Doses de Vacina COVAX contra Covid-19 dos EUA chegam à Guiné-Bissau |
Membros do G20 receberam 15 vezes mais doses per capita
da vacina contra Covid-19 do que os Países da África Subsaariana e, por ocasião
do encontro, em Roma, nos próximos dias 30 e 31 de outubro, dos seus líderes,
48 Embaixadores e apoiantes do UNICEF pedem aos Países ricos que entreguem as
doses das vacinas até finais de dezembro.
Cidade do Vaticano
Segundo uma nova análise do
UNICEF, os países do G20 receberam 15 vezes mais doses da vacina Covid-19 per
capita do que os países da África Subsaariana. A pesquisa, realizada pela
empresa de análises científicas Airfinity, revela a gravidade da desigualdade
no acesso às vacinas entre os Países de alta renda e os de baixa renda,
sobretudo em África.
As doses per capita
distribuídas aos países do G20 são 15 vezes maiores do que as doses per capita
entregues aos países da África Subsaariana; 15 vezes mais numerosas do que as
doses per capita recebidas pelos países de baixa renda; e 3 vezes mais
numerosas do que as doses per capita recebidas por todos os outros países
considerados em conjunto.
“A desigualdade no acesso às
vacinas não está apenas a travar os países mais pobres, mas está a travar o
mundo inteiro”, disse Henrietta Fore, Diretora Geral do UNICEF. "Enquanto
os líderes se encontram para definir as prioridades da próxima fase da resposta
ao Covid-19, é fundamental recordar que, na corrida pela vacina contra o Covid,
ou vencemos juntos ou perdemos juntos."
Os Países ricos com mais
quantidades de doses do que precisam comprometeram-se generosamente a doar estas
doses aos países de baixa e média renda através da COVAX, mas as doses
prometidas estão sendo transferidas demasiado lentamente. Dos 1,3 bilhões de
doses adicionais que os países ricos se comprometeram a doar, foram fornecidos
à COVAX apenas 194 milhões.
Os países africanos, em
particular, foram amplamente deixados sem acesso às vacinas contra o Covid-19.
Menos de 5% da população africana está totalmente vacinada, deixando muitos
países em alto risco de novas epidemias.
Enquanto os líderes se
preparam para se encontrar durante o G20 em Roma nesta semana, 48 embaixadores
e apoiantes do UNICEF em África subscreveram uma carta aberta, na qual pedem
aos líderes para que honrem as suas promessas de distribuir urgentemente as
doses das vacinas, sublinhando que "o que está em jogo não poderia ser
maior". Os signatários da carta, entre os quais Angelique Kidjo, Arlo
Parks, Davido, Tendai Mtawarira, Femi Kuti, Tony Elumelu, Ramla Ali, Winnie
Byanyima e outros, pedem aos líderes para doarem as vacinas até dezembro, juntamente
com os recursos necessários para transformar as vacinas em vacinações.
“Cada dia que passa a África
permanece desprotegida, acumula-se a pressão sobre os já frágeis sistemas de
saúde, onde pode haver apenas uma parteira para centenas de mães e crianças”,
lê-se na carta. “Enquanto a pandemia provoca um aumento da má nutrição
infantil, os recursos são desviados dos serviços de saúde salva-vidas e das
vacinações infantis. As crianças que já são órfãs correm o risco de perder os
avós. O desastre está se aproximando das famílias na África Subsaariana, 4 em
cada 5 das quais dependem do sector informal para a sua alimentação diária. A
pobreza ameaça o retorno das crianças à escola, à proteção contra a violência e
aumenta o risco de matrimónios precoces."
Segundo a OMS, estima-se que,
a nível global, esteja entre 80 mil e 180 mil o número de agentes da saúde que
morreram de Covid-19 entre janeiro de 2020 e março de 2021. Menos de 1 em cada
10 agentes da saúde em África foi totalmente vacinado e mais de 128 mil foram
infectados pelo vírus. A agência também descobriu que apenas 1 em cada 7
infecções são rastreadas em África devido a testes limitados, o que significa
que o número real é provavelmente muito maior.
"Salvar vidas em África significa começar salvando
as vidas daqueles que salvam vidas", disse Fore. “Demasiadas comunidades
no continente africano já estavam a lutar com sistemas de saúde problemáticos.
Não podem enfrentar mais um ano desta crise global suportando assim tantas
mortes evitáveis e doenças prolongadas."
Fonte: Vatican News(https://www.vaticannews.va/)
Nenhum comentário:
Postar um comentário