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sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Round 6: crianças podem assistir à série da Netflix?

Netflix
Por Ricardo Sanches

Produção sul-coreana já é sucesso mundial entre adultos e crianças, mas especialistas alertam para o conteúdo violento e os impactos sobre os pequenos.

A série Round 6 (lançada mundialmente com o título Squid Game) já é a mais vista da história da Netflix. Em menos de um mês, 111 milhões de pessoas assistiram à produção sul-coreana. O recorde anterior era de Bridgerton que alcançou 82 milhões de contas em 28 dias.

Round 6 faz sucesso em todo o mundo, inclusive entre as crianças. E é exatamente isso que preocupa pais e especialistas em educação. A exposição dos menores à trama divide opiniões.

https://youtu.be/Ncra_hUVtMM

Do que se trata a série Round 6

Com classificação indicativa para maiores de 16 anos, a série gira em torno de um grupo de pessoas que ficaram sem dinheiro e são convidadas a participar de um concurso com jogos populares e infantis, como cabo de guerra e “batatinha frita 1,2,3”. O prêmio é atraente. Então, para conseguir faturar uma bolada, os competidores são capazes de tudo.

É aí que entram cenas macabras, de violência, sexo, tortura psicológica e assassinatos.

No primeiro episódio, por exemplo, os jogadores são baleados por não pararem diante de uma luz vermelha.

Durante o desenrolar da produção há tiros na cara e mortes. Os competidores não sabem que, se perderem, serão mortos. Para cada jogador “eliminado”, há uma quantia em dinheiro que vai para o prêmio final.

Escolas e especialistas alertam

Muitos especialistas em educação estão fazendo alertas aos pais diante do sucesso da série Round 6 entre as crianças.

Em entrevista à Revista Crescer, a neuropsicóloga Deborah Moss falou sobre os impactos que a exposição a conteúdos violentos como esse provoca nas crianças e nos adolescentes. “Alguns podem ficar impressionados, outros admirados. Mas falando especialmente de crianças pequenas, normalmente, elas podem ter pesadelos, medo de ficarem sozinhas, confundir realidade com ficção, ficarem ansiosas”, explicou a especialista.

Preocupadas com o fácil acesso de crianças à série, algumas escolas brasileiras chamaram a atenção dos pais para o perigo desse tipo de conteúdo. Por exemplo: o serviço de orientação psicológica do Colégio Daulia Bringel, de Fortaleza, CE, fez um post no Instagram, dizendo que se sentia “no dever de alertá-los [os pais] sobre a importância de supervisionar os conteúdos que crianças e adolescentes acessam, tendo em vista que os mesmos ainda não têm a maturidade para lidar com vários temas expostos em vídeos, filmes e séries de classificação imprópria à idade deles”.

Para os especialistas, o que acontece em Round 6 pode ser facilmente transportado para a vida real dos pequenos, causando sérios danos. Isso acontece porque, em certas idades, as crianças não sabem diferenciar ficção de realidade.

Antes de proibir, conversar

Os especialistas também são unânimes em afirmar que, antes de proibir os filhos de assistirem à série, os pais precisam conversar com eles.

E esse diálogo deve começar pelo simples fato de que se deve seguir à risca a classificação etária da série. Há, de fato, inúmeros estudos que mostram a sinergia entre essa classificação, a produção audiovisual e o desenvolvimento cognitivo dos espectadores.

Por outro lado, caso o adolescente em idade bem próxima da classificação etária insistir em assistir, os pais precisam estar juntos dele. Neste sentido, o palestrante e escritor Jaime Ribeiro dá uma dica: “perguntar se o adolescente quer assistir e, se positivo, cair pra dentro da maratona junto com ele! Assim, você pode descobrir se seu filho ou filha curte ou não esse tipo de conteúdo. E, se ele(a) gostar, terá a oportunidade de conversar a respeito dos temas extremos com você, e não com o coleguinha da escola que não tem maturidade para orientá-lo”.

Enfim, Round 6 é um lembrete para todos nós de que não é espiritualmente saudável cercar-nos de imagens violentas. Podemos pensar que somos imunes, mas quanto mais saturarmos nossas almas com violência, mais provavelmente agiremos a respeito.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF