Dom Paulo Cezar | arqbrasilia |
II Domingo da Quaresma
Dom Paulo Cezar Costa
Arcebispo de Brasília
Contempladores
da Beleza que Salva
Hoje, neste segundo domingo da Quaresma, contemplamos a cena da
transfiguração (Lc 9, 28-36). Na montanha, com Pedro, Tiago e João,
contemplamos a beleza do Senhor. Contemplamos uma beleza que salva, que dá
sentido à nossa vida pessoal e ao nosso caminho de Igreja. Jesus toma consigo
Pedro, Tiago e João e sobe à montanha para orar. Lucas nos apresenta Jesus
rezando, significando, para o evangelista, que este é um momento importante do
ministério de Jesus. “Enquanto orava, o aspecto do seu rosto se alterou,
suas vestes tornaram-se de fulgurante brancura”. O rosto de Jesus se torna
bonito, radioso. É a beleza de Jesus que contemplamos.
São João Paulo II, na Novo Millenium Ineunte pergunta:
“Não é porventura, papel da Igreja refletir a luz de Cristo em cada época da
história, fazer resplandecer o seu rosto diante das novas gerações do novo
milênio?” A cena que contemplamos apresenta um rosto radiante e bonito de
Cristo. Cabe aqui a pergunta: Que face de Cristo estamos apresentando? São João
Paulo II diz que “o nosso testemunho será pobre se não formos, antes,
contempladores do rosto de Cristo”. Sermos contempladores do rosto de Cristo:
aqui está o segredo para o nosso caminho de Igreja, para o nosso caminho
pessoal. Contemplando a beleza de Cristo, encontramos Nele o verdadeiro
sentido da vida humana. Nele, o ser humano encontra o seu caminho, pois o
mistério de Cristo revela ao homem o que é ser homem, pois Cristo é o homem
segundo o projeto de Deus. A um homem que corre o risco de perder o sentido do
que é ser homem, pois vai perdendo a sua origem e o seu destino, a Igreja lhe
apresenta Cristo, ele é o sentido do homem. Somente Nele encontramos a nossa
verdadeira vocação.
Um segundo aspecto é a transformação da veste de Jesus que se tornou de
fulgurante brancura. A veste de Jesus, para os Padres da Igreja,
simbolizava a Igreja, veste de um tecido só, como se lê em Jo 19, 23. Diz São
Cipriano, falando da Igreja: “Este sacramento da unidade, este vínculo de
concórdia inviolada e sem rachadura, é figurado também pela túnica do Senhor
Jesus Cristo. Os apóstolos contemplam esta veste bonita, resplandecente. É a
Igreja na sua santidade, que será mais radiante ou não de acordo com o nosso
testemunho, com a nossa doação”.
Fonte: https://arqbrasilia.com.br/
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