Diocese de Crato |
O período da Oitava da Páscoa engloba do Domingo de Páscoa ao Domingo seguinte da Páscoa, o domingo da misericórdia, antigamente o domingo in albis. São oito dias em que podemos desejar uns ao outros uma Feliz Páscoa. É que a festa da Páscoa é tão importante que não pode ser celebrada em um dia só. O tempo da Páscoa dura 50 dias e vai até a festa de Pentecostes, que é a vinda do Espírito Santo. É um tempo de grande alegria, em que a Igreja se reveste de branco e celebra as alegrias da ressurreição. Mas durante oito dias, tem a Oitava da Páscoa em que cada dia dessa semana é como se fosse um novo Domingo de Páscoa, até chegarmos no domingo seguinte, que é o segundo Domingo da Páscoa.
A Oitava Pascal é, portanto, os primeiros oito dias do tempo Pascal, que tem seu início no domingo, após a Vigília Pascal, e termina no segundo Domingo da Páscoa. Durante o tempo pascal, os domingos têm uma sequência solene, ou seja, não se diz “2º Domingo depois da Páscoa”, mas sim, 2º Domingo da Páscoa. Após a Oitava da Páscoa, todo domingo é Páscoa.
Por isso, durante a Oitava Pascal, a Igreja, comunidade de ressuscitados, proclama solenemente: “Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos” (Sl 118,24). Ou seja, a Páscoa tem esse significado, a vida venceu a morte. Para nós, cristãos, a Páscoa tem um novo sentido, que é a passagem da morte para a vida. O Senhor não podia ficar no sepulcro, não podia haver morte, onde a vida era a missa fundamental.
A Oitava Pascal traz para o centro da celebração litúrgica da Igreja o mistério da ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Em toda missa, recordamos o mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. O que nós celebramos na Páscoa é o que fazemos em toda Eucaristia, e é o mistério da nossa fé. O Tríduo que celebramos de Quinta-feira Santa até o Sábado da Vigília Pascal, é o que dá sentido ao que celebramos em todas as missas durante o ano inteiro. Acreditamos que o Senhor nos deixou a memória de seu corpo e sangue e nos acompanha até aos dias de hoje e se Ele morreu e ressuscitou por nós, da mesma forma nós viveremos para sempre ao lado de Deus na eternidade.
Na verdade, todo domingo celebramos a Páscoa de Jesus, durante a Oitava da Páscoa, todo dia se torna um domingo e, consequentemente, todo dia é Páscoa. Durante os dias da Oitava da Páscoa, entoa-se o hino do Glória, que em outros tempos só se entoa aos domingos e festas, com exceção da Quaresma e do Advento, que não se canta. Por isso, durante oito dias, celebramos solenemente a Páscoa da Ressurreição de Jesus, como se fosse um único dia, “o dia que o Senhor fez para nós”.
A Oitava Pascal, tempo atrás, era um período muito especial, sobretudo, para aqueles que haviam sido batizados na Vigília Pascal. Durante toda a Oitava da Páscoa, aqueles que foram batizados usavam vestes brancas e só tiravam essas vestes no 2º Domingo da Páscoa. Era o momento para aqueles que foram renascidos para a fé experimentassem a vida nova em Cristo e fossem iniciados nos mistérios da fé. De igual modo, somos convidados a mergulhar nas águas do batismo e ressurgir para uma vida nova. É essa a transformação que a Páscoa nos proporciona, renascer para uma vida nova em Cristo.
Dessa forma, a Oitava da Páscoa convida-nos a fazer de cada dia dessa semana uma Páscoa contínua, um tempo de renovar as esperanças e a confiança no Senhor, colocando em suas mãos o nosso destino. É um tempo para que, ressuscitados com Cristo, aprendamos a buscar as coisas que são do alto.
Esse é o tempo litúrgico mais importante do ano, é a passagem da morte para a vida, Cristo volta de uma vez por todas para a eternidade. De certa maneira, também é a Páscoa da Igreja, porque Cristo é a cabeça, e nós somos os membros. A Igreja vive por Ele e para Ele. No dia de Pentecostes, a Igreja é introduzida na vida nova do reino de Deus. A Igreja renasce junto com Cristo para uma vida nova e, a partir da sua ressurreição e da vinda do Espírito Santo, nasce a Igreja primitiva com os apóstolos e o Espírito Santo guia a Igreja até aos dias de hoje. Esse Espírito Santo é sinal de que Cristo acompanha a sua Igreja.
Vivamos intensamente a Oitava da Páscoa e o tempo pascal, que é um de graça dado por Deus a nós. Participemos desse tempo não deixando de lado aquelas práticas que iniciamos na quaresma, sobretudo, a oração e a meditação da Palavra de Deus e deixemos com que Cristo guie a nossa vida. Que seja um tempo de graça e uma oportunidade de agradecer a Deus por tantos bens que Ele nos concede.
Fonte: https://www.cnbb.org.br/
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