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O Ministério Extraordinário da
Sagrada Comunhão Eucarística
e o amor da Mãe Igreja pelos
enfermos
Guiada pelo Espírito Santo, zelosa e atenta às necessidades de seus
membros, a Mãe Igreja, ao longo de sua história e sempre que se fez necessário,
promoveu modificações em normas canônicas com vistas a possibilitar aos membros
do Corpo de Cristo o alcance da graça da participação da natureza divina.
Assim, “tomando em consideração as angústias e dificuldades” enfrentadas
em consequência “do exíguo número de ministros sacros em algumas
regiões, onde se vão assoberbando as necessidades da ação pastoral e são
solicitados múltiplos trabalhos e esforços do ministério pastoral” (1),
o Papa São Paulo VI instituiu, em 1969, o Ministério Extraordinário da Sagrada
Comunhão Eucarística (MESCE).
De fato, sendo a Eucaristia a “fonte e centro de toda a vida
cristã” (2), sendo a Eucaristia “o próprio núcleo do mistério
da Igreja” (3), São Paulo VI não deixaria de ouvir, naquele momento,
as súplicas dos fies impossibilitados de participar das Celebrações
Eucarísticas por estarem enfermos ou em seu leito de morte. Um Santo, um bem
aventurado, possui um coração tomado pela compaixão pelos que sofrem; um Santo
vê naquele que sofre o rosto chagado de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Portanto, esse ministério extraordinário, ou seja, não hierárquico,
expressa o cuidado pastoral, o zelo e o amor da Igreja por seus membros
enfermos. É determinação da Igreja que em todas as comunidades paroquiais sejam
tomadas providências para que “estes nossos irmãos e irmãs possam
receber, com frequência, a comunhão sacramental; revigorando assim a sua
relação com Cristo crucificado e ressuscitado, poderão sentir a própria
existência inserida plenamente na vida e missão da Igreja, por meio da oferta
do seu sofrimento em união com o sacrifício de Nosso Senhor” (4).
Cabe destacar que a Mãe Igreja ensina que “a atenção e o cuidado
pastoral por aqueles que se encontram doentes redunda, seguramente, em
benefício espiritual de toda a comunidade, sabendo que tudo o que fizermos ao
mais pequenino, ao próprio Jesus o faremos” (4).
É importante destacar, inclusive, que o Ministro ordinário da Sagrada
Eucaristia é o Sacerdote ordenado e, de fato, “no serviço eclesial do
ministro ordenado, é o próprio Cristo que está presente à sua Igreja, como
cabeça do seu corpo, pastor do seu rebanho, sumo sacerdote do sacrifício redentor” (…). Pelo
ministério ordenado, especialmente dos bispos e padres, a presença de Cristo
como cabeça da Igreja torna-se visível no meio da comunidade” (5).
A missão do MESCE
Ao Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão Eucarística cabe: levar a
Sagrada Eucaristia aos enfermos (sua principal missão), distribuir a Sagrada
Eucaristia na Santa Missa (se necessário), presidir a Celebração da
Palavra, fazer a exposição do Santíssimo Sacramento (sem dar a bênção) e
celebrar exéquias, sendo as três últimas apenas na ausência de um Sacerdote e
com a autorização do Pároco.
As atribuições do MESCE dentro da sua comunidade paroquial não são
meramente atividades, mas, um serviço de amor a Jesus e aos irmãos. Uma
entrega, uma disponibilidade, uma vivência, um convívio com o Senhor da vida,
um estar com Ele e levá-Lo aos irmãos.
“A missão do MESCE deve ser evangelizadora,
missionária. A Eucaristia irradia, coloca nosso coração, a nossa vida numa
dimensão de saída, de evangelização, de missão” (6).
