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Assistir, diariamente, a noticiários que nos trazem as cenas mais recentes de vítimas ou da destruição da guerra pode-nos anestesiar e levar-nos até banalizar o sentido do sofrimento e perder a capacidade de indignar-se profundamente. Longe de ser um fato natural, corriqueiro ou espetaculoso, a guerra faz renascer Caim.
Os irmãos que sofrem as guerras e todo ser humano, é da nossa família, não são estatísticas ou personagens secundários de dramas externos, que pouco significam, mas demonstram como a violência reproduzida e repetida em flashbacks, nos entorpeceu e nos insensibilizou. Nunca podemos nos resignar diante de populações inteiras reféns da matança, da miséria e da exploração, e até comentar que as mulheres se tornam fáceis porque estão pobres.
Não podemos, de nenhuma maneira, aceitar assistir indiferentes ou encolher os ombros, alegando impotência ou distanciamento dos lugares onde acontecem os conflitos. Para começar digamos, de forma vigorosa e categórica, que não existe justificativa religiosa, política ou militar para a violência que agride pessoas indefesas, independente do modo como ela se manifesta.
De imediato, se somos pessoas do bem, crentes em valores éticos ou religiosos, sejamos conscientes que podemos fazer muito e, certamente, a diferença. Rezar pela paz, trabalhar pela paz, gritar e fazer ressoar o clamor pela paz, tornar-se rosto, símbolo, palavra, pensamento e luta, das pessoas sacrificadas e atropeladas pelo rolo compressor da guerra. Fazer emergir o diálogo, pois o diálogo sempre gera consenso e esperança, apontar saídas e alternativas não violentas.
O diálogo é o caminho da paz, porque opta pelo entendimento, a concórdia e a harmonia, com ele começamos a trama e o tecido dos acordos e dos pactos. Construamos nossa rede de paz, canais de compreensão e corredores humanitários, para fazer acontecer a corrente de Abel, do bem, do perdão e da reconciliação.
Não desistamos nunca de interceder como Abrahão e Moisés, a humanidade está interligada pela consciência e pela pertença, acreditemos que todos levamos a marca da imago Dei e da fraternidade, que aflora quando despertamos ao amor e à gratuidade compassiva. Unamo-nos ao Deus da Vida e da Paz, para sermos, com Ele e para Ele, barreiras de contenção e neutralização da violência e proteção e amparo para as pessoas envolvidas e ameaçadas. Deus seja louvado!
Fonte: https://www.cnbb.org.br/
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