A ideia surgiu em 2015, mas foi em 2016, com as
fotografias do crânio em mãos, que a equipe de pesquisadores e peritos
brasileiros de medicina e odontologia começou a trabalhar efetivamente para
reconstruir de forma mais aproximada a face do Santo Padroeiro das Obras de
Caridade. O resultado será apresentado no domingo, 13 de fevereiro, na Catedral
Nossa Senhora da Penha, em Crato.
Jackson Erpen – Cidade do
Vaticano
Como seria realmente o rosto
de tantos Santos e Santas, e mesmo de personagens da história, que viveram
antes do advento da fotografia, e cujas imagens chegam até nós principalmente
por meio de desenhos ou pinturas? De fato, eram essas as técnicas e expressões
usadas que, dependendo da sensibilidade e leitura do artista, retratavam com
maior ou menor fidelidade determinado rosto.
Com o uso da tecnologia
atualmente disponível, por outro lado, é possível conhecer de forma mais
aproximada o rosto de alguém que viveu nos séculos precedentes. Este é o caso,
por exemplo, de São Vicente de Paulo - nascido em 24 de abril de 1581 na aldeia
Pouy, na França, e falecido em Paris, em 27 de setembro de 1660 – cuja face
reconstruída a partir de fotografias do crânio será apresentada às 17 horas
deste 13 de fevereiro, na Catedral Nossa Senhora da Penha, em Crato,
Ceará. O trabalho detalhado da reconstrução foi publicado com o título
"A Aproximação Facial 3D de São Vicente de Paulo".
“Ficou muito interessante, o
que de certo modo vai revelar uma face um pouco diferenciada da face que nós
conhecemos de São Vicente, com alguns realismos, e até mesmo porque a única
imagem que tem dele feita em vida, essa imagem não é do tempo que ele morreu,
não é próximo à morte dele, e com essa técnica ele consegue levar a imagem à
data próxima do falecimento do Santo”, disse o idealizador do projeto, o
hagiólogo José Luís Araújo Lira*, que recebeu a autorização para o
uso das imagens do crânio, passando-as então ao designer 3D Cícero Moraes*.
“O que nós sabemos – disse o
designer - é que a reconstrução é muito compatível com o indivíduo, cuja imagem
é atribuída a São Vicente de Paulo. Podemos afirmar com certeza? Não, não
podemos, porque nós não temos acesso ao material. Então talvez, futuramente, se
façam outros projetos e tenha acesso a este crânio e outras construções, outras
análises podem contribuir futuramente para esse projeto, quem sabe".
À esquerda, a face do Santo conhecida até então. À direita, a face reconstruída com a tecnologia atual |
A ideia da reconstrução, de
fato, surgiu em 2015, nos 435 anos do nascimento de São Vicente. Mas foi a
partir de 2016 que a equipe formada por pesquisadores e peritos de medicina e
odontologia começou a trabalhar no projeto propriamente dito. Tomaram parte
Paulo Miamoto, perito odontolegista da Polícia Científica de Santa Catarina,
Florianópolis-SC; Marcos Paulo Salles Machado, perito legista
cirurgião-dentista, vice-diretor do Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto- RJ,
professor da Universidade Veiga de Almeida, Rio de Janeiro-RJ; Thiago Beaini,
cirurgião dentista, professor assistente na Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia-MG; Marco Aurélio Guimarães,
médico, professor associado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade
de São Paulo (FMRP-USP), Ribeirão Preto – SP; Rodrigo Dornelles, cirurgião
plástico, núcleo de Plástica Avançada - NPA, São Paulo-SP; Paulo Henrique
Bueno, cirurgião dentista, Sinop-MT; Ricardo Henrique Alves da Silva, docente
da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
(FORP-USP), Ribeirão Preto-SP e Everton da Rosa Cirurgião BMF, do Hospital de
Base, Brasília-DF.
Um projeto que
nasce da paixão pela vida dos Santos
José Luís é um apaixonado pela
vida dos Santos, “figuras iluminadas para nossa história e para nossa Igreja”,
tanto que é um dos fundadores da Academia Brasileira de Hagiologia, com sede no
Colégio Vicentino em Fortaleza, dirigido pelas Filhas da Caridade de São
Vicente de Paulo. Ao Vatican News, ele falou sobre o porquê justamente da
escolha do Santo Padroeiro da Caridade e sobre o caminho percorrido para a
reconstrução facial, desde a busca das fotografias até o resultado final a ser
apresentado neste domingo:
Na minha igreja natal também
tinha uma imagem de São Vicente, que a gente rezava sempre diante dela, ainda
existe, não no mesmo altar, porque houve uma reforma na igreja, mas a gente
observa sempre essa imagem do Santo lá. E ele sempre me atraiu pela questão da
caridade, pela modificação que ele fez na própria história da Igreja, quando
ele criou as Vicentinas, ou as Filhas da Caridade. Naquela época os monastérios
eram apenas fechados e ele abriu os monastérios para a rua, as irmãs passavam a
atender as pessoas nas ruas, os necessitados, eram as Filhas da Caridade. Então
eu sempre tive esse fascínio por São Vicente. E em 2015 seriam os 435 anos do
nascimento dele. Então em uma pesquisa de rotina - até para fazer um artigo - eu
encontrei fotos da exumação dele de 1960. Até me surpreendi, porque até aquela
ocasião, eu julgava o corpo dele incorrupto ou semi-incorrupto, porque nós
fomos acostumados a ver aquela imagem de cera que foi feita, onde estão os
restos mortais dele, e às vezes a gente é tentado a acreditar que aquilo ali é
o próprio corpo do Santo, mas na realidade ele passou uns 57 anos incorrupto,
com pequenos sinais de decomposição na face, nos olhos, principalmente. Mas
depois, quando foi para a canonização dele, foi aberta novamente a sepultura e
ele já estava decomposto. Então eu me surpreendi com aquelas imagens, eu já
conhecia o trabalho do meu amigo e colega de pesquisa Cícero Moraes. O Cícero
não é um católico praticante, digamos assim, mas ele contribui muito com a fé
das pessoas através das reconstruções
faciais. Então eu procurei o Cícero para saber - sem dizer de quem
era a imagem –. 'Cícero eu encontrei essa imagem aqui de um Santo, é possível
uma reconstrução?' Ele disse sim, eu vou só analisar, vou pedir um parecer dos
peritos, mas eu acredito que seja possível. Aí ele pediu, os peritos todos
foram unânimes em afirmar que era possível, e então eu me propus - eu expliquei
ao Cícero quem era, que era São Vicente de Paulo, o Santo da caridade, ele
tinha conhecimento do Santo e sabia da importância dele no cenário mundial,
porque São Vicente não é importante apenas para os católicos, mas para todo o
mundo, porque as obras de caridade alcançam a todas as religiões, pessoas,
enfim, a educação também que as Irmãs de Caridade promovem, os Padres da
Missão.
Então eu me informei, conheço
o pessoal da administração da Congregação das Irmãs de São Vicente de Paulo e
eles me informaram que os detentores das imagens e de todos os direitos a
respeito de São Vicente, eram os Padres da Missão. Eu localizei na
internet o e-mail da Cúria Geral, que está em Roma, dos Padres da missão e
mandei uma correspondência ao então o superior geral, que era o padre Gregory
George - e isso eu mandei num dia, falando de todo esse trabalho, mandei até
algumas fotos das reconstruções anteriores, como Santo Antônio, que foi feita
pelo Cícero, Santa Madalena, que eu participei, e outros Santos - e então
o padre nos respondeu logo no dia seguinte, via secretário geral, o padre
Giuseppe Duraccio, ele nos mandou uma correspondência dizendo, que em nome do
padre geral, avisava que ele não se opunha ao uso das imagens, no entanto, nós
tínhamos que procurar a pessoa responsável pelo site. Ele desejou também um bom
trabalho. E como eu não sou muito bom - eu falo razoavelmente o italiano e o
espanhol e um pouquinho de francês, mas não sou muito bom no inglês, o Cícero é
bem melhor do que eu - então eu falei com o Cícero - nem sei se eu disse
inicialmente, é um dos maiores designers 3D, aqui no Brasil seguramente o maior
- e falei com ele a resposta do padre e mandei o endereço da Universidade,
DePaul University, em Chicago, nos Estados Unidos, e mandei os contatos e a
foto, e ele escreveu para lá, sem destinatário, simplesmente a universidade, e
ele recebeu a resposta de um dos maiores investigadores de São Vicente,
ex-reitor daquela Universidade, que é o Pe. John E. Rybolt. Então ele disse que
dava autorização e queria ter conhecimento do trabalho final com a reconstrução
facial de São Vicente. Mas o tempo foi passando e nós tivemos outros
projetos e passou também, a gente chegou a contactar alguns setores da
Congregação da Missão, alguns religiosos, mas não foi possível a reconstrução
naquele momento, passou, e nesse ano nós temos uma data fechada que são os 285
anos da canonização do Santo, e nós decidimos tornar realidade essa
reconstrução que será apresentada na Diocese de Crato, aqui no Ceará, é a
diocese que a gente chama Diocese do Padre Cícero, e que esse ano ainda vai ter
a primeira Beata em solo cearense, que é a Beata Benigna.
Apresentação será em Crato no domingo, 13 de fevereiro |
O valor do testemunho de São
Vicente de Paulo para os dias de hoje...
Se a gente olhar lá no início,
ele era filho de camponeses, ele foi ordenado sacerdote muito novo, São Vicente
chegou a ser escravo, ele foi à Marselha pegar uma doação que foi feita para as
obras dele, e o navio foi atacado por piratas e ele chegou a ser, digamos,
sequestrado e se tornou escravo, foi vendido como escravo, uma coisa assim
impressionante - foi por turcos - e ele acaba, depois de tudo isso, ele
consegue voltar para a França, passa na Itália, leva uma mensagem do Papa, uma
mensagem particular do Papa de então para o rei francês, o rei gosta de São
Vicente e o integra como capelão na Corte e São Vicente se dedica com todas
essas oportunidades, ele teria, primeiro, a tristeza de ter sido escravo, de
ter sido escravizado. Isso não serviu de descrença para ele, foi fortaleza. E
depois ele se dedicar aos mais necessitados, porque ele podia ter levado uma
vida confortável na Corte, como capelão, e progredido como muitos outros contemporâneos,
ou como pessoas de diversas épocas poderiam ter feito, mas ele se dedica aos
pobres, e o mais interessante - eu me emocionei muito quando vi a imagem dele,
o Cícero vai me mostrando passo a passo, a gente fica acompanhando quase que
automaticamente - e quando eu vi a imagem de São Vicente, o que eu mais me
emocionei, é que vendo São Vicente, a gente vê uma Madre Teresa de Calcutá, uma
Santa Dulce dos Pobres e muitos outros Santos que não eram assim um protótipo
de beleza física, mas de uma beleza que vem do fundo do coração, da vontade de
fazer o que está na palavra de Cristo, o que está na Sagrada Escritura, que é
acolher o mais necessitado, que deixa muito claro isso nos Evangelhos. Então o
que me fascina muito no São Vicente é essa capacidade que ele teve de renunciar
a uma vida relativamente confortável, a mendigar pelas ruas de Paris, pedindo
ajuda para os mais necessitados, a acolher os necessitados, coisa que Santos
atuais continuam, fazem, fizeram, uma Santa Teresa de Calcutá, uma Santa Dulce
dos Pobres - eu não vou dizer aqueles que eu penso que são Santos, que estão
vivos, porque eu estou cometendo uma infidelidade, porque isso cabe ao Santo
Padre e só depois do falecimento de um cristão, mas a Igreja Católica dá esse
exemplo a todo o mundo e coloca São Vicente como o patrono de todas as
filantropias, de todas as obras de caridade, o que é magnífico e fascina
qualquer um que leia o Evangelho, que tente seguir os passos desse Santo.
O trabalho digital nas imagens do crânio de São Vicente |
Com a
tecnologia, reconstrução "compatível com o indivíduo cuja imagem é
atribuída a São Vicente de Paulo"
A reconstrução facial de São
Vicente foi feita a partir das fotografias do crânio. “Quando eu mostrei ao
doutor Cícero esse material - conta José Luís Lira – ele me disse: “Olha,
parece que essa pessoa estava preparando o material para uma reconstrução, porque
está muito bom, está muito fiel e está muito contextualizada a questão da
fotografia”.
O designer 3D Cícero Moraes
fala com conhecimento de causa. Ele é responsável por mais de 70 reconstrução
faciais, entre as quais 2 Beatos e com esta de São Vicente, 18 Santos.
Ele nos falou sobre as técnicas usadas nesta reconstrução:
A reconstrução facial de São
Vicente de Paulo utilizou três abordagens clássicas de aproximação forense, que
seria a abordagem russa, americana e inglesa. Além disso a gente utilizou um
melhoramento que nós estudamos há pouco para o traçado do nariz, baseado em 150
tomografias de indivíduos vivos, que aumentou a precisão dessa região
importante da face. A reconstrução facial no geral utiliza duas abordagens: uma
é anatômica - por exemplo, a gente coloca os músculos principais do rosto - e a
outra abordagem é uma abordagem mais estatística, que entra essa parte da
projeção do nariz, dos lábios, o posicionamento do globo ocular dentro da
órbita. E a gente também saber qual que é a massa em determinados pontos da
face que, lembre-se, a gente tem apenas o crânio. Então dentro desse contexto,
não teve nada de diferente nessa reconstrução, nós seguimos a metodologia
clássica.
O que diferenciou esta
reconstrução de trabalhos precedentes?
