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domingo, 6 de fevereiro de 2022

O ódio dos adolescentes pelos pais

CarlosDavid | Shutterstock
Por Mar Dorrio

Chega um dia em que aquele menininho ou menininha que você viu crescer e te abraçar se volta contra você. Como agir?

Nas revistas que dizem nos preparar para ter filhos, ninguém fala disso. Trata-se daquele ódio que entra sorrateiramente em sua casa. Um ódio que acampa na sua vida. Ele se instala em sua casa, sem licença, sem permissão, sem que você o tenha procurado.

Isso geralmente acontece quando seus filhos crescem e você tem que protegê-los de si mesmos: de suas más decisões, de suas ações desajeitadas, de seus objetivos inviáveis etc. Quando você tem de protegê-los de erros que os deixariam com grandes cicatrizes. É quando aquele sentimento se instala, quando o ódio chega.

De repente, aquele menino(a) que você viu crescer, que teve tantas noites de um sono tranquilo na casa que você estruturou para ele, começa o confronto. Ao invés de ver a casa da família como um local de proteção, passam a vê-la como uma prisão.

Seus maiores sinais de amor

Você já percebeu que ele(a) não apenas derrama sua raiva nas quatro paredes da sua casa. Mas passa a rejeitar seu abraço, seus conselhos e, acima de tudo, seus maiores sinais de amor: suas proibições. E então você entende o quão ligados estão o ódio e a paternidade/maternidade.

Aleteia

Somente um pai ou mãe pode aceitar o ódio que seu filho(a) professa contra eles como um pequeno preço para mantê-lo(a) seguro(a). Nós os amamos, e é por isso que queremos o bem deles, embora o efeito colateral do tratamento para alcançar esse bem seja receber seu ódio.

Não é fácil

Dói, dói muito. Que ninguém pense que é fácil, que ninguém pense que esse ódio não arrasa um pai e uma mãe por dentro. Mas o amor, quando é Amor com letra maiúscula, dá um passo à frente e diz, do fundo daquele coração partido: pode se revoltar contra mim, mas eu continuarei aqui para orientá-lo(a).

Tudo isso, em algum momento, acontece em muitas famílias, seja qual for o tipo. Mas chega a ocorrer com mais virulência em famílias que sabem que o bem, a melhor versão da vida de seus filhos, anda de mãos dadas com o exemplo de Jesus.

Acima de tudo, estamos em uma sociedade que aperta a mão do próprio diabo, o enganador. Assim, seu filho(a) encontrará amizades que o confortarão com o estilo vivido em casa.

Se a tempestade for grande, pode parecer uma batalha perdida. Mas o mesmo desânimo que leva esta sociedade pela mão na direção oposta dos planos de Deus, é aquele que quer que você afunde no poço do desespero. Então, o que podemos fazer?

Ferramentas infalíveis

Primeiro, quero lembrar que, nesta batalha, temos duas ferramentas infalíveis, que seu filho(a), embora não queira reconhecê-las, sente em seu coração: amor e afeto.

ZŁOTY TRON KAROLA WIELKIEGO
fot. materiały wydawnictwa

– Reze pedindo a Deus que a dor não invada tudo dentro de você. O tempo diário de oração fará com que você possa construir pontes sem ceder ao que é importante. Se você estiver nessa situação de dificuldade grave, terá que rezar mais do que nunca.

– Os exorcistas nos dizem que os demônios são preguiçosos. Dificulte. Reze diariamente o Santo Rosário pelo seu filho(a), ore pelas pessoas que o(a) distanciam de você e de seus conselhos.

– Ofereça seu sofrimento pela sua família. Não se esqueça de meditar sobre a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo.

– Espere pacientemente. A graça tem seus tempos. E lembre-se de que, não importa o quão ruim vejamos as coisas, a batalha foi vencida: só temos que perseverar.

Confiando-nos à Virgem Santíssima e a Santa Mônica, trilharemos cada vez mais os caminhos de Deus.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF