Papa despede-se de Chipre e chega à Grécia | Vatican News |
Foram 4 discursos e uma homilia em terra cipriota.
"Uma viagem bonita e também tocaremos algumas chagas. Espero que possamos
acolher todas as mensagens que encontraremos", havia dito Francisco aos
jornalistas no voo Roma-Chipre.
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O Papa Francisco despediu-se
de Chipre na manhã deste sábado, 4 de dezembro, seguindo para a Grécia, próxima
etapa da 35ª Viagem Apostólica de seu Pontificado.
Após rezar a Missa de forma
privada na Nunciatura às 6h30, o Santo Padre despediu-se dos funcionários,
benfeitores e amigos, transferindo-se então para o Aeroporto Internacional de
Larnaca, distante 50 km, onde foi acolhido pelo presidente da República na
entrada da Sala VIP Lounge, local onde teve lugar um breve
encontro privado.
Antes de embarcar, o Pontífice saudou as delegações
presentes na pista do aeroporto e passou em revista a Guarda de Honra. Não
houve discursos. O voo A320neo/Aegean decolou pouco depois das 9h30, horário
local, em direção ao Aeroporto Internacional de Atenas, onde deverá chegar após
1h40min, após ter percorrido 895 km.
Papa Francisco chega à Grécia
A peregrinação de Francisco à Grécia se entrelaça com a
história do cristianismo e da civilização ocidental. Na mensagem em vídeo por
ocasião da viagem, o Papa Francisco falou da peregrinação às fontes, fazendo
também um forte apelo em favor da integração dos migrantes, a fim de que o
Mediterrâneo não seja mais "um grande cemitério".
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O Papa já está na Grécia,
última etapa da 35ª Viagem Apostólica de seu Pontificado. No Aeroporto
Internacional de Atenas, onde chegou pouco depois das 11 horas, horário local,
foi saudado antes de descer do avião pelo núncio apostólico, arcebispo Savio
Hon Tai-Fai SDB e pelo embaixador da Grécia junto à Santa Sé, Sr. Georgios
Poulides.
A recebê-lo oficialmente, aos
pés da escada anterior do avião, o ministro do exterior, Nikos Dendias.
Crianças com vestes tradicionais ofereceram flores a Francisco. Após a passagem
pela Guarda de Honra e a apresentação das delegações, o Pontífice seguiu para o
Palácio Presidencial, distante 31 km, para a visita de cortesia à presidente da
República da Grécia, o encontro com o primeiro-ministro e o discurso às
autoridades, sociedade civil e corpo diplomático.
Na peregrinação às fontes, o encontro com os migrantes
Na mensagem em vídeo por ocasião da viagem, o
Papa falou da sua "peregrinação às fontes", fazendo também um forte
apelo em favor da integração dos migrantes, a fim de que o Mediterrâneo não
seja mais "um grande cemitério".
A primeira fonte - explicou
Francisco - é a da fraternidade, "tão preciosa", especialmente no
contexto do caminho sinodal. A segunda fonte indicada pelo Pontífice, por sua
vez, é "a antiga fonte da Europa": Chipre, de fato, representa
"um ramo da Terra Santa no continente", enquanto "a Grécia é a
pátria da cultura clássica".
Por fim, a terceira fonte da
viagem, a humanidade, que será concretamente representada pela etapa em
Mytilene - Lesbos, onde o Papa irá na manhã do domingo, 5 de dezembro, para se
encontrar com os refugiados, assim como fez há cinco anos na mesma ilha.
Impulso ao ecumenismo
Na Grécia, a dimensão
majoritária é da Igreja Ortodoxa, que ao longo do tempo estabeleceu uma fecunda
relação de colaboração e entendimento com a Igreja Católica. Esta harmonia
também se materializou no âmbito da ajuda aos migrantes que no país,
especialmente nos últimos anos, aumentaram consideravelmente, incidindo
negativamente nos centros de acolhida das ilhas de Lesbos, Chios, Samos, Los e
Eros.
"O Papa na Grécia
encontrará uma Igreja Ortodoxa provada pelo período de escravidão que ocorreu
durante o Império Otomano: um verdadeiro martírio", afirmou Athenagoras
Fasiolo, Arquimandrita do Trono ecumênico do Patriarcado ecumênico de Constantinopla.
“É preciso lembrar - acrescenta - que a Igreja Ortodoxa contribuiu para a
independência do Estado grego não somente para manter a tradição, a língua, a
cultura, mas também para devolver ao povo cristão a liberdade e a convivência
pacífica”.
Para o arcebispo de Atenas e
administrador apostólico ad nutum Sanctae Sedis de Rhodes, Dom
Theodoros Kontidis, a visita de Francisco “é um passo importante em direção ao
mundo ortodoxo, uma reaproximação, porque no mundo e em particular no mundo
ocidental, existem muitos desafios para a Igreja. Unidos aos ortodoxos, o
testemunho cristão torna-se mais forte e mais profundo. A tradição ortodoxa e
as Igrejas ortodoxas resistem melhor à corrente da secularização. Os ortodoxos
têm um grande respeito por suas tradições espirituais. Mesmo aqueles que não
são próximos à Igreja se reconhecem na tradição espiritual do país ou da sua
comunidade. Diante do desafio da secularização, a ortodoxia é um aliado dos
católicos. E para a Grécia, a presença do Papa é, sem dúvida, uma janela que se
abre ao mundo.”
Fortalecimento da pequena comunidade católica
Dom Theodoros Kontidis diz
ainda que “para a comunidade católica, a presença do Papa deve ser vista como
um apelo à fé em Cristo e ao Evangelho. E ao mesmo tempo, uma oportunidade para
uma maior unidade na fé e na Igreja Católica universal. Como pequena
comunidade, nos sentimos às vezes isolados. O Papa nos une à Igreja universal.”
Já o administrador
apostólico dos Armênios Católicos da Grécia, Dom Hovsep Bezezian, faz votos que
a visita do Papa Francisco fortaleça e encorage "a fraternidade entre
todos nós. Repito as palavras de Francisco - ressaltou ele - "não somente
os católicos, mas todos". "Fraternidade" significa que existe
amor e como diz o canto, “Onde está Deus, existe amor”!
Encontro do cristianismo com a filosofia grega
A peregrinação de Francisco à
Grécia se entrelaça com a história do cristianismo e da civilização ocidental.
O encontro dos valores cristãos com os da cultura helênica é crucial para a
difusão do cristianismo, não somente na Europa. Como também havia recordado São
João Paulo II durante a sua Viagem Apostólica à Grécia em 2001, "a obra
dos filósofos e dos primeiros apologistas cristãos permite iniciar, no
seguimento de São Paulo e de seu discurso em Atenas, um fecundo diálogo entre a
fé cristã e filosofia". O encontro do cristianismo com a filosofia grega
conduz a um diálogo que se desenvolve entre elementos concordantes e novidades
substanciais, ligadas ao anúncio do Evangelho.
A relação entre o cristianismo e a filosofia também é
atestada por imagens, que peregrinos e pessoas de todo o mundo podem admirar no
Vaticano. Entre estas, o famoso afresco "A Escola de Atenas" de
Rafael sânzio na “Stanza della Segnatura” nos Museus do Vaticano. Inserido em
uma arquitetura renascentista grandiosa, é inspirado no projeto de Bramante
para a renovação da basílica paleocristã de São Pedro. A imagem, também
apresentada no cabeçalho deste artigo, apresenta os mais famosos filósofos da
antiguidade. Alguns são facilmente reconhecíveis: no centro, Platão, apontando
para cima com um dedo e segurando seu livro Timeu, flanqueado por Aristóteles.
Pitágoras é retratado em primeiro plano com a intenção de explicar. Deitado na
escada está Diógenes. Heráclito está encostado em um bloco de mármore, tentando
escrever em uma folha. Na cena também aparecem Euclides, que ensina geometria
aos alunos, Zoroastro com o globo celeste e Ptolomeu com o terrestre. “Feito do
encontro contínuo entre o céu e a terra”.
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