O grande diferencial desse
projeto é que ele nasceu de um âmbito puramente digital. Nós tomamos fotos que
foram tiradas na década de 1960, extraímos a parte do crânio que aparece nessa
foto, o que resultou imagens de média resolução. Essas imagens - mais ou menos
umas seis ou sete do crânio de posições diferentes -, elas foram enviadas para
oito especialistas da área de medicina e odontologia - majoritariamente no
campo forense -, eles observaram sem saber de quem se tratava e identificaram,
a partir dessas imagens, alguns aspectos que permitiram a reconstrução facial,
como por exemplo, o sexo do indivíduo – masculino -, a idade avançada,
ancestralidade europeia e algumas deficiências, como por exemplo, a deficiência
na parte da maxila, e uma leve projeção da mandíbula, o que definiria a classe
3 de prognatismo mandibular. E com esses dados todos extraídos de um campo
puramente digital, foi possível saber que imagens de média resolução permitem
esse tipo de abordagem, o que pode evoluir, até por uma inteligência artificial
futura, onde você faz várias fotografias de um crânio e a própria inteligência
já consegue identificar aspectos de quem foi esse indivíduo e pode ser muito
útil em campos onde tem muitos crânios e uma visualização puramente humana
seria inviável. Então a grande evolução é nesse contexto, a participação de
todos esses especialistas, que culminou na publicação de um capítulo de livro,
onde nós explicamos todo o processo, desde o início em 2015, até a
apresentação.
A evolução do trabalho: do crânio à face reconstruída |
Cícero enfatiza que o mérito
de idealizar e viabilizar a reconstrução é do Dr. José Luís Lira, mas que teve
a honra de participar na etapa inicial e “angariar também a participação desses
oito especialistas que vieram posteriormente a fazer parte desse projeto. Então
foi um projeto único nesse sentido, bem documentado, e que vai permitir,
talvez, desdobramentos futuros bem interessantes no campo da área forense, da
medicina forense e da inteligência artificial”.
A cada novo trabalho, um novo
desafio....
Em relação às dificuldades, é
claro que sempre é melhor você ter acesso ao crânio real, fazer uma análise in
loco, um especialista pegar esse crânio, observar, tomar ele nas mãos e também,
se possível, fazer a extração do DNA e ver se os dados batem com o indivíduo e
também fazer uma datação, para saber se esse crânio pertenceu à época que o
indivíduo viveu. Só que uma - eu não tenho conhecimento dessas áreas - e duas
não era possível fazer, e mesmo que a gente tivesse acesso profissionais não
seria possível, posto que nós tivemos grande dificuldade até de encontrar as
imagens, imagine ter acesso a esses restos mortais. Então a dificuldade maior
foi analisar imagens de média resolução - que é sempre um desafio -, mas
felizmente mesmo com essa limitação, a gente conseguiu proceder com o objetivo
principal que era a reconstrução facial.
Satisfeito com o resultado, o
designer 3D diz que a reconstrução facial de São Vicente se mostrou
"bastante compatível com a imagem clássica"....
Em relação à acurácia dessa
reconstrução em relação ao rosto de São Vicente de Paulo, nós temos algumas
situações que impedem a gente ter total certeza dessa compatibilidade. Explico:
a face clássica dele que é distribuída nas publicações, que está amplamente
disponível na internet, não se tem uma clareza, uma certeza - pelo menos o que a gente
pesquisou - que a pessoa pintou com ele em vida. Os relatos, eles são
indiretos, a vida do pintor que fez essa obra ela é um tanto nebulosa, não tem
detalhes sobre a biografia dele, o que nos impede então de saber maiores
detalhes sobre como, em qual situação ele pintou essa face, se ele pintou ela
observando ele, se pintou ela em cima de indicações, ou de outras pessoas, ou
se ele pintou posteriormente a ter entrado em contato com o santo, então é
muito difícil saber. No entanto, a reconstrução facial se mostrou bastante
compatível com essa imagem clássica. E um outro desafio que nós
temos é da certeza do crânio ter pertencido mesmo ao indivíduo. As informações
que nós temos é que foi feita essa observação dos restos mortais dele, são
informações institucionais, então a gente leva em consideração isso ou seja,
toma como um crânio de São Vicente de Paula por conta dessas informações
advindas da instituição e o que nós sabemos é que a reconstrução é muito
compatível com o indivíduo cuja imagem é atribuída a São Vicente de Paulo.
Podemos afirmar com certeza? Não, não podemos, porque nós não temos acesso ao
material. Então talvez, futuramente, se façam outros projetos e tenha acesso a
este crânio e outras construções, outras análises podem contribuir futuramente
para esse projeto, quem sabe.
As fotos do crânio de São Vicente que permitiram a reconstrução facial |
José Luís Araújo Lira* é cearense de Guaraciaba
do Norte, hagiólogo, escritor, professor universitário com mestrado, doutorado
e pós doutorado na área do Direito, além de co-fundador da Academia Brasileira
de Hagiologia.
Cícero André da Costa Moraes* é o nome completo, é
natural de Chapecó (SC) e reside atualmente em Sinop (MT). Tem formação em
marketing e cursa pós-graduação em metodologia do ensino. É especializado em
computação gráfica 3D para as Ciências da saúde e forense e responsável por
mais de 70 reconstruções faciais de Santos, Santas e personagens
históricos.
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