Evangelho do XXIX Domingo do Tempo Comum - "B" - Salvos por sua morte | Vativan News |
É, para o Senhor, mais importante servir, dar a vida, do
que sentar-se à sua direita ou à sua esquerda. Jesus não pensa em humildade
versus orgulho, mas em entrega até à morte, em favor do irmão.
Padre César Augusto dos
Santos, S.J. - Vatican News
https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2021/10/15/18/136222064_F136222064.mp3
No Evangelho de
hoje, extraído de Marcos 10, 35-45, temos o pedido insólito dos
irmãos Tiago e João, filhos de Zebedeu, para ocuparem os dois assentos de
honra, ao lado de Jesus, quando esse estiver na glória.
A resposta do Senhor, antes de
ser sim ou não, é uma pergunta sobre o preparo dos dois em relação à paixão, se
eles estavam preparados para vivê-la, para em seguida anunciar a dificuldade em
responder, já que isso não dependia dele.
A atitude dos dois irmãos
demonstra o sentimento dos demais discípulos, ao ficarem indignados pela
ousadia deles em se adiantarem naquilo que todos desejavam, ou seja, destaque,
honra, poder. Jesus, certamente decepcionado com a reação dos escolhidos,
aproveita o momento e dá mais uma lição, não tanto de humildade, mas de
serviço. Jesus não aproveita o momento para falar da humildade, como tal, mas
para falar na entrega de si ao serviço dos irmãos. É, para o Senhor, mais
importante servir, dar a vida, do que sentar-se à sua direita ou à sua
esquerda. Jesus não pensa em humildade versus orgulho, mas em entrega até à
morte, em favor do irmão; do mesmo modo que na última ceia, ao lavar os pés dos
apóstolos, o Senhor não coloca o acento no gesto próprio dos escravos, mas sim
no serviço. É o que Tiago colocará em sua carta, a fé sem obras é morta!
Podemos dizer que a humildade sem serviço é estéril.
Vestir uma roupa simples, ter
modos recatados pode até ser louvável em uma sociedade cristã, mas isso não
significa imitar a simplicidade do Messias. A simplicidade tem valor, para ele,
se for consequência de um gesto de serviço, se estiver unida à entrega pelo bem
do outro. A simplicidade do presépio, da vida em Nazaré, anunciava o nascimento
do Servo de Javé, o anúncio do Reino de Deus, com a inversão dos valores até
então pregados. O Rei deixa o palácio, sua vida de poder, para se solidarizar
com o marginalizado e, através da entrega total, reintegrá-lo na Vida!
A segunda leitura,
tirada da Carta aos Hebreus 4, 14-16 nos fala de Jesus como o
eminente Sumo Sacerdote que entrou no Céu, que se compadeceu de nossas
fraquezas, após sua provação em tudo, exceto no pecado.
Finalmente o autor da Carta
nos convida a nos aproximarmos, com total confiança, do trono da graça, para
alcançarmos misericórdia e auxílio no momento oportuno. Esse convite, claro que
é também para nós, cristãos do século XXI. Jesus é nossa salvação, nosso
recurso para a Vida. Deveremos nos permitir uma vida serena, sabendo que Jesus
de Nazaré, o Servo do Senhor, o Seu Filho, se entregou por nós e prestou a maior
liturgia possível, a entrega ao Senhor, através de sua paixão e serviço.
Como nos fala a primeira leitura Isaías 53, 10-11,
o Justo “fará justos inúmeros homens, carregando sobre si suas culpas.” Essa é
a missão do Cristo, daquele que é o grande servidor, que se entregou ao Pai, na
cruz, em nosso favor. Ele nos justificou. Também nós, deveremos trabalhar pela
justificação de todos. Peçamos esse auxílio para o momento oportuno, não de nos
sentarmos em tronos privilegiados, mas em colaborarmos totalmente com a
salvação de nossos irmãos, mesmo que isso implique a paixão, a cruz.
Fonte: https://www.vaticannews.va/
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