Malta é patrimônio da Unesco | Vatican News |
A capital da ilha, Valeta, deve sua existência aos
Cavaleiros da Ordem do Hospital de São João de Jerusalém, que ali se refugiaram
durante as cruzadas do século XVI. Até a chegada da Ordem, no Monte Sceberras,
não havia nenhum prédio, exceto uma pequena torre de vigia, chamada Sant'Elmo,
localizada em sua extremidade.
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A República de Malta é um
arquipélago do Mediterrâneo centro-sul entre as costas da Sicília e da Tunísia,
constituído pelas ilhas de Malta, Gozo (Ghawdex), Comino (Kemmuna) e outras
menores.
Capital: Valeta (5.800 hab.)
Superfície: 316 quilômetros
quadrados
População: 478.000
Densidade: 1.513 hab./kmq
Idioma: Maltês, Inglês
(oficial)
Principais grupos étnicos:
maltês (96%), britânico (2%), outros (2%)
Religião: católicos (85%), outros
(15%)
Forma de governo: República
parlamentar
Unidade monetária: euro
Membro de organizações
internacionais: Commonwealth, Conselho da Europa, BERD, ONU, OSCE, observador
da OEA, UE, OMC
A República de Malta é o país
mais meridional da União Europeia e, apesar de suas pequenas dimensões, sempre
teve uma importância relevante sobretudo pela sua posição altamente estratégica
no coração do Mediterrâneo.
Anteriormente uma colônia
britânica a partir 1800, tornou-se independente dentro da Commonwealth em 21 de
setembro 1964 e a partir de 13 de dezembro de 1974 tornou-se uma república
parlamentar.
Desde a independência, os dois
principais partidos alternaram-se no poder: o Partido Trabalhista (MPL) e o
Partido Nacionalista (PN).
Nas eleições gerais de 2013, o
Partido Trabalhista derrotou a formação nacionalista do primeiro-ministro
cessante Gonzi, que foi sucedido por Joseph Muscat. Este último foi
reconfirmado no cargo nas eleições antecipadas que convocou em junho de 2017
para reconfirmar o consenso dos eleitores após os escândalos relacionados aos
chamados “Panama Papers”, o sistema global de evasão fiscal revelado em 2016
pelo Consórcio internacional de Jornalistas Investigativos (CIGI). As eleições
europeias realizadas em maio de 2019 confirmaram ainda mais a liderança do
primeiro-ministro Muscat, cujo partido recebeu 55% dos votos, seguido pelos
centristas do PN (37%).
Demitido em janeiro de 2020
devido ao envolvimento de vários membros do Executivo na investigação do
assassinato da jornalista Daphne Caruana Galizia em 2017, foi substituído no
cargo por Robert Abela, eleito líder do Partido Trabalhista.
Tendo entrado na União
Europeia em 2004 após um referendo, Malta é membro do Eurogrupo desde 2008 e de
1 de janeiro a 30 de junho de 2017 exerceu a presidência do Conselho da União
Europeia. Após a morte prematura de David Sassoli, foi eleita para a
Presidência do Parlamento Europeu a maltesa Roberta Metsola, eurodeputada do
PPE.
País de tradição católica
arraigada, Malta é o único Estado europeu onde o aborto ainda é totalmente
ilegal, enquanto o divórcio foi legalizado em 2011.
A economia do país, que por
muito tempo extraiu receitas significativas da presença da base
militar britânica encerrada
definitivamente em 1979, baseia-se principalmente nas atividades relacionadas
com o porto da capital Valeta, em um florescente turismo e serviços
financeiros. Dada a sua posição geográfica a meio da rota entre a Líbia e a
Itália, Malta nos últimos anos, viu-se diante de uma crescente pressão
migratória que consegue gerir com dificuldade, dado o seu território limitado.
A capital Valeta
Valeta (II-Belt, "a
cidade" em maltês), capital da República de Malta, está localizada na
costa nordeste da ilha, na península do Monte Sceberras, uma colina que se
ergue sobre duas enseadas, Marsamxett e Grand Harbour.
A cidade deve sua existência
aos Cavaleiros da Ordem do Hospital de São João de Jerusalém, que ali se
refugiaram durante as cruzadas do século XVI. Até a chegada da Ordem no Monte
Sceberras não havia nenhuma construção, exceto um pequena torre de vigia,
chamada Sant'Elmo, localizada em sua extremidade.
O Grão-Mestre dos Cavaleiros,
Jean Parisot de la Valette, herói que resistiu ao Grande Cerco dos turcos em
1565, logo percebeu que se a Ordem quisesse manter o domínio sobre Malta,
deveria aumentar suas defesas. Por essa razão elaborou um projeto para uma nova
cidade fortificada, que recebeu a atenção quer do Papa Pio V como de Filipe II
da Espanha, ambos prometendo ajuda financeira.
