Uma mulher afegã com duas crianças em Kabul (AFP or licensors) |
Aumenta cada vez mais o número de crianças no Afeganistão
que não têm o suficiente para comer. Segundo o Save the Children teve um
aumento de 3, 3 milhões de crianças que passam fome.
Andrea De Angelis – Vatican
News
O sistema de saúde no
Afeganistão, que depende da ajuda humanitária, está à beira do colapso e muitas
crianças gravemente subnutridas não têm acesso aos cuidados especializados que
necessitam para sobreviver. A denúncia vem mais uma vez da organização Save
the Children, que aponta que até mesmo o tratamento de alguns casos
críticos foi interrompido por causa da crise.
Segundo dados do Programa
Alimentar Mundial (PAM), no final de novembro, 98% da população não tinha o
suficiente para comer, um aumento alarmante em comparação com os 81%
registrados antes de 15 de agosto, dia em que o Talibã tomou o poder. O
Afeganistão está enfrentando sua pior crise alimentar de todos os tempos. Neste
inverno, é previsto que 14 milhões de crianças afegãs enfrentem níveis de fome
que ameaçam a vida, com as taxas de desnutrição aumentando exponencialmente
como resultado.
A história de
Hunoon
Com base na pesquisa realizada
pela Save the Children, várias agências relataram a história de
Hunoon, uma mulher afegã e mãe de seis filhos, todos nascidos nos últimos dez
anos. A família não tem renda há meses e não pode nem mesmo pagar alimentos
básicos. O marido de Hunoon tentou duas vezes cruzar a fronteira para o Irã
para encontrar trabalho, mas foi rejeitado. Sem alimentos suficientes, Sara, a
filha mais nova, foi afetada por uma grave desnutrição aguda. O medo é que sua
condição piore e seus irmãos também possam ter dificuldades para sobreviver.
“Estamos testemunhando uma das piores crises humanitárias de todos os tempos.
Pais desesperados estão chegando em nossas clínicas com crianças severamente
desnutridas e magras. Um de nossos médicos tratou uma mulher que estava grávida
de nove meses e que corria o risco de ter que desistir de seu bebê porque não
tinha condições de alimentá-lo", declarou Nora Hassanien, diretora
da Save the Children no Afeganistão.
Entrega de ajuda
"Sanções e políticas antiterrorismo interrompem e
atrasam a entrega de ajuda para salvar vidas. As organizações humanitárias
devem ser capazes de agir mesmo sob tais restrições para poder ajudar as
crianças antes que o inverno se torne ainda mais rigoroso", denuncia
Hassanien. Save the Children também conta outra história
terrível, a de uma mãe de gêmeos que teve que abandonar um deles para alimentar
o outro. Save the Children está fornecendo às famílias afegãs
alimentos, consultas nutricionais e de lactação, kits de higiene, cobertores e
roupas quentes para ajudá-las a passar o inverno rigoroso.
Fonte: https://www.vaticannews.va/
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