Crédito: A Catequista |
Se você é um católico sincero, aposto que, em meio a muitos
limites e defeitos, você irradia a beleza de suas virtudes nas mais diversas
atitudes e pensamentos. É impossível amar Jesus e não refletir, ao menos uma
vez ou outra, a santa luz que dEle provém.
Mas o demônio é tão astuto que, até no bem que fazemos,
procura semear a podridão e tirar dali algo mau. E assim, vemos tantos cristãos
com ego inflado e “se achando”, caçando elogios e buscando exibir para o máximo
de pessoas possível o bem que fizeram.
Isso acontece quando o maligno consegue contaminar a água
límpida das boas ações com o veneno da SOBERBA.
Vamos diferenciar bem as coisas, para não haver confusão: é
justo e natural a gente ficar triste quando recebemos ingratidão em troca do
bem que fizemos. Ingratidão é uma das piores pragas!
Ter uma serena alegria ao perceber as próprias qualidades
intelectuais, morais e espirituais também não é soberba. Por
exemplo, ao fim da vida, São Paulo examinou a si mesmo e disse:
"Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé" (II
Tim 4,7). Isso não é falta de humildade, é a serenidade de quem sabe que muito
amou, por meio da doação generosa de si mesmo dia após dia.
Mas bem diferente disso é você ficar frustrado porque acha
que não recebeu o reconhecimento que desejaria, os aplausos que sonhava ao
fazer determinada boa ação. Se você se sente assim, é porque não fez o bem por
amor, e sim por vaidade!
Quanta gente não abandona os serviços pastorais ou as ações
de caridade em nossas igrejas, dizendo que seu trabalho não estava sendo
reconhecido? Quanta gente perde a motivação por fazer determinado bem, porque
não recebe a recompensa que acha que merece – elogios, fama ou capacidade de
influência?
Ainda que alguém seja realmente uma pessoa maravilhosa,
praticamente um santo, a maior parte do mérito dessa bondade é do Criador, e
não da criatura. Além do mais, quem está de pé hoje, se não ficar muito atento,
pode cair e se tornar uma pessoa pérfida amanhã. Por isso, tudo é dom de Deus!
A história a seguir ilustra perfeitamente o que estamos
dizendo:
Certa vez, São Martinho de Lima ao descer a escada, ouviu uma
voz chamando-o de santo e dizendo que ele era um homem repleto de virtudes,
entre outros elogios. Martinho, pensando que era o Senhor que lhe falava,
respondeu que era apenas o Seu humilde servo. No entanto, depois de um tempo,
percebeu que aquela voz sedutora, que o lisonjeava, provinha do inimigo e
imediatamente fez uma cruz na parede, repreendendo o enganador. De fato,
Martinho era um homem santo e virtuoso. O demônio não estava mentido a seu
respeito, mas usou de sua santidade para fazê-lo sair na soberba de achar que
tinha os méritos de suas boas ações.
- Irmã Ana Paula, CMES. O segredo de ser você
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