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terça-feira, 19 de abril de 2022

Bem comum e paz

Bem comum | Fundação Betânia

Dom Pedro Carlos Cipollini
Bispo de Santo André (SP)
Bem comum e paz

No evangelho Jesus diz: “Bem-aventurados os que trabalham pela paz, porque serão chamados  filhos de Deus” (Mt  4,9), e como a paz é fruto da justiça, Jesus acrescenta: “Bem aventurados os que tem fome e sede de justiça, porque serão saciados” (Mt 4, 6). Em meio á tanta violência no nosso dia a dia, conflitos pelo mundo, qual a repercussão destas palavras, em um país como o nosso, onde a maioria da população se diz cristã, católica ou evangélica?

​Jesus deixa transparecer que são bem aventurados os que trabalham pelo bem comum superam o egoísmo e fazem vencer a caridade. Trabalhar pelo bem comum é levar em conta os que são vítimas de perseguições, os refugiados e marginalizados, os pobres e excluídos.

A Igreja Católica, através da sua “Doutrina Social”, baseada no Evangelho e nos Padres da Igreja, propõe aos cristãos e pessoas de boa vontade, o projeto do Reino de Deus o qual  se manifesta numa sociedade justa,  fraterna e inclusiva. É este o caminho da paz!

É difícil para muitos compreender que esta proposta de trabalhar para o bem comum, é evangélica, brota das palavras de Jesus. Não é ideologia e não tem nada a ver com comunismo. O bem comum é Evangelho puro que Jesus vê nos últimos da terra: “Bem aventurados os humilhados porque herdarão a terra”(Mt 4, 5) e ainda: “Bem aventurados os aflitos, porque serão consolados”(Mt 4, 4).

É possível viver estas bem-aventuranças evangélicas?

 Aos 24 de março de 1980, quando celebrava a Eucaristia, configurando sua vida e o seu ministério à vida de Jesus, era assassinado durante a missa, o arcebispo Dom Oscar Arnulfo Romero.

A vida deste discípulo missionário de Jesus Cristo estava marcada pela sua fidelidade incondicional ao Evangelho. Como homem da Igreja, tornou-se anunciador da fé e mestre da verdade. Suas homilias, pregadas com simplicidade, fundamentadas na Sagrada Escritura e no Magistério da Igreja, fortalecia, encorajava o povo em sua esperança e denunciava  as injustiças que se cometiam. Seu testemunho vivo fez a Igreja do El Salvador, da América Latina e de todo o Mundo compreender que o Cristianismo é de fato salvífico, quando tem presente suas vidas, suas dores, seus sofrimentos e, sobretudo, suas esperanças.

Sua vida doada e comprometida com a causa do Reino, selou o seu destino. Teve o mesmo destino do Profeta de Nazaré, Jesus Cristo, a testemunha fiel que disse: “Bem aventurados os que são perseguidos por causa da justiça porque deles é o Reino dos Céus” (Mt 4, 10).

Após 35 anos do seu assassinato, Deus quis, que outro Latino Americano, o Papa Francisco, fosse aquele que reconhecesse o seu martírio, declarando-o santo da Igreja.

É possível viver as Bem aventuranças, isto nos compromete, mas, aos olhos de Deus, traz a paz e salva nossa alma.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF