Recém casados na Audiência Geral na Sala Pauklo VI (Vatican Media) |
"Hoje Jesus também está presente no barco do
matrimônio, velando pelos esposos e filhos que, somente assim, poderão viver em
paz, superar as desavenças e encontrar a solução de seus muitos
problemas", escreve o Papa na carta dirigida aos esposos de todo o mundo.
Manoel Tavares – Cidade do
Vaticano
Neste domingo 26 de dezembro,
Festa da Sagrada Família de Nazaré, o Santo Padre envia uma Carta a
todas as famílias do mundo, por ocasião do “Ano da Família Amoris
Laetitia”, que teve início dia 19 de março 2021.
Naquela data a Igreja
celebrava cinco anos da publicação da Exortação Apostólica “Amoris Laetitia”
sobre a beleza e a alegria do amor familiar. Naquele mesmo dia, o Papa
Francisco inaugurou o “Ano da Família”, que se concluirá em 26 de junho de
2022, por ocasião do X Encontro Mundial das Famílias em Roma.
Amor conjugal
Em sua Carta aos esposos do mundo
inteiro o Papa expressa sua estima e proximidade, sobretudo neste período tão
especial em que vivemos. De fato, afirma que “sempre recorda das famílias em
suas orações, sobretudo durante esta pandemia, que colocou todos a uma dura
prova, de modo particular, os mais vulneráveis”. Este foi e continua sendo um
momento de incerteza, solidão, perda de entes queridos.
Como Abraão deixou a sua
terra, também os esposos devem se colocar a caminho, na companhia de Deus,
obedientes ao chamado divino ao amor conjugal e à doação pessoal. O noivado já
é uma saída da própria terra, porque pretende dos noivos um caminho a dois, que
culmina com o casamento.
Aos filhos e leigos
O Papa chama a atenção dos
esposos em relação aos filhos, sobretudo os mais novos, aos quais devem dar
exemplo e testemunho de um amor vivo e fiel. Os jovens percebem o amor de
Cristo presente no amor de seus pais. Os filhos são um dom e mudam a história
da família; têm sede de amor, confiança e segurança. Os esposos educam os
filhos, mas eles também os educam. Educar é acompanhar o processo de
crescimento de seus filhos, quer na esfera educacional como espiritual.
Aqui, Francisco fala da
identidade e missão dos leigos na Igreja e na sociedade, no trabalho e na
família, na comunidade paroquial e diocesana, segundo seus carismas e vocações;
exorta os esposos a colaborar no âmbito eclesial, de modo particular na
Pastoral da Família, na tutela das igrejas domésticas, pois a família é a
célula fundamental da sociedade!
Vocação matrimonial
O matrimônio tem a missão de
guiar um barco instável, mas seguro, por meio dos sacramentos, em um mar,
muitas vezes, em borrasca. Mas, como aconteceu com os discípulos no Mar da
Galileia, o Mestre estava presente e as águas se acalmaram. Hoje, Jesus também
está presente no barco do matrimônio, velando pelos esposos e filhos que,
somente assim, poderão viver em paz, superar as desavenças e encontrar a
solução de seus muitos problemas.
A fragilidade e impotência dos
esposos encontram a âncora nas mãos do Senhor. Em uma tempestade, os apóstolos
conseguiram reconhecer a realeza e a divindade de Jesus e aprender a confiar
nele.
Tempo de pandemia
À luz destas reflexões, o Papa
recorda algumas situações familiares neste tempo de pandemia: convivência,
diálogo, preocupações, acolhimento, compreensão, dar as mãos, rezar juntos;
expressa sua proximidade e afeto aos esposos que chegaram a uma ruptura, por
desentendimentos e discussões. A eles pede para não se esquecerem do perdão,
que cura todas as feridas. O amor humano é frágil e precisa do amor fiel de
Jesus, com o qual construir a “casa sobre a rocha”.
Na conclusão da sua Carta, o
Santo Padre se dirige, de modo especial, aos jovens que se preparam para o
casamento, convidando-os a seguir o exemplo de São José, a manter sua confiança
na Providência divina e a não hesitar em buscar ajuda em suas famílias, Igreja
e paróquia. Dirige também uma saudação especial aos avós e idosos, que, no
período de isolamento, mais sofreram por não poder ver seus netos e filhos. A
família não pode prescindir dos avós, porque são a memória viva da humanidade.
Ao término da sua Carta, o Santo Padre invoca a proteção
de São José neste Ano a ele dedicado, e de Nossa Senhora, para que acompanhem a
vida conjugal. E conclui: “Esposos, não deixem que vos roubem a alegria e a
esperança, mas vivam intensamente a sua vocação matrimonial e a missão que
Jesus lhes confiou, perseverando na oração e na “fração do pão”.
Fonte: https://www.vaticannews.va/
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