Card. Parolin na apresentação do Livro "Contra a Guerra" (Vatican Media) |
"Hoje precisamos de uma nova Conferência de
Helsinque", afirmou o Secretário de Estado, ao recordar o evento de 1975,
que representou um passo fundamental para deter a Guerra Fria. Uma Conferência
como esta poderia pôr um ponto final nos horrores do presente: “O conflito na
Ucrânia é um verdadeiro ‘sacrilégio’, em contínuo aumento”.
Vatican News
O Secretário de Estado, card.
Pietro Parolin, apresentou na manhã desta sexta-feira (29/04) um livro
na Universidade Maria Santíssima Assunta (Lumsa), em Roma, intitulado
"Contra a guerra", publicado pela Livraria Editora Vaticana e
pela editora Solferino. O volume contém as intervenções e apelos do Papa
contra a guerra e a favor do desarmamento e do diálogo.
Durante a apresentação da
obra, o Cardeal Parolin afirmou: "A paz é do interesse de todos os Povos.
É preciso intensificar a participação em organizações internacionais e maior
capacidade nas iniciativas europeias”. Eis seu apelo para "superar as
posições rígidas, caso contrário a guerra continuará a devorar os filhos da
Ucrânia".
"Hoje precisamos de uma
nova Conferência de Helsinque", continuou o Cardeal Parolin, ao recordar o
evento de 1975, que representou um passo fundamental para deter a Guerra Fria.
Uma Conferência como esta poderia pôr um ponto final nos horrores do presente:
“O conflito na Ucrânia é um verdadeiro ‘sacrilégio’, em contínuo aumento”.
A tragédia da Ucrânia
Partindo da leitura das
páginas do volume, que ressalta a radicalidade do "não à guerra"
expresso pelo Papa desde o início do seu Pontificado - e ainda mais desde a
eclosão do conflito na Ucrânia no último dia 24 de fevereiro -, o
Cardeal-Secretário de Estado propõe um "esquema de paz" que se
contrapõe ao "esquema de guerra".
Diante da tragédia que
acontece na Ucrânia, continuou o Cardeal, e diante das milhares de mortes de
civis, das cidades destruídas e dos milhões de refugiados - mulheres, idosos e
crianças obrigados a deixar suas casas, não podemos reagir segundo o que o Papa
chama “de esquema de guerra”.
Armas: uma resposta frágil
No entanto, o Cardeal Pietro
Parolin pede para que seja "intensificada a participação em organizações
internacionais e maior capacidade nas iniciativas europeias". A
"Europa cristã", disse, está sendo envolvida na "terrível
guerra" na Ucrânia: "Não quero entrar na questão das decisões dos
vários países de enviar armas à Ucrânia, pois, como nação, têm o direito de se
defender de uma invasão. Porém, limitar-se às armas é uma resposta frágil. Ao
contrário, uma resposta forte deveria ser a de tomar iniciativas para deter o
conflito e se chegar a uma solução negociada, em vista de uma convivência
pacífica em nosso Velho Continente”.
Apelos de Francisco
Por fim, em seu pronunciamento, o Cardeal Secretário de
Estado recordou os apelos Papa Francisco, destacando o risco de considerá-los
como “obrigatórios", um modo desencantado de encarar o magistério do Papa,
escavando um abismo sempre maior entre a sua palavra e a realidade. Desta
forma, perde-se de vista o fato de que a mensagem de não-violência do Papa
provém do Evangelho, onde Cristo crucificado, inerme no patíbulo, “enfrentou
uma morte injusta, sem reagir”.
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