A COP26 se realizará em Glasgow, Escócia, de 31 de outubro a 12 de novembro de 2021 | Vatican News |
Em vista da Cop26, Francisco enviou uma mensagem de áudio
e vídeo para a BBC. O Santo Pede uma renovada solidariedade global para cumprir
"escolhas radicais" que nos permitam sair das crises transversais e
interconectadas que a humanidade enfrenta. O caminho a ser percorrido: uma
conversão que não seja apenas espiritual.
Isabella Piro – Vatican News
Uma "tempestade
perfeita" está destruindo o mundo, uma tempestade causada pelas mudanças
climáticas e pela pandemia da Covid-19, uma tempestade que rompe os laços da
sociedade, provocando uma crise multifacetada: saúde, meio ambiente,
alimentação, econômica, social, humanitária e ética. Esta é a imagem dramática
que o Papa Francisco escolheu para abrir a mensagem de áudio e vídeo
transmitida no programa radiofônico "Pensamento do Dia" da BBC, antes
da 26ª Conferência do Clima (Cop26) das Nações Unidas sobre as Mudanças
Climáticas (UNFCCC). O encontro se realizará, em Glasgow, na Escócia, de 31 de
outubro a 12 de novembro.
Nova
solidariedade baseada na justiça e na partilha
"As nossas seguranças
caíram, o nosso apetite pelo poder e a nossa sede de controle estão
desmoronando", afirma o Papa, pedindo "visão, capacidade de
planejamento e rapidez de execução" para repensar "o futuro de nossa
Casa comum". Portanto, não a "atitudes de isolamento, protecionismo e
exploração"; e sim à capacidade de aproveitar "uma oportunidade real
de transformação, um verdadeiro ponto de conversão, não apenas no sentido
espiritual":
Este último caminho é o único
que leva a um horizonte "luminoso" e só pode ser percorrido através
de uma corresponsabilidade mundial renovada, uma nova solidariedade baseada na
justiça, na partilha de um destino comum e na consciência da unidade da família
humana, plano de Deus para o mundo.
Colocar a
dignidade humana no centro
Este é o verdadeiro desafio
que a humanidade enfrenta hoje:
É um desafio da civilização em
favor do bem comum e de uma mudança de perspectiva, na mente e no olhar, que
deve colocar a dignidade de todos os seres humanos de hoje e de amanhã no
centro de todas as nossas ações.
Não sairemos da
crise sozinhos, devemos construir juntos
O Papa convida a
"construir juntos", porque "não se pode sair de uma crise
sozinho", e não existem "fronteiras, barreiras, muros políticos dentro
dos quais se esconder". Francisco lembra o Apelo conjunto, assinado em 4
de outubro com os líderes religiosos e cientistas, pedindo "ações mais
responsáveis e coerentes" no campo climático, porque "não podemos
permitir" que as gerações futuras tenham que viver "num mundo
inabitável".
No Apelo conjunto recordamos a
necessidade de trabalhar responsavelmente em favor da "cultura do
cuidado" da nossa Casa comum e também de nós mesmos, procurando arrancar
as "sementes dos conflitos: ganância, indiferença, ignorância, medo,
injustiça, insegurança e violência".
É necessário o
compromisso de todos
Segundo Francisco, "uma
mudança tão urgente de rumo", requer "o compromisso de cada um",
um compromisso que "deve ser alimentado também pela própria fé e
espiritualidade", porque se é verdade que os políticos que participarão da
Cop26 "são urgentemente chamados a oferecer respostas eficazes à crise
ecológica em que vivemos" e "esperança concreta para as gerações
futuras", é igualmente verdade que a responsabilidade é global:
Todos nós - é preciso repetir,
quem quer que seja e onde quer que estejamos - podemos desempenhar um papel na
mudança de nossa resposta coletiva contra a ameaça sem precedentes das mudanças
climáticas e da degradação de nossa Casa comum.
O que a Cop26 prevê
Inicialmente prevista para novembro de 2020, a Cop26 foi
adiada por um ano devido à pandemia. Os países participantes apresentarão seus
planos atualizados para reduzir suas emissões. Em 2015, no final da Cop21 em
Paris, foi estabelecido limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus. As
nações também se comprometeram a se adaptar aos impactos das mudanças
climáticas e a mobilizar os fundos necessários para atingir esses objetivos,
criando um plano nacional mostrando a extensão da redução de suas emissões,
conhecido como a Contribuição Determinada Nacionalmente (Ndc). Este plano deve
ser atualizado a cada cinco anos e é isso que acontecerá durante a Cop26. O
secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, conduzirá a delegação vaticana no
encontro na Escócia.
Fonte: Vatican News (https://www.vaticannews.va/)
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