Os Óleos abençoados na Missa do Crisma | arqbrasilia |
Na abertura das
celebrações pascais, a Igreja celebra, na manhã da Quinta-feira Santa, a Missa
do Crisma. É nesta ocasião que são abençoados os óleos que são utilizados na
administração dos sacramentos durante o ano. Também conhecida como Missa da
Unidade, a liturgia matutina da Quinta-feira da Semana Santa reúne todo o
presbitério diocesano com seu bispo.
De acordo com o
Pontifical Romano, essa Missa é considerada uma das principais manifestações da
plenitude do sacerdócio do bispo e sinal da íntima união dos presbíteros com
ele.
Mas quais são
esses óleos e como são usados?
A origem
A origem do uso
dos óleos nos sacramentos é bíblica, com referências a cada um deles na
tradição e no magistério da Igreja. Antes do Concílio Vaticano II, o óleo usado
nos sacramentos devia ser exclusivamente o azeite de oliveira. Mas,
considerando a dificuldade de se conseguir a matéria prima em algumas
localidades, o Papa Paulo VI ouviu o pedido de numerosos bispos e permitiu a
adoção de outro tipo de óleo, “o qual, todavia, deve ser extraído de plantas,
enquanto é mais semelhante à matéria designada na Sagrada Escritura”, segundo
definiu na Constituição Apostólica Sacram Unctionem Infirmorum –
sobre o Sacramento da Unção dos Enfermos.
Quais são os óleos
Os Santos Óleos
preparados na Quinta-feira Santa estão relacionados aos Sacramentos. Há os
óleos abençoados, que são o dos Catecúmenos e dos Enfermos; e o óleo
consagrado, o Santo Crisma.
O Óleo dos
Catecúmenos é utilizado no Sacramento do Batismo, quando é ungido o peito da
pessoa que será batizada. Já o dos Enfermos é conferido àqueles “que estão
doentes em perigo de vida, ungindo-os na fronte e nas mãos”. Esses dois óleos
são abençoados na Missa matutina da Quinta-feira Santa.
Dom Sérgio da Rocha e os óleos abençoados na Missa do Crisma | arqbrasilia |
O óleo do Crisma
Já o Óleo do
Crisma é consagrado durante a celebração, e exclusivamente pelo bispo, no Rito
Romano. Além dessa distinção em relação aos outros dois, ele recebe durante a
consagração a mistura do bálsamo, o que lhe confere um cheiro agradável, e
também o sopro do bispo, como sinal do Espírito Santo.
O Pontifical
Romano ensina que “é com o santo crisma consagrado pelo bispo que os
recém-batizados são ungidos e que os confirmandos são marcados”. Assim, após
receber a água do batismo, é feita a unção pós batismal com óleo do Crisma,
cuja oração pede que o Espírito Santo consagre aquele novo cristão com o óleo
santo “para que participem da missão do Cristo, Sacerdote, Profeta e Rei, e
sigam os passos de Jesus permanecendo no seu povo até a vida eterna”.
Também são
ungidos com o óleo consagrado aqueles que recebem o Sacramento da Crisma,
conferido enquanto o ministro traça o sinal da cruz sobre a fronte do crismando
e pronuncia as palavras da fórmula. E ainda os ministros ordenados, sendo os
presbíteros nas mãos e os bispos na cabeça.
O cheiro agradável
O bálsamo misturado ao óleo faz com que este signifique a plenitude do Espírito Santo, revelando que o cristão deve irradiar “o bom perfume de Cristo”. De acordo com o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Leonardo Pinheiro, o bálsamo misturado no óleo do Crisma é comumente oriundo, aqui no Brasil, de essências de ervas da Amazônia.
Fonte: https://www.cnbb.org.br/
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