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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Família, nosso segundo útero

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Por Ricardo Sanches

Entenda por que nascemos para viver em família e como preservar este nosso "local" de proteção e refúgio.

Não é de hoje que filósofos, sociólogos, antropólogos e pensadores de diversas áreas concluíram que o homem é um ser social. Ou seja: o ser humano não consegue viver sozinho; precisa se relacionar com indivíduos da mesma espécie. Sendo a família a primeira instituição social com que temos contato, podemos inferir que o homem, portanto, também é um ser familiar. Isto é: nasceu para viver em família.

No livro “Amigos da Família”, Dom Orlando Brandes vai além. Ele explica que “da comunhão conjugal emana a comunhão familiar. Essa comunhão radica-se nos laços naturais da carne. O homem é um ser familiar pela ordenação da lei natural”.

Talvez para muitos seja um desafio entender a família, as mudanças e o conflito que delas têm origem. Mas a cada vicissitude da vida, é possível voltar a esta instituição que não tem nada de falida, apesar do que tentam pregar. Pelo contrário: a família sempre será local de proteção, refúgio, perdão, salvação… Um laboratório de vida e de amor que só poderia ter origem divina.

Família, nosso segundo útero

As palavras acima, usadas para caracterizar a família (proteção, refúgio, perdão, salvação e laboratório de vida e de amor) remetem também a outro substantivo: o útero. Sim, o órgão fundamental para gerar vida e preparar para ela.

Não é à toa que, no já referido livro, Dom Orlando Brandes afirma que a família é um “segundo útero”. Um termo muito apropriado, se levarmos em conta que é na família que nos preparamos para enfrentar a vida social com dignidade. “O parto biológico entrega o ser humano à vida e o ‘parto sociológico’ entrega à sociedade um ser humano maduro”, diz o livro.

A família, portanto, deve ser um “local” de aprendizado, convívio, comunicação, diálogo e compreensão. E precisamos lutar para que esse ambiente seja, de fato, assim. Como? O primeiro passo é deixar de lado aquela concepção de que a família feliz e ideal só existe em comercial de margarina.

Como preservar a família como local de proteção e refúgio

Sim, eu sei: a tarefa de viver em harmonia com a família pode ser um grande desafio. Mas não é algo impossível. O primeiro passo para isso é arregaçar as mangas e colocar em prática virtudes e valores cristãos. Abaixo, algumas conselhos para preservar este ambiente social de proteção e refúgio!

1. Preparar-se bem para o matrimônio. Os casais de namorados devem estar cientes da responsabilidade que terão quando formarem uma família. Por isso, antes do casamento, é necessária uma fase intensa de preparação. A pastoral familiar da Igreja pode ajudar nesta empreitada;

2. Dedicar-se ao berço da vida. A família é o “berço da vida humana”. Por isso, é necessária a preparação para as vidas que serão geradas no seio familiar. É preciso que o casal se torne, de fato, pai e mãe e que estejam preparados para se colocarem “a serviço do Criador”;

3. Investir no diálogo. A comunicação no seio da família é um dos itens que podem levá-la ao sucesso. É na conversa que se resolvem os problemas. É através do diálogo que entendemos o outro, que passamos a respeitá-lo, a compreendê-lo, a perdoá-lo, a pedir ajuda, pois, certamente, também iremos precisar de compreensão, afeto e perdão. A comunicação ajuda os membros da família a enfrentar as mazelas que aprouver a Deus enviar-lhes;

4. Cuidar da espiritualidade familiar. Os pais devem educar os filhos para a religião e a fé em Deus. Rezar juntos, participar da Santa Missa, receber os sacramentos são os primeiros passos para garantir uma boa formação religiosa. Essas atitudes contribuirão para gerar cidadãos nutridos pela fé e pela esperança;

5. Lutar pela paz e pela harmonia na família. Isso só será possível através das demonstrações de amor, afeto, carinho e compreensão. Dom Orlando também apresenta outros caminhos que levam à paz na família. Resumidamente, são eles: manter a união familiar, fazer programas de lazer juntos, educar pela conversa, participar da vida em comunidade, manter a chama da fé acesa, resolver problemas com calma, partilhar pensamentos, respeitar diferenças, dar exemplos inspiradores e pedir desculpas.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF