páginas escritas pela jovem. Ele compreendeu imediatamente que aquelas linhas revelavam uma alma profunda e simples, contemplativa e racional, imersa numa fé inabalável. As notas que Sandra Sabattini escrevia desde os 10 anos de idade levaram à publicação do “Diario di Sandra” (Diário de Sandra).
Se as primeiras páginas são simples pensamentos de uma criança, a partir dos 14 anos, elas manifestam profundas reflexões espirituais.
Confira alguns de seus pensamentos.
Sandra Sabattini: uma vida de intensa oração
“A meta da minha vida é a união com o Senhor, o instrumento para alcançá-la é a oração”.
“Se eu não rezar uma hora por dia, nem me lembro de ser cristã.”
Testemunha da alegria
“Não posso forçar outras pessoas a pensar como eu, mesmo que eu ache isso certo. Só posso fazer com que elas conheçam minha alegria.”
(Outubro de 1977, 16 anos)
“Sandra, adore tudo o que você faz. Ame os minutos que você vive, que tem permissão para viver. Procure sentir a alegria do momento presente, seja ele qual for, para nunca perder a coincidência.”
(Outubro de 1981, 20 anos)
Uma vida de serviço
Quando tinha 14 anos, Sandra participou de uma viagem às Dolomitas (norte da Itália) com adolescentes deficientes. Ela voltou com a intenção de ajudá-los ainda mais:
“Nós quebramos nossos ossos, mas essas são pessoas das quais eu nunca desistirei.”
“A caridade é a síntese da contemplação e da ação, o ponto de união entre o céu e a terra, entre o homem e Deus”.
(1983, 22 anos)
A opção por Cristo
“Não sou eu que busco a Deus, mas Deus que me busca. Não preciso olhar (…): as palavras param mais cedo ou mais tarde, e aí você percebe que só lhe resta a contemplação, a adoração, mais do que esperar por Ele. Fazer você entender o que Ele quer de você … Sinto a contemplação necessária para o meu encontro com o pobre Cristo ”.
(Outubro de 1978, 17 anos)
Gratidão profunda
“Obrigado, Senhor, porque recebi coisas bonitas na vida até agora, tenho de tudo, mas acima de tudo te agradeço porque tu te revelaste, porque te conheci”.
(Dezembro de 1977, 16 anos)
Na última página do diário, dois dias antes do acidente, Sandra Sabattini deixou seu testamento espiritual:
“Esta vida não é minha, evolui no ritmo de uma respiração regular que não é minha. Não há nada neste mundo que seja seu. Sandra, faça acontecer! É um dom sobre o qual o “Doador” pode intervir quando e como quiser. Cuida do presente que te é oferecido, deixa-o mais bonito e completo quando chegar a hora”.
(Abril de 1984, 23 anos)
Fonte: Aleteia (https://pt.aleteia.org/)
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