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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Consciência Negra - tarefa de todos

Protestos contra o assassinato de Moise Kabangambe  (AFP or licensors)

Combater o racismo estrutural no Brasil é tarefa de todos, sem exclusão de ninguém. É a posição de Gislaine Marins, expressa no artigo "Consciência Negra, não Consciência de Melanina" a propósito do recente assassinato, no Rio de Janeiro, do jovem refugiado congolês, Moïse Kabagambe.

Dulce Araújo - Vatican News

O Brasil é um país com um alto índice de assassinato de pessoas negras, ao ponto de se falar em genocídio de jovens negros. E a sociedade quase que se habituou a isso. Já quase nem reage. Mas o brutal assassinato à pancada do jovem refugiado congolês, Moïse Kabagambe, a 24 do mês passado, no Rio de Janeiro, provocou várias reações de condenação da parte de muitos organismos.

A Rede CLAMOR Brasil, a Rede Solidária para Migrantes e Refugiados e a Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Transformadora, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil emitiram – segundo o Programa Brasileiro da Rádio Vaticano  – uma nota assinada em conjunto por mais de 120 entidades pastorais, em que manifestam a sua solidariedade à família de Moïse e à comunidade congolesa no Brasil.

Moïse que fugiu com a família da guerra na RDC, vivia há mais de uma década no Brasil. Tinha 24 anos e foi morto violentamente à pancada em frente dum quiosque na Barra do Tijuca (Rio de Janeiro), onde tinha ido pedir o pagamento de alguns dias de trabalho.

Mas porque é que a sua morte causou, de algum modo, e felizmente, mais reações do que o quotidiano assassinato de jovens negros no Brasil?

Segundo a  Drª Gislaine Marins, professora, que a respeito do caso Moíse escreveu  um artigo intitulado “Consciência Negra, não Consciência de Melanina”, é que há no país há maior sensibilidade em relação a estrangeiros.

De qualquer modo, ela considera que a raiz da discriminação racial no Brasil tem a ver com o passado colonial e a exploração económica (que se estende ainda hoje aos migrantes) e que é preciso conhecer a História do país e pôr a tónica na educação para se combater eficazmente o fenómeno. E não se trata apenas de tarefa dos negros, mas a Consciência Negra deve envolver todos, independentemente da cor da pele, a fim de se poder construir uma sociedade realmente livre do racismo. 

A Doutora Gislaine Marins é formada em Letras, tradutora, professora, com participação no Dicionário de Figuras e Mitos Literários das Américas e autora do Blog “Palavras Debulhadas” para a divulgação da língua portuguesa. O seu artigo “Consciência Negra, não Consciência de Melanina” foi publicado no dia 4 de fevereiro no site da emissora brasileira “Tua Radio Alvorada”. 

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF