Foto: A12 |
Monte Tabor, uma pequena elevação de
terra em Israel, se comparado às mais altas montanhas do mundo. Mas para uma
terra de geografia com poucos altos e baixos, o Tabor se projeta destacado no Vale
de Jizreel, com seus quase 600 metros de altitude.
Seria mais uma montanha
entre tantas com as quais convivemos no nosso dia a dia, não fora o episódio
extraordinário que ali, em seu cume, aconteceu: o Tabor é
chamado de Monte da Transfiguração.
Segundo os
Evangelhos Sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), Jesus
convidou três de seus apóstolos, Pedro, Tiago e João, e com eles subiu ao Monte Tabor. Enquanto reza, Jesus se
transfigura e se mostra glorioso, tendo diante dele Moisés e Elias
(entendidos aqui com a Lei e os Profetas).
Essa manifestação de glória precede
as dores da Paixão e, de certa forma, foi um bálsamo dado
previamente para que os discípulos pudessem compreender com mais clareza o qual
era o projeto de Jesus Cristo. Mas, como veremos, os discípulos ainda estavam
despreparados para entender os planos de Deus nesse momento e, somente depois
da Ressurreição, eles iriam recordar tudo o que viveram no Tabor.
Há dois modos de compreender a Transfiguração de Jesus.
Uma coisa é certa: Ele se mostrou de modo
completamente diferente do cotidiano. Era luminoso, claro, resplandecente.
A questão que hoje a Teologia tenta desvendar é se Jesus
tornou-se resplandecente ou se os apóstolos, livres de preconceitos,
conseguiram ver o que ele realmente já era, o Divino escondido no Humano.
De qualquer
forma, ali no Tabor, Deus testemunhou novamente que Jesus – homem/Deus – era de fato o enviado para resgatar os homens da torpeza e nos
garantir a Salvação. Assim como no dia de seu batismo, a voz de
Deus atesta a divindade de Jesus: “Este é meu Filho amado,
escutai-o”.
Monte Tabor em Israel | Shutterstock |
Como teologia, o
fato transparece a certeza cristã de que, em Jesus, subsistia,
desde sua concepção em Maria, o aspecto humano e a substância divina.
Ao revelar-se aos discípulos, aos três de maior intimidade, Jesus quer garantir
que a memória de sua glorificação seja testemunhada a todos os que o seguirão
futuramente.
Há que se notar
que essa relação homem-Deus, em Jesus, foi lida de maneira extraordinária
pelo catolicismo popular. O dia da festa da Transfiguração é também a festa do Senhor Bom Jesus, imagem venerada pelo povo
que retrata, em suas diferenças regionais, sempre o Senhor Jesus sofredor,
flagelado, açoitado, coroado de espinhos, preso e torturado.
A divindade do
Senhor Jesus nunca o exime de sua humanidade na carne. Transfigurado, ele segue sendo
humano, revelando sua Glória.
Não permanece
nela, mas desce a montanha, ao encontro dos mais pobres. Transfigura-se para se humanizar ainda mais!
Fonte: https://www.a12.com/
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