O Papa emprestou aos
Cavalieros os serviços de Francesco Laparelli, um famoso engenheiro militar
italiano, que construiu a cidade à mesa, com um esquema de "grade",
que ainda hoje é vanguardista.
Os trabalhos tiveram início em
março de 1566. O novo centro foi chamado Valeta em homenagem ao seu fundador,
que não viveu o suficiente para ver a sua conclusão, vindo a falecer em 1568. O
arquiteto Laparelli deixou Malta em 1570 e foi substituído por seu próprio
assistente Jerônimo Cassar, que projetou e supervisionou a maior parte dos
primeiros prédios, incluindo a Sacra Enfermaria, que foi o hospital dos
Cavaleiros de Malta, o Igreja de São João, o Palácio Magistral, sede do
Grão-Mestre, e os sete Auberges, ou pousadas de residência dos Cavaleiros.
No século XVI, Valeta
tornou-se uma cidade importante. Pessoas de todas as partes da ilha se reuniram
para viver dentro de suas fortificações seguras, especialmente porque Medina,
até então capital de Malta, tinha perdido muito do seu esplendor.
Depois de alguns séculos, a
capital foi duramente atingida pelos bombardeios da Segunda Guerra Mundial, mas
resistiu ao terrível golpe e, em poucos anos, ressuscitou. As cicatrizes da
guerra ainda são visíveis no local anteriormente ocupado pela antiga Royal
Opera House no coração da cidade.
Hoje Valeta, conhecida como
"a cidade fortaleza", “a cidade humaníssima”, “a cidade construída
por cavalheiros para cavalheiros”, é o principal centro comercial e financeiro
da ilha de Malta e é visitada diariamente por inúmeros turistas. É um
patrimônio da UNESCO graças às altas muralhas de defesa, às torres de vigia,
igrejas, prédios históricos, museus, teatros, ruas e praças animadas.
Entre as principais igrejas
está a Igreja Católica Romana de Nossa Senhora das Vitórias, a primeira
construção erguida na cidade; a co-catedral barroca de São João, onde está
sepultado o corpo de Valete e dentro do qual figuram obras de artistas como
Caravaggio e Mattia Preti e a Igreja de São Francisco de Assis, que remonta ao
século XVI.
Entre os prédios mais célebres
e centros nevrálgicos da cidades estão o Palácio Magistral, que abriga o
gabinete do presidente de Malta, o Auberge de Castille, o Auberge d'Aragon, o
Auberge d'Italie, a Casa Rocha Pequena, uma antiga residência nobre, hoje
transformada em casa-museu no centro da capital, o Teatro Manoel, um dos mais
antigos da Europa, os Jardins Superiores de Barrakka e as 2 principais ruas de
comércio, Republic Street e Merchant Street.
Gozo
Gozo (30.000 hab.),
("Alegria" em castelhano), segundo alguns estudiosos a lendária ilha
de Ogígia, contada por Homero na Odisseia, onde Ulisses, em sua longa
peregrinação, permaneceu por sete longos anos, prisioneiro da ninfa Calipso. É
a segunda maior ilha do arquipélago maltês.
Separada de Malta por um braço
de mar de apenas 5 km, Gozo é um terço da ilha de Malta e tem um carácter mais
tranquilo e campestre. A influência árabe é visível em todos os lugares, mas
mais ainda a dos Cavaleiros de São João.
A igreja de São João Batista
(la Rotonda), no povoado de Ix-Xewkija, construída inteiramente de calcário
branco, possui uma das maiores cúpulas sem suporte do mundo e é a maior igreja
da ilha, visível por quilômetros.
Todas as estradas de Gozo
levam à Victoria, também conhecida como Rabat. Esta cidadela fortificada no
topo de um pico não é apenas o coração geográfico do território, mas também o
centro das atividades cotidianas, com a praça principal do mercado It-Tokk, a
Catedral da Assunção e a Basílica de São Jorge.
Muito célebres os templos
megalíticos de Ggantija em Xagħra, que remontam a 3600 a.C., consistindo de
megálitos com mais de cinco metros de comprimento e cinquenta toneladas de
peso, construídos com blocos brutos de calcário coral, declarado Patrimônio da
Humanidade pela Unesco.
Na colina de Dbiegi, o ponto mais alto e mais panorâmica
de Gozo, está situado o povoado de L-Għarb ("oeste" em árabe), nas
proximidades do qual fica o Santuário de Ta 'Pinu, construído na década de
1920, em cuja capela, em 1883, uma mulher da localidade ouviu a voz de Nossa
Senhora. Hoje é o principal local de peregrinação da ilha.
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