CNBB |
ORGANIZAÇÕES ECLESIAIS E MOVIMENTOS POPULARES PUBLICAM MANIFESTO POR UMA ECONOMIA A SERVIÇO DA JUSTIÇA SOCIAL E EM CUIDADO DA CASA COMUM
A Comissão Especial para a Ecologia Integral e Mineração da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam-Brasil) e outras organizações eclesiais, movimentos populares e grupos da sociedade civil publicaram, no último dia 25 de outubro, o manifesto ‘Frente a uma economia de morte construamos uma economia samaritana’. No texto, o grupo se une ao Papa Francisco para exortar a uma transição pós-extrativista, para que o paradigma desenvolvimentista não se baseie mais na depredação dos nossos povos, comunidades e da Casa Comum.
O manifesto destaca o chamado feito pelo Papa durante o IV Encontro Mundial de Movimentos Populares, no dia 16 de outubro, em que conclama por uma economia “a serviço dos povos para construir uma paz duradoura baseada na justiça social e no cuidado com a casa comum”.
Durante o discurso, Francisco clamou que corporações extrativistas interrompam as violações de Direitos Humanos e Ambientais que envolvem suas atividades, como a destruição do meio ambiente, a contaminação das águas, a intoxicação dos povos e alimentos.
“Em nome de Deus, quero pedir às grandes corporações extrativistas – mineradoras, petrolíferas, florestais, imobiliárias, agroindustriais – que deixem de destruir florestas, pântanos e montanhas, que deixem de poluir rios e mares, que deixem de envenenar pessoas e alimentos”. Em conformidade com este apelo, assumimos o compromisso de promover uma economia samaritana que atue como instrumento da ação missionária da Igreja e seja capaz de transformar o modelo econômico caracterizado pela voracidade cega de um tipo de exploração extrativista que não para de crescer e expandir-se; que quanto mais extrai e quanto mais deprime, mais necessita de continuar a destruir a natureza”, disse na mensagem.
Foto: Vinícius Mendonça (Ibama) |
O grupo ressalta ainda que no 1000º dia do crime de Brumadinho (MG) – quando a barragem Córrego do Feijão se rompeu, soterrando tudo que encontrava pelo caminho. Foram com 13 milhões de metros cúbicos de lama tóxica que atingiram pessoas, animais, casas e florestas, denunciou “o espírito de morte deste modelo neoliberal baseado na ganância, violência e crueldade que gera dor e exclusão. Em comunhão com as comunidades e territórios afetados pela mineração na América e compadecidos com o grito da devastada e maltratada Mãe Terra que geme e sofre dores de parto (LS, 2), chamamos a nos comprometer com uma Economia Samaritana, que se distancia da lógica extrativista”, destaca o documento.
O manifesto aponta ainda que na Encíclica “Querida Amazônia”, o Papa Francisco denuncia os projetos de extração econômica e outras indústrias que destroem e poluem (cf. QA 49). O grupo ressalta ainda que no documento final do Sínodo para a Amazônia, também é levantada a questão da conversão ecológica do ponto de vista econômico.
“Por esta razão, o Desinvestimento em Mineração surge como uma ação de conversão depois de escutar a vida e as reivindicações dos povos e da natureza. O desinvestimento na mineração é um ato de coerência ética dentro das Igreja e suas instituições. Ajuda-nos a não sermos cúmplices na destruição da Casa Comum e a estar ao lado de muitas comunidades que sofrem os impactos do extrativismo”, aponta o manifesto.
https://drive.google.com/drive/folders/1vhJrtOsP296ewURab49-AzHMaSoeosdf
Fonte: CNBB(https://www.cnbb.org.br/)
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