Encontro com o Santo Sínodo na catedral prtodoxa | Vatican News |
“Não nos deixemos paralisar pelo temor de nos abrir e
realizar gestos audazes; não apoiemos aquela «incompatibilidade das diferenças»
que não está prevista no Evangelho”, disse o Papa ao visitar a comunidade
ortodoxa de Nicósia.
Bianca Fraccalvieri – Vatican
News
"Chipre, que já é uma
ponte entre Oriente e Ocidente, seja também uma ponte entre o Céu e a
terra."
Foi sob o signo do ecumenismo
que o Papa Francisco iniciou seu segundo dia em terras cipriotas, realizando
uma visita ao Arcebispado ortodoxo de Nicósia, a convite da Sua Beatitude
Chrysostomos II.
De fato, ambas as igrejas têm
uma origem apostólica comum: antes de chegar a Roma, Paulo passou por Chipre.
Portanto, afirmou o Papa, “descendemos do mesmo ardor apostólico e
interliga-nos um único caminho: o do Evangelho”.
Assim como fez em sua chegada
a Chipre, diante da comunidade católica, Francisco dedicou seu discurso ao
apóstolo cipriota Barnabé, cujo nome significa ao mesmo tempo "filho da
consolação" e "filho da exortação".
“Para ser filhos da consolação,
antes de dizer algo, é preciso ouvir, deixar-se questionar, descobrir o outro,
compartilhar. Pois o Evangelho transmite-se por comunhão”, afirmou o Papa, que
fez uso de uma palavra atual na Igreja: sinodalidade.
“É isto que nós, como
católicos, desejamos viver nos próximos anos, redescobrindo a dimensão sinodal,
constitutiva do ser Igreja.” Neste aspecto, o Pontífice afirmou contar com a
experiência dos ortodoxos.
A propósito da vivência que
une as duas Igrejas, o Papa citou o trabalho da Comissão Mista Internacional
para o Diálogo Teológico. Mas não só: manifestou sua solidariedade diante de
todas as alegrias e tristezas que devem enfrentar e encorajou a prosseguir no
caminho rumo à unidade com a coragem do despojamento:
“Não nos deixemos paralisar pelo
temor de nos abrir e realizar gestos audazes; não apoiemos aquela
«incompatibilidade das diferenças» que não está prevista no Evangelho.”
Para Francisco, é preciso
deixar de lado teorias abstratas e trabalhar juntos lado a lado, por exemplo,
no campo da caridade, da educação e da promoção da dignidade humana:
“Também hoje não faltam
falsidades e enganos que o passado coloca diante de nós e que atrapalham o
caminho. Séculos de divisão e distanciamento fizeram-nos assimilar, mesmo
involuntariamente, não poucos preconceitos hostis a respeito dos outros. (...)
Mas tudo isto desvirtua o caminho de Deus, que tende para a concórdia e a
unidade.”
Portanto, é preciso deixar-se inspirar por Barnabé,
Paulo, Marcos e inumeráveis santos que passaram por esta terra. Eles “impelem a
navegar juntos rumo ao porto por que todos suspiramos. Lá de cima, convidam a
fazer de Chipre, que já é ponte entre Oriente e Ocidente, uma ponte entre o Céu
e a terra”.
Fonte: https://www.vaticannews.va/
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