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Antes que o roxo se tornasse a cor oficial do Advento, o preto foi usado por muitos anos.
Hoje, os padres usam a cor roxa durante o Advento. Mas nem sempre foi assim. Na verdade, por alguns séculos, na Idade Média, o preto era mais comum durante o Advento.
Segundo o livro Notes on the history of the liturgical colours (“Notas sobre a história das cores litúrgicas”), o preto marcou presença do século XII ao século XV:
Na época do [Papa] Inocêncio III [1198-1216 ], o preto era a cor do Advento em Roma até a véspera de Natal. Durandus, que viveu um século depois de Inocêncio III, usava o roxo, enquanto Radulphus Dean de Tongern, que morreu em 1403, diz que o preto era usado em Roma em seus dias. Isso mostra bem que preto e o roxo eram considerados sinônimos liturgicamente.
Mas isso não era privilégio de Roma, já que o preto marcava presença durante o Advento em outros lugares até o século XVI.
Historicamente, o preto sempre remeteu ao luto, à penitência e à morte. O Advento era visto como um período de intensa preparação espiritual, em que nós morríamos para nós mesmos, para que “renascêssemos” no Natal.
Também refletia a ideia de que o mundo estava em trevas antes da vinda de Jesus no Natal.
Roxo substitui o preto no Advento
Na edição de 1904 de The American Ecclesiastical Review, o autor explica por que o preto foi, mais tarde, substituído pelo roxo:
O preto é uma negação da cor e uma expressão peculiar de tristeza. Na Sagrada Escritura, infortúnios de todo tipo estão relacionados com a ideia de escuridão. Assim, o preto na Igreja tornou-se um símbolo do mal e da adversidade, tanto física quanto espiritual. É por esta razão que até o século XIII era usado durante as épocas de aflição e penitência. Porém, uma vez que o pecado é o único infortúnio verdadeiro na vida espiritual, não exclui absolutamente a luz da graça, o roxo tomou o lugar do preto, que foi retido na Liturgia apenas na Sexta-feira Santa.
O roxo acabou substituindo o preto no Advento, ainda refletindo um período de penitência, mas não uma cor tão forte quanto o preto.
Fonte: https://pt.aleteia.org/
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