Novo Missal Romano | Vatican News |
A nova tradução do Missal Romano em português, que entra
em vigor esta Quinta-feira Santa, depois de “um processo longo” de trabalho.
Dom José Cordeiro assinala oportunidade de “consolidação da reforma litúrgica”.
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O presidente da Comissão Episcopal
de Liturgia e Espiritualidade destacou algumas das alterações da nova tradução
do Missal Romano em português, que entra em vigor esta Quinta-feira Santa,
depois de “um processo longo” de trabalho.
“O tratamento dado à Mãe de
Deus e Mãe da Igreja tem uma nova tradução. Não o habitual Nossa Senhora, como
continuamos a fazer na piedade popular, mas pelo diálogo ecuménico, a tradução
é de Virgem Santa Maria”, disse D. José Cordeiro, em entrevista à Agência
ECCLESIA.
O arcebispo de Braga
acrescentou que, no ato penitencial (confissão), se recupera o gesto dos
“três batimentos”, dizendo ‘por minha culpa, minha culpa, minha tão grande
culpa’, em respeito ao texto original – porque esta nova tradução, segundo, as
normas do Papa Francisco no motu próprio ‘Magnum principium’,
obedece às “três fidelidades”, ou seja, ao texto original, “à língua e à
cultura em que é traduzido, mas também à compreensão dos textos”.
Outra alteração que a terceira
edição do Missal Romano em português apresenta é na narração da
instituição da Eucaristia, onde o verbo ‘benedicere’ passa a ser traduzido por
‘bendizer’, em vez de ‘abençoar’.
A oração eucarística é dirigida
ao Pai, como toda a oração da liturgia, pelo filho no Espírito Santo, e essa
introdução às palavras sacramentais traduzem a atitude de Jesus – “vos
bendisse, deu graças” -, que é a atitude maior da oração. Não se tratou apenas
de uma bênção como fazemos ao pão, ao vinho, mas deu graças a Deus pela criação
e naqueles sinais da própria criação. Ele diz ‘isto é o meu corpo, meu corpo
entregue; isto é o meu sangue derramado por todos’, e assim fica muito mais
fiel ao texto bíblico e ao sentido da própria oração eucarística, que é o
coração da celebração da Missa”.
A terceira edição portuguesa
do Missal Romano foi aprovada no dia 14 de novembro de 2019, e validada pelo
Papa Francisco, no dia 8 de janeiro de 2021, em audiência à presidência da
Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).
“Numa colaboração até muito
estreita com a Conferência Episcopal Italiana, que conseguiu a aprovação antes
de nós, e com uma intervenção direta do Papa Francisco, conseguimos esta
aprovação e com as alterações possíveis na sua edição. Sempre em cooperação com
as outras conferências episcopais de língua portuguesa”, assinalou D. José
Cordeiro.
Segundo o presidente da
Comissão Episcopal de Liturgia e Espiritualidade da CEP, a nova edição serve
outros países de Língua Portuguesa – Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique e Timor-Leste -, e há um diálogo com a Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil, que permite “um acordo estabelecido nas fórmulas
sacramentais, nos diálogos da Missa”.
Já este ano, a Conferência
Episcopal Portuguesa ofereceu ao Papa um
exemplar da nova tradução do Missal Romano em português, que o recebeu “com
muito apreço”, num encontro entre Francisco e D. José Cordeiro, no dia 31 de
março.
Segundo D. José Cordeiro, esta
é uma oportunidade, sobretudo neste momento “da consolidação da reforma
litúrgica”, e da consciência de que “é irreversível”, para além da “urgente
necessidade da formação litúrgica”, nos ministros da celebração e nas
comunidades celebrativas”.
O presidente da Comissão
Episcopal de Liturgia e Espiritualidade sublinha a importância de chegar ao
“porquê, para um renovado espírito da liturgia”, em ordem a uma participação
ativa e consciente de todos.
“Aproveitamos esta ocasião
para que seja um renovado tempo de formação litúrgica integral e integrada,
porque a Liturgia é como que o lugar síntese da vida da fé e da nossa pertença
à Igreja”, desenvolveu.
No mês de fevereiro, os bispos
católicos em Portugal aprovaram a Nota Pastoral ‘Celebrar e viver
melhor a Eucaristia’, relativa à nova tradução do Missal Romano em
português.
O tema vai estar em destaque
na emissão desta Quinta-feira Santa do Programa ECCLESIA, na RTP2, pelas 15h00.
PR/CB/OC
Fonte: Agência ECCLESIA.
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