A escolha e indicação do MESCE
A escolha do ministro segue regras estabelecidas no documento Immensae
Caritatis, de 1973, emitido pela Congregação para a Disciplina dos
Sacramentos. Em nossa Arquidiocese a escolha/indicação é feita pelo Pároco de
cada comunidade, observando as regras contidas no referido documento. A
investidura dos indicados é realizada pelo Senhor Arcebispo durante uma Santa
Missa preferencialmente na Catedral de Brasília, e ocorre após a participação
dos futuros ministros em formação realizada pela Coordenação Central
Arquidiocesana dos MESCE.
Cabe ressaltar que, diferentemente das demais pastorais da Igreja, no
Ministério Extraordinário da Sagrada Comunhão Eucarística não é o fiel que se
candidata, mas, é escolhido e convidado pelo Pároco da comunidade.
O mandato do MESCE
Sendo um Ministério Extraordinário, o ministro possui mandato temporário.
Em nossa Arquidiocese o mandato é anual, podendo ser renovado a critério do
Pároco onde o MESCE serve e disponibilidade do ministro. Para renovação é
indispensável, ainda, participar da formação permanente anual. O mandato é
concedido em documento formal emitido pelo Senhor Arcebispo para o ano
subsequente.
A espiritualidade do MESCE
Como já exposto anteriormente, a principal missão do MESCE, a razão para
qual foi criado esse Ministério Extraordinário, é levar a Sagrada Eucaristia
aos nossos irmãos enfermos que não podem participar da Santa Missa. E
como levar Jesus se não O temos dentro de nós, se não O temos como razão de
nossa existência? O MESCE, por força do seu serviço aos irmãos, está
unido a Jesus Eucarístico e, portanto, é chamado a uma profunda intimidade com
o Senhor. Essa intimidade é alimentada pela participação do Santo Sacrifício da
Missa, pela meditação da Palavra, pelo Sacramento da Confissão e pela adoração
ao Santíssimo Sacramento. “O MESCE é chamado a ser, de modo especial, aquilo
que todo cristão deve ser: adorador de Cristo na Eucaristia” (7).
A Eucaristia é a fonte e centro da vida do MESCE. É por
amor a Jesus Eucarístico que o MESCE quer servi-Lo, levando-O ao irmão; é por
amor ao irmão que o MESCE não o deixa sem receber Jesus Eucarístico. É olhando
para Jesus, Aquele que deu a vida por seus irmãos, que o MESCE segue servindo a
Igreja. “A Eucaristia se torna um exercício constante da imitação do
Mestre. O MESCE deve ser a imitação do Mestre Jesus, Ele não veio para ser servido,
mas, para servir e dar a vida” (8).
CARMEN
LÚCIA MARQUES ROCHA
COORDENAÇÃO
CENTRAL ARQUIDIOCESANA DOS MESCE
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1· INSTRUÇÃO FIDEI
CUSTOS, DO PAPA SÃO PAULO VI;
2· CONSTITUIÇÃO
DOGMÁTICA LUMEN GENTIUM, DO CONCÍLIO VATICANO II;
3· CARTA
ENCÍCLICA ECLESIA DE EUCHARISTIA DO PAPA SÃO JOÃO PAULO II;
4· EXORTAÇÃO
APOSTÓLICA PÓS-SINODAL SACRAMENTUM CARITATIS, DO PAPA BENTO XVI
5· CATECISMO
DA IGREJA CATÓLICA NºS 1548 E 1549;
6· MENSAGEM
AOS MESCE – DOM PAULO CEZAR COSTA – ARCEBISPO DE BRASÍLIA;
7· PALESTRA A
ESPIRITUALIDADE DO MESCE PELO LADO TEOLÓGICO – DOM JOSÉ APARECIDO –
BISPO AUXILIAR DE BRASÍLIA
8· PALESTRA A
ESPIRITUALIDADE DO MESCE PELO LADO PRÁTICO – DOM MARCONY VINÍCIUS
FERREIRA – BISPO AUXILIAR E REFERENCIAL PARA O MESCE DA ARQUIDIOCESE DE
BRASÍLIA